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Honda CB750 Hornet é lançada no Brasil: a nova naked chega para ferroar a categoria

  • Publicado: 27/10/2025
  • 7 Minutos de leitura

A Honda CB 750 Hornet que acaba de pousar no Brasil é a redefinição de um mito. Ao quebrar a tradição do motor de quatro cilindros em linha, a Honda não cometeu um sacrilégio, mas sim uma revolução estratégica. A nova Hornet é uma moto que convida à pilotagem e, mais importante, recompensa o piloto com uma experiência que é ao mesmo tempo divertida e surpreendentemente fácil.

imagem lateral nova Honda CB750 Hornet
Honda CB750 Hornet 2026 – foto: Caio Mattos

Primeira impressão: uma leveza surpreendente

A primeira impressão, ainda parada, é o seu peso: apenas 180 kg a seco. Ao subir no assento (com altura acessível, cerca de 795 mm), a sensação de leveza é imediata, o que a torna incrivelmente amigável, mesmo para quem está migrando de cilindradas menores.

imagem lateral traseira Honda CB750 Hornet
Honda CB750 Hornet – foto: Caio Mattos

O peso reduzido e o novo chassi Diamond se unem para criar uma agilidade que beira o absurdo. Ela não apenas muda de direção; ela mergulha na curva com precisão cirúrgica, exigindo pouco esforço no guidão, ela parece reagir ao olhar, de tão rápida que é a resposta da ciclística.

imagem lateral piloto com a nova honda cb750 hornet
Ergonomia bem acertada – foto: Caio Mattos

Impressões ao pilotar: o pulso de 270º

O novo motor bicilíndrico paralelo de 755 cm³, com seu virabrequim defasado a 270º, é o coração desta experiência. Embora os 69,3 cv de potência a 7.000 da nova Hornet não quebrem recordes em uma era de motos acima de 200 cv, a Honda seguiu a cartilha de que potência se diverte, mas leveza domina. O torque máximo é de 7,0 kgf.m a 7.000 rpm e a entrega é a grande estrela:

imagem do motor da Honda CB750 Hornet
Motor bicilíndrico cheio de torque – foto: Caio Mattos
  1. Baixa e Média Rotação: O torque de 7,0 kgf.m chega cedo (a 7.000 rpm), mas é sentido de forma robusta e linear desde as rotações mais baixas. Isso faz da pilotagem urbana um prazer suave, sem a necessidade constante de redução de marchas.
  2. Alta Rotação: O motor é “alegre” e sobe de giro rapidamente, entregando os 69,3 cv sem hesitação. Ao sair para a estrada e acionar o modo SPORT, a Hornet se transforma. O motor puxa forte, mostrando que a redução de cilindros foi compensada pelo baixo peso e pela eficiência dinâmica.

Como esse foi um teste de apresentação da nova moto e primeiras impressões de rodagem na pista da Fazenda Capuava, não pudemos medir o consumo, mas a Honda garante médias de 25 km/l na cidade e eu pude comprovar esse número no consumo instantâneo do computador de bordo do novo painel TFT. O tanque comporta 15,2 litros, então podemos contar com uma autonomia acima de 300 km.

imagem piloto em curva com a cb750 hornet 2026
Ciclística excelente – foto: Caio Mattos

Construção simples e refinada

O grande trunfo da CB 750 Hornet é seu chassi compacto, desenhado obsessivamente para a agilidade, um conceito que a Honda define como “kibi kibi” – a eletrizante taxa de transição entre curvas.

imagem Honda CB750 Hornet preta
Versão preta- foto: Caio Mattos

Envolvendo o novo motor em uma estrutura de diamante de aço que pesa apenas 16,6 kg, a Honda manteve o peso a seco em impressionantes 180 kg. Esta massa reduzida, combinada com uma geometria astuta e uma distância entre eixos moderada (1.421 mm), resulta em uma dinâmica de manuseio quase telepática.

