Comparamos Honda CG 160 Titan e Yamaha Fazer 150 para entender o porquê de as versões topo de linha das motos mais vendidas do segmento street serem tão desejadas, seja por quem quer uma moto para trabalho ou simplesmente curtir a vida em duas rodas
Texto: Alexandre Nogueira
Fotos: Renato Durães
A Honda CG 160 Titan e a Yamaha Fazer 150 UBS brigam pelo consumidor que busca uma moto resistente e confiável, de manutenção simples e econômica, mas fogem do básico.
Neste comparativo, queremos mostrar as virtudes e qualidades de cada uma, mas garanto de antemão que é quase impossível qualificar uma como melhor que a outra, afinal ambas cumprem o que prometem e realmente a paixão pela marca é o principal fator para a decisão de compra quando a moto tem a finalidade de atender ao usuário comum, mas quando o assunto é trabalho, a ampla rede de atendimento pós-venda e o preço das peças de reposição fazem a marca da asa levar vantagem.
A Honda acaba de apresentar a linha 2022 da CG 160 Titan. As quatro versões (Start, Fan, Titan e Cargo) receberam uma nova moldura do painel e novo visual do corpo, principalmente a Titan e a Fan, que chegam com as abas do tanque mais volumosas. Na Titan, a rabeta também foi redesenhada.
A Honda CG 160, em todas as suas versões, vende uma média entre 25 mil e 30 mil motos mensalmente, acumulando mais de 250 mil emplacamentos até outubro deste ano e soma em sua história mais de 13,5 milhões de unidades!
Visual
O modelo da Honda ganhou novo design, que, aliado ao novo grafismo, deixou a Titan mais moderna, porém ainda é bem conservador. A Yamaha segue uma receita consagrada para a Fazer 150 que remete ao espírito esportivo da marca.
O conjunto óptico, as abas laterais do tanque e a rabeta com a lanterna traseira bipartida conferem um aspecto explicitamente mais radical. Há diferenças importantes de acabamento que favorecem a Titan, como o bacalhau e o suporte da pedaleira do garupa em alumínio, nas Fazer são de aço, mais simplórios.
Motor
A receita do motor é bem semelhante nos dois modelos, com um cilindro refrigerado a ar, cabeçote SOHC de duas válvulas e injeção eletrônica bicombustível. O motor Flex One da Honda utiliza balancins roletados para acionar as válvulas, enquanto o motor BlueFlex da Yamaha conta com balanceador antivibração, cada marca adotando a sua concepção para minimizar a vibração característica do motor monocilíndrico.
Quando abastecida com gasolina, a CG 160 Titan gera potência máxima de 14,9 cv a 8 mil rpm e torque de 1,4 kgf.m a 7 mil rpm. Se o combustível escolhido for etanol, a potência passa a ser de 15,1 cv a 8 mil rpm, e torque vai a 1, 45 kgf.m a 7 mil rpm. Já a Yamaha divulga 12,2 cv a 7 mil rpm e 1,3 kgf.m a 5.500 rpm de potência e torque máximos, quando abastecida com gasolina e 12,4 cv a 7.500 rpm e 1,3 kgf.m a 5.500 rpm respectivamente, quando abastecida com etanol.
De fato a maior cavalaria da Titan é um agradável diferencial, ela ganha velocidade mais rápido e com menos exagero nas rotações e chega com certa facilidade aos 140 quilômetros por hora, mesmo com garupa. Já a Fazer 150 pede uma tocada mais agressiva, com rotações mais altas do motor, e ela é mais lenta para atingir a velocidade máxima, tanto que ela enrosca em 120 quilômetros por hora e demora para atingir os 134 quilômetros por hora de máxima. Esse pode ser um fator decisivo de escolha.
Rodando na cidade, ambas têm consumo médio de 40 km/l, e é claro que esta medição pode variar bastante por conta do estilo de pilotagem de cada um, o peso transportado etc. A Fazer tem um tanque de 15,2 litros, sendo 3 litros de reserva, e chega a 130 quilos abastecida. A Titan tem depósito de 16,1 litros sendo 4,2 litros são de reserva, seu peso é de 134 quilos abastecida.
Suspensão
A receita para as suspensões dessas guerreiras é o tradicional e eficaz garfo telescópico convencional na dianteira e dois amortecedores com regulagem da carga da mola na traseira.
