A Ducati fez da Panigale Superleggera V4 uma das mais exclusivas motocicletas licenciáveis do mundo. Muita potência, materiais nobres e 500 unidades vendidas ao redor do mundo a 115.000 euros.
Texto: Victor Gancedo
Edição: Alexandre Nogueira
Fotos: Ducati
Aproveitando a sua vasta experiência e sucesso no Campeonato Mundial de Superbike e MotoGP, a Ducati preparou a exclusiva Superleggera V4, uma superbike de pista habilitada para as ruas e estradas. Muita fibra de carbono, juntamente com um motor muito potente e componentes eletrônicos muito avançados são aplicados numa série limitada de 500 unidades. Com preço fixado em 115.000 euros, a Ducati Superleggera V4 é a única motocicleta que pode ser licenciada para uso nas ruas utilizando chassi, subquadro, balança traseira e rodas de fibra de carbono.
A Ducati criou a superbike de rua mais exclusiva de todos os tempos aproveitando sua grande experiência no mais alto nível das competições. Ela foi idealizada para representar a mais alta expressão de orgulho da engenharia italiana, com inovação, atenção aos detalhes e diferenciado atendimento ao cliente.
Além disso, foi desenvolvida para ter o melhor desempenho na pista e oferecer a confiabilidade e a facilidade necessárias também para seu uso na estrada. Para isso a Ducati anuncia uma redução de peso de cerca de 7 kg em comparação à Panigale V4 “normal”. Seu quatro cilindros em V a 90° de 998 cm³ também foi colocado em uma dieta e pesa 2,8 kg a menos do que o V4 de 1.103 cm³ de suas irmãs. A carenagem é confeccionada em fibra de carbono, totalmente inspirada na MotoGP de última geração, além do menor peso, anuncia melhora na aerodinâmica. As asas laterais garantem, segundo a fábrica, uma carga vertical de 50 kg ao atingir 270 km/h.
O motor Desmosedici Stradale R gera 224 cv de potência a 15.250 rpm, em sua configuração de rua, e 234 cavalos com o kit de corrida, já incluído no preço. Destacam-se tecnologias como a embreagem seca de placas múltiplas STM EVO-SBK e os coletores de admissão que mudam de comprimento, dependendo da rotação. Também impressionante é o virabrequim com bielas de titânio. Com a configuração em V de 90° dos cilindros e o intervalo de ignição de 0º, 90º, 290º e 380º, seu som fica muito próximo ao da Desmosedici de MotoGP.
O peso anunciado para o conjunto é de apenas 159 kg, que é ainda reduzido para 152 kg com o kit de corrida mencionado anteriormente. Assim equipada, a relação peso-potência é de apenas 0,64 kg para cada cavalo, mais um recorde para uma superbike de rua.
Equipamentos dos sonhos
A Superleggera V4 possui os componentes eletrônicos mais avançados do momento, falando de motocicletas de rua, com uma plataforma inercial de seis eixos, modos de condução Race A, Race B e Sport, juntamente com as especificações EVO 2 para controle de tração e quick-shift bidirecional para as marchas. Todos os recursos, como ABS Cornering, Slide Control, Controle de Wheelie e Controle de Freio, têm especificações EVO. Nas suspensões, componentes da mais alta qualidade da Öhlins, com um garfo NPX25/30 pressurizado com tratamento antifricção e amortecedor traseiro TTX36 com mola de titânio. A Brembo assina os freios, destacando a bomba MCS 19.21 com ajuste remoto da alavanca, os grandes discos de 330 mm e as novas pinças de freio Stylema R, desenvolvidas exclusivamente para esta moto.
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As suspensões e os freios são mais que apropriados para corridas, seja no autódromo de Interlagos ou no TT da Ilha de Man. A instrumentação possui uma tela TFT de 5 polegadas devidamente condicionada para um modelo premium e exclusivo como a Superleggera V4. O conta-giros domina o cenário com uma escala que termina em 16.500 rpm, com a barra seguindo por uma trilha branca, que muda para laranja quando é atingido o momento ideal para mudar de marcha e para vermelho quando se aproxima o ponto de corte da ignição. Possui modos de exibição de pista e estrada e o carregamento do mapa do motor desenvolvido para o kit Racing permite um terceiro modo chamado RaceGP, desenvolvido para uso exclusivo em pista.
