Honda CL500 2023
Testes

Honda CL500: testamos a nova scrambler japonesa

10 Minutos de leitura

  • Publicado: 23/05/2023
  • Por: Redação

A Honda recuperou as clássicas iniciais CL para dar vida a uma moto scrambler produzida sob a base da interessante custom CMX500 Rebel. Tivemos a oportunidade de testá-la nas ruas da Espanha, e o resultado você confere agora!

Texto: Marcos Abelenda
Fotos: Divulgação
Edição: Guilherme Derrico e Willian Teixeira

Se existe uma estrutura inquietante atualmente no setor de motocicletas, essa é sem dúvida a CL500, a nova bicilíndrica da Honda. E não só porque foi imitado por mais de uma marca, mas porque o próprio fabricante japonês também serviu para dar à luz uma família realmente grande.

Esta é uma saga válida para todos os tipos de motociclistas, mas é especialmente voltada para um público jovem que enfrenta seus primeiros quilômetros pilotando motocicletas de média cilindrada, já que o motor oferece apenas uma potência de 46,6 cv.

Até então, a Honda oferecia 4 modelos para esse perfil de cliente, começando pela esportiva CBR 500R, que logo se juntou à CB 500F naked e à CB 500X trail. Um pouco mais tarde, em 2017, viria a ser adicionado a CMX500 Rebel, um modelo cruiser que alcançou um sucesso imediato e surpreendente.

Ele não só triunfou entre os fãs dos modelos cruiser (é a custom mais vendida na Europa nos últimos dois anos), como também é muito popular entre os usuários (as mulheres registram 17% das vendas) e uma das preferidas para quem quer a primeira moto de média cilindrada para seus deslocamentos habituais.

Das 133 mil unidades vendidas na Europa desde 2013 dessas 4 motocicletas, a CB 500F monopolizou 38% delas, 28% da CB 500X, 19% da CMX e 14% da CBR. Alguns anos depois, a saga “500” deu as boas-vindas ao quinto membro da família com o lançamento da CL500.

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Um pouco mais de história

Certamente não é a primeira vez que a marca da asa dourada usa estas iniciais, pois foi em 1962 quando surgiram as primeiros CL72, que mais tarde seriam seguidas pelos CL250 ’68, CL350 ’68, CL450 ’70 e CL400 ’98.

A CL original já trazia no nome o termo scrambler, um tipo de motocicleta que estava em alta naquele período e que partia de modelos de estrada levemente modificados para que fossem capazes de trafegar em estradas de terra o poder das autênticas motocicletas off-road.

É exatamente esse conceito que se busca resgatar agora com a Honda CL500. O objetivo é oferecer uma motocicleta simples e acessível para todos os tipos de usuários, especialmente para novos pilotos que procuram um conjunto funcional, prático e divertido para viagens urbanas em estradas em todas as condições, mesmo as não pavimentadas.

Ela também é propícia para aqueles que anseiam por um design mais clean e que faça lembrar as motocicletas de outrora, e que permita ao condutor personalizar a estética do seu jeito, mas sem abrir mão da tecnologia moderna que garante um comportamento eficiente e baixos custos de manutenção.

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Configuração da Honda CL500

O desenvolvimento da nova scrambler da Honda recaiu sobre um grupo de engenheiros japoneses cuja idade média é de apenas 32 anos, uma amostra do ponto de união entre o passado e o presente que representa a mais recente versão da CL.

Para sua configuração, ela partiu originalmente da estrutura da CMX500, da qual são retiradas tanto a mecânica quanto o quadro. Ela utiliza a conhecida estrutura de aço multitubular com motor de sustentação e berço aberto, embora para a CL tenha sido projetado um subchassi específico e mais alto que o da Rebel, para aquele assento elevado, característico das motos scrambler.

O passo seguinte foi modificar a suspensão, que continua com um garfo convencional com barras de 41 mm e um par de amortecedores de 45 mm e pré-carga da mola regulável, embora com curso alargado para 150 e 145 mm, respetivamente.

Da mesma forma, foram utilizadas uma roda dianteira de 19 polegadas e uma roda traseira de 17, ambas em liga leve e com pneus Dunlop Trailmax Mixtour nos tamanhos 110/80 e 150/70.

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Outros atributos

Como sempre acontece, a modificação das suspensões e das rodas levou à alteração da geometria do chassi, já que o ângulo de direção foi reduzido para 27º (um a menos que a Rebel) e o avanço também foi reduzido para 108 mm (dois a menos).

Por fim, antecipando o maior dinamismo da CL, o equipamento de frenagem foi aprimorado com disco dianteiro de 310 mm e uma ação menos intrusiva do ABS em pistas de terra, além de ter liberado o sistema EMS (Emergency Stop Signals) que aciona automaticamente os indicadores de direção em caso de paradas bruscas.