A Honda Titan tem 135 mm de curso na suspensão dianteira e 106 mm na traseira. As rodas de liga leve de 18 polegadas montam pneus Pirelli sem câmara, nas medidas 80/100 – 18 na frente e 90/90 – 18 atrás. Já a Yamaha Fazer tem 120 mm de curso na dianteira e 112 mm na roda traseira, e monta rodas de liga leve de 18 polegadas com pneus Metzeler ME Street sem câmara 2.75-18 na frente e 100/80-18 atrás.
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Na questão estabilidade e desempenho em curvas, ambas cumprem perfeitamente o que prometem, porém a suspensão da Yamaha mostrou-se mais macia. A da Honda é mais firme para aguentar a “buraqueira” das ruas e avenidas da cidade.
A ergonomia da Titan é bem ereta e propícia para encarar horas a fio montado nela, já a Fazer 150 tem as pedaleiras mais recuadas e proporciona uma postura mais esportiva, mas nem por isso é cansativa, faz você ter uma percepção diferente da motocicleta, até mesmo pelo visual esportivo do painel com o contagiros analógico e seu display LCD com indicador de marcha. O painel da Titan é totalmente digital e não traz indicador de marcha.
Freios
Quanto aos freios, ambas as fábricas recorreram ao sistema combinado, CBS (Combined Braking System) na Honda e UBS (Unified Brake System) na Yamaha. Ao acionar o pedal de freio traseiro, parte da força aciona o freio dianteiro em menor proporção. A divisão da frenagem passa a ser de aproximadamente 60% para a roda traseira e 30% para a dianteira. Apertando somente o freio dianteiro, aciona-se só a pinça dianteira, sem nenhuma ligação com o freio traseiro.
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Segundo os fabricantes, o sistema consegue uma redução de 20% no espaço de frenagem, em comparação com a utilização só do de trás. Na Titan, o disco dianteiro é de 240 mm de diâmetro e o tambor traseiro tem 130 mm de diâmetro.
A Fazer tem disco dianteiro de 245 mm e tambor de 130 mm atrás. Na prática, ambos os modelos são bem competentes e é bem difícil classificar um como melhor que o outro, mas achei o UBS da Fazer mais intrusivo na dianteira, ao acionar o pedal traseiro, o manete fica com uma desagradável folga que incomoda se você tiver que frear simultaneamente. No da CG 160 Titan, isso não acontece. Eu, particularmente, não gosto de freios combinados.
Preços e pós-venda
Os preços sugeridos são de R$ 13.310 para a CG 160 Titan e R$ 13.690 para a Fazer 150 UBS, ambos sem frete. Uma cotação média de seguro contra colisão, furto e roubo custa aproximadamente R$ 1.500 e R$ 1.200 respectivamente. As duas fábricas dão três anos de garantia. A marca da asa dá sete trocas de óleo na faixa e a dos diapasões oferece a seus clientes as revisões com preço fixo. Sem dúvida o esforço das marcas no pós-venda é ferramenta obrigatório para conquistar e cativar os clientes.
Conclusão
2º Yamaha Fazer 150
1º: Honda CG 160 Titan
A disputa pela categoria mais vendida de motocicletas no Brasil é acirrada, mas a hegemonia da marca da asa é indubitavelmente o legado de 45 anos do veículo a motor mais vendido da história automotiva do Brasil. Sim, a Honda CG já vendeu mais de 13,5 milhões de unidades desde seu lançamento em 1977, e a fama de confiabilidade mecânica e durabilidade ainda persistem.
A Yamaha Fazer 150 surgiu muito depois, derivada da primeira moto da Yamaha na categoria com motor de quatro tempos, a YBR 125. Cada marca tem o seu truque e a sua técnica para entregar o melhor conjunto, seja em desempenho, economia, conforto e prazer na pilotagem.
A gigante marca da asa vem aprimorando seu verdadeiro “Titan” a cada ano, e a versão 2022 está ainda melhor. A Fazer tem design mais agressivo e é tão competente quanto no quesito praticidade e economia, mas ela é um pouquinho mais lenta, afinal, três cavalos de potência fazem diferença num conjunto de 130 quilos.
A dúvida para escolher é natural, faça um test ride e veja qual faz a sua pulsação subir, afinal é por isso que pilotamos motocicletas!