A Kawasaki Vulcan S 650 é uma motocicleta custom com estilo contemporâneo combinando curvas sensuais em uma linha baixa e longa com elementos modernos que ampliam a forte personalidade, como o farol gota e as rodas de liga leve com cinco raios bem largos. O visual alia o tradicional com novas tendências, destacando-a entre as estradeiras
A Vulcan S 650 é a única custom de média cilindrada disponível no Brasil, mas não é só isso que a faz ter sucesso nas vendas, pois ela tem excelentes atributos para ocupar sua garagem. A Vulcan S é diferenciada com seu estilo New School e estabelece um novo paradigma para atrair um público mais jovem e descolado, que não segue os tradicionalistas da velha escola e vive suas próprias regras. Os preços partem de R$ 51.030.
Particularmente, eu adoro esta máquina, principalmente por causa do forte motor bicilíndrico que também equipa a Z650, a Ninja 650 e a Versys 650. O motor de dois cilindros paralelos e 650 cm³ adota um cabeçote DOHC de oito válvulas, refrigeração líquida e injeção eletrônica, mas, desde a versão 2016, teve sua potência reduzida de 72 cavalos para 61 cavalos a 7.500 rpm, com torque máximo de 6,4 kgf.m nas 6.600 rpm. A nova diagramação dos comandos de válvulas prioriza o torque em baixas e médias rotações, melhorando as acelerações e retomadas. Este motor tem uma pegada bastante agressiva e responde muito bem a qualquer toque do acelerador, proporcionando fortes arrancadas e também muita diversão nas saídas de curvas, graças também ao preciso e bem escalonado câmbio de seis marchas, que tem as primeiras marchas mais curtinhas e a última marcha mais longa tipo overdrive, priorizando as baixas rotações para a estrada.
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A 100 km/h constantes em sexta marcha, o motor gira a baixas 4.500 rpm, mas basta acelerar fundo que o motor responde imediatamente com bastante vigor e sem necessidade de reduções, o que colabora ainda mais para uma tocada tranquila e confortável. O consumo na estrada, rodando a 100 km/h constantes e com a indicação ECO acesa no painel, ficou na casa dos 25 km/l, mas acelerando forte e rodando a 140 km/h, o consumo cai drasticamente, e cheguei a ver 12 km/l no consumo instantâneo do computador de bordo. Na cidade ela chegou a fazer 23 km/l rodando bem na boa, respeitando os radares que não permitem mais de 50 km/h. O tanque de combustível comporta 14 litros e garante uma boa autonomia se você dosar bem a mão direita. A ponteira de escape é a peça mais estranha da moto conforme a opinião da grande maioria dos amigos motociclistas.
O chassi é de aço tubular tipo Diamond e tem ótima rigidez, sua geometria, mesmo com ângulo de cáster mais aberto, não atrapalha as manobras de baixa velocidade em meio ao trânsito apertado. Ela é muito fácil de pilotar, diferente das demais motos da categoria custom, maiores e mais pesadas. A baixa altura do banco ainda ajuda nas manobras e no apoio dos pés no chão, a agilidade é um dos pontos fortes, mesmo pesando 228 kg em ordem de marcha.
A Vulcan S é extremamente ágil e divertida. Sua desenvoltura no trânsito é excelente, só não é melhor pela largura do guidão e das pedaleiras. O guidão é bastante largo, e as pedaleiras idem, e podem limitar a passagem no corredor. Nas estradas ela se apresenta com maestria nas curvas de alta, onde mostra o seu potencial para contorná-las com estabilidade superior, se comparada a outras máquinas do segmento.
A suspensão dianteira utiliza garfo telescópico convencional, e a traseira, um monoamortecedor com sete ajustes na pré-carga da mola, sua posição é deslocada para a direita da balança, compondo um visual agressivo e diferenciado. O funcionamento do conjunto é bem superior ao das motos que adotam dois amortecedores na traseira, e uma tocada mais esportiva é muito bem aceita pela Vulcan S 650.
A ergonomia é típica de custom com as pernas mais à frente, mas ela tem uma pitada de esportividade. As pedaleiras do piloto são reguláveis e permitem o acerto perfeito para qualquer biotipo e experiência do condutor. O assento baixo e o chassi estreito permitem apoiar os dois pés no chão com facilidade, contribuindo para a confiança do piloto nas manobras em baixa velocidade.
Os freios são a disco nas duas rodas e contam com a assistência eletrônica do ABS, garantindo curtos espaços de frenagem, apesar do disco simples na dianteira. O banco é amplo e muito confortável, mesmo para jornadas mais longas na estrada, mas a garupa, como em quase toda moto custom, sofre com o tamanho reduzido do assento.
O guidão é grande e largo, proporcionando uma posição ereta e bem confortável para as viagens e uma pegada segura para serpentear uma serrinha cheia de curvas. A tocada esportiva transborda adrenalina por conta das altas rotações e do forte ronco do motor, mas, certamente, fica limitada por causa das pedaleiras que não permitem inclinações mais ousadas, porém garanto que qualquer piloto desce da Vulcan S 650 com um largo sorriso no rosto. O assento é confortável para o piloto, já a garupa tem espaço limitado. A regulagem dos manetes ajuda a melhorar a ergonomia. Os punhos são tradicionais e de bom acabamento. Detalhe bastante pecaminoso é a ausência de alças para a garupa e ganchos para amarrar bagagem.
O belo painel também é moderno, mescla um grande conta-giros analógico central e um display digital completo de informações. O visual clássico com elementos de modernidade é o grande trunfo desta motocicleta, com várias peças em preto fosco no lugar dos cromados e as rodas de liga que dão uma abordagem mais esportiva logo ao primeiro olhar. O farol em formato de gota garante a forte personalidade desta custom oriental.
A Kawasaki Vulcan S 650 é muito bem resolvida e chega para atender diversos tipos de motociclistas, o iniciante, o comprador da primeira moto, quem quer subir ou até mesmo mudar de categoria. Para quem curte o estilo de vida do universo custom, a Vulcan S 650 tem estilo e atributos de sobra para atender aos novos pilotos que procuram um visual mais descolado do que o clássico old scholl.
A Vulcan S 650 é perfeita para livrar o segmento custom da ideia de que este tipo de moto tem que ser grande, pesada e difícil de pilotar. Aos motociclistas que acham isso, fica o convite para subir em uma Vulcan e, provavelmente, rever seu conceito, afinal uma das virtudes dela é a agilidade e a facilidade de pilotar, seja onde for, inclusive no tráfego mais intenso e apertado, ela tem ginga e com certeza vai surpreender quem não a conhece.
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