imagem da aba lateral da hornet 750
Visual minimalista – foto: Caio Mattos

A Hornet não apenas muda de direção; ela mergulha em busca do ápice como um raio. No teste de lançamento, ficou claro que a moto anda com entusiasmo, e em sequências de curvas, a troca de um lado para o outro é ridiculamente fácil.

imagem da aba leteral da hornet 750
O “zangão” estampado na aleta – foto: Caio Mattos

Esse alto grau de manobrabilidade de rolamento é intensificado pelo pneu traseiro de seção 160/60-ZR17. Em uma época em que o estilo dita pneus 180 (ou mais) para motos de alta cilindrada, a escolha da Honda é uma declaração de que, abaixo de 100 cv, o pneu mais estreito é pura funcionalidade, priorizando a velocidade de inclinação em detrimento do visual “musculoso”.

imagem do piloto com a hornet 2026
Leve e ágil – foto: Caio Mattos

O envelopamento eletrônico e ciclístico

A eletrônica é o seu escudo. O acelerador Ride-by-Wire e os quatro modos de pilotagem (em especial o User, totalmente customizável) permitem adaptar a moto ao seu humor ou à condição da pista.

  • Freios: O conjunto Nissin com pinças radiais e discos de 296 mm na dianteira e ABS é potente e oferece excelente tato, transmitindo segurança.
  • Suspensão: O garfo invertido Showa SFF-BP cumpre sua função com excelência, absorvendo bem as imperfeições da pista sem ser excessivamente mole. A traseira adota um monoamortecedor com sistema Pro-Link com regulagem na pré carga da mola. Achei o setup de fábrica impecável para uma moto de uso diário e de vocação urbana.

Veredito: facilidade com veneno

A nova Hornet chega às lojas a partir da segunda quinzena de novembro nas cores nas cores branco perolizado e preto metálico. Por fim, seu preço sugerido é de R$ R$ 53.694, valor que não inclui o frete.

A CB 750 Hornet é, acima de tudo, uma moto fácil de pilotar, tornando-se uma excelente opção para quem busca uma Naked de média alta cilindrada. Mas não se engane: a Honda injetou o “veneno” certo. Ela tem o desempenho e a eletrônica para divertir os mais experientes e a leveza para não intimidar os novatos.

Em suma, a lenda não apenas renasceu; ela se modernizou, se tornou mais inteligente e está pronta para ser a nova rainha das ruas brasileiras.

Vale a pedida? Uma breve relação com as rivais

Ao comparar a nova Honda CB 750 Hornet com Yamaha MT-07 e a Suzuki GSX-8S, fica evidente como cada uma adota uma proposta diferente dentro do segmento. A Hornet é a mais racional do trio. Com 68 cv e 7,6 kgf.m de torque, ela aposta em uma construção simples, baixo peso e agilidade impressionante. Ou seja, qualidades que a tornam extremamente precisa nas manobras e ágil no trânsito urbano.

imagem lateral piloto com a honda cb750 hornet 2026
Conjunto excelente para o dia a dia – foto: Caio Mattos

A Yamaha MT-07, por outro lado, entrega uma pilotagem mais visceral, com 73 cv a 8.750 rpm e 7 kgf.m de torque já a 6.500 rpm. Ou seja, oferecendo respostas mais rápidas e uma tocada mais “endiabrada”. Contudo, ela tem preço mais alto, na casa dos R$ 58 mil sem o frete.

Já a Suzuki GSX-8S é a mais potente e, curiosamente, também a mais barata. Seu motor rende 83 cv a 8.500 rpm e 8 kgf.m de torque. Além disso, a pedida é na faixa dos R$ 48,5 mil, ou seja, é uma opção de excelente custo-benefício, mesmo com seus 202 kg.

No fim das contas, a Suzuki atrai pela potência e preço. Já a MT-07 chama mais atenção pela emoção e pela paixão pela marca e a performance de seu produto. A Hornet, por fim, se destaca pelo equilíbrio e pela racionalidade. Além disso, a ampla rede de concessionárias da Honda sempre joga a favor. Em suma, essa novidade tem atributos que reforçam o DNA da marca e a fazem dela uma escolha sensata e prazerosa de pilotar.

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