Detalhes minuciosos
O grande cuidado com os detalhes é evidente em elementos como a tampa do radiador de alumínio usinado ou a chave de ignição equipada com um aplique de alumínio com a numeração da motocicleta.
Além dos grandes elementos de fibra de carbono mencionados acima, há elementos menores incorporados, como as aletas, tampa do tanque, painel de instrumentos, tampa da roda dentada dianteira, tampa da embreagem e proteção do escapamento. A grande porca do cubo traseiro de titânio é outro elemento exclusivo.
O alto preço da Ducati Superleggera V4 inclui um teste da Panigale V4 R com o qual a marca italiana compete no Mundial de Superbike. Isso acontecerá durante um evento exclusivo chamado SBK Experience. A Ducati também preparou uma Moto GP Experience na qual trinta compradores da Superleggera V4 poderão testar a Desmosedici GP20 no circuito de Mugello, embora, por essa experiência, eles tenham que pagar 20.000 euros separadamente e apresentar certos requisitos físicos. Outros detalhes exclusivos incluídos no preço são um traje Dainese D-air e um capacete Arai em fibra de carbono. Ambos podem ser personalizados com logotipos e cores escolhidas pelo cliente.
Também estão incluídos um carregador de bateria e cavaletes dianteiro e traseiro. O kit Racing é composto por escapamento de titânio Akrapovic, tampa da embreagem de fibra de carbono aberta, Ducati Data Analyzer, tampa do tanque de corrida, proteção da alavanca do freio dianteiro, bem como várias coberturas para remover grupos de luzes dianteiras e traseiras, espelhos retrovisores, suporte de placas, etc. No Brasil a Ducati Superleggera V4 pode ser encomendada e reservada com sinal de 100 mil reais, e o preço final é de 700 mil reais.
A evolução tecnológica
O regulamento do campeonato mundial de Superbike exige produção em série das motos que participam do certame, isto impulsiona a Ducati há anos no desenvolvimento de motos cada vez mais potentes e exclusivas para rodar nas ruas.
Inspirada na D15 6GP6 (2008): A Ducati Desmosedici RR foi a primeira superesportiva da marca a usar motor V4 (998 cm³ / 200 cv / 171 kg)
1198 SUPERLEGGERA (2014): Desempenho muito próximo de uma legítima SBK do mundial com peso extremamente baixo (1.198 cm³ / 202 cv / 155 kg)
1299 SUPERLEGGERA (2017): A Ducati “pulou” o regulamento e produziu um V2 de 1.285 cm³ para rua, o que permitiu 2017 chegar aos 215 cv (1.285 cv³ / 215 cv / 156 kg)
DADOS DE FÁBRICA
Desmosedici V4 a 90° | arrefecido a líquido
DOHC | 16 válvulas | câmbio 6 marchas
Cilindrada: 998 cm³
Potência máxima: 224 cv a 15.250 rpm
Torque máximo: 11,7 kgf.m a 11.750 rpm
Diâmetro x curso do pistão: 81×48,4
Taxa de compressão: 14,0:1
Quadro: Front Frame em fibra de carbono
Cáster: 24,5°
Trail: 100 mm
Suspensão dianteira: Garfo invertido Öhlins NPX 25/30 multiajustável
Suspensão traseira: Monoamortecedor Öhlins TTX 36 multiajustável
Freio dianteiro: Discos de 330 mm, pinças radiais de 4 pistões ABS EVO
Freio traseiro: Disco de 245 mm, pinça de 2 pistões Cornering ABS EVO
Modelo do pneu: Pirelli Diablo Supercorsa SP
Roda dianteira: 200/60 – ZR 17