Menos mudanças são encontradas na usina, que mantém sua arquitetura bicilíndrica em linha, com distribuição DOHC com 8 válvulas, 471 cm³, eixo de equilíbrio e desempenho de 46,6 cv de potência máxima a 8.500 rpm e torque de 4,5 kgf.m a 6.250 giros.

As pequenas alterações se concentram no sincronismo da injeção, na caixa do filtro com fluxo de ar otimizado, no desenvolvimento secundário mais curto (coroa de 41 dentes, mais um) e no escape com silenciador saindo fora do topo.

Do mesmo modo, outros elementos da Rebel também são usados, como o painel de instrumentos LCD com fundo preto, retrovisores redondos e iluminação full LED com o característico farol circular.

Honda CL500: bonita e funcional

A nova Honda CL500 é uma daquelas motocicletas cujo estilo scrambler moderno realmente se destaca, devido a sua silhueta simples marcada pelo tanque com protetores laterais, a superfície plana do banco e a presença marcante do silenciador, combinando com detalhes mais atuais, como o farol de LED, o chassi multitubular ou o motor refrigerado a líquido.

A propósito, essa novo Honda estará disponível na Europa a partir de maio, embora as reservas já possam ser feitas, em quatro cores, sendo laranja, verde, azul e preto, todas pelo mesmo preço de 6.750 euros, cerca de R$ 37.200 em conversão direta.

Mas, além disso, os usuários podem personalizar a imagem com uma extensa lista de acessórios que podem ser adquiridos separadamente ou em três pacotes pré-configurados (adventure, travel e style) que incluem elementos como para-lamas dianteiros elevados, numeração lateral da placa, assento mais alto e com tampa marrom, capas para a alça, máscara de farol, protetores de amortecedores, punhos aquecidos, tomada 12V ou malas.

Facilidade na pilotagem

Se tivéssemos que escolher um conceito para resumir o desempenho geral da nova scrambler da Honda, a facilidade de uso seria seu destaque. A CL500 se mostrou uma moto ideal para pilotos com menos experiência, graças a um caráter mais dócil e amável do que se poderia pensar pela sua imagem rebelde.

O um banco mais baixo (790 mm) junto com o compacto tanque de combustível 12 litros, formam uma figura bem estreita que transmite confiança, ao mesmo tempo em que proporciona a sensação genuína de estar em uma motocicleta off-road.

Todos os controles oferecem uma boa atuação, especialmente a alavanca da embreagem que pode ser controlada até com o dedo mínimo. Também devemos elogiar o design bem-sucedido das proteções de exaustão, pois elas evitam muito bem o risco de queimaduras e quase não transmitem calor ao usuário.

Claro que nem tudo é perfeito, pois o lado menos afortunado desta Honda se encontra na dificuldade de enxergar corretamente o painel de instrumentos em condições de sol forte.

Chassi e derivados

O chassi da CL500 também é uma importante fonte de confiança, graças ao comportamento sempre neutro e previsível. Destaca-se, sobretudo, pela sua soberba maneabilidade e obediência nas mudanças de direção, dando a impressão de ser um conjunto muito mais leve do que os seus 192 quilos de peso seco indicam.

Da mesma forma, parece que o centro de gravidade está perfeitamente localizado, nem muito alto, nem muito baixo, devido à facilidade de manter o equilíbrio em manobras em velocidade zero, o que nos faz imaginar que a Honda CL500 poderia muito bem se tornar um “best-seller” entre as escolas de condução, graças também ao bom trabalho dos freios, boa retenção e excelente progressividade.

A configuração da moto também reforça as qualidades off-road da scrambler japonesa, pois permite uma condução digna e confiável em pé, além de sentir uma distribuição equilibrada de peso em ambos os eixos.

Aqui, o limite estaria mais nas suspensões, cujas configurações suaves estão mais voltadas para o conforto diante dos obstáculos urbanos do que para favorecer a pilotagem esportiva seja no campo ou na estrada, justamente quando transcendem a excessiva oscilação do os amortecedores.

Finalizando a nova Honda CL500

A resposta do motor da CL500 trouxe menos surpresas do que imaginávamos, já que os benefícios do bicilíndrico 500 da Honda já são bem conhecidos. É um mecânico com um know-how indiscutível.

Embora as vantagens não sejam exageradas, seus 34,3 kW são distribuídos com total equilíbrio na forma de graves muito progressivos, médios vigorosos, adicionando um toque de emoção.

Ao final do dia testando pela primeira vez a nova Honda CL500, chegamos à conclusão que seu conjunto supera as barreiras de ser simplesmente uma motocicleta para iniciantes, como também nos parece um modelo interessante para motociclistas veteranos que procuram um conjunto tão eficaz como divertido no seu dia a dia.

Até o próximo teste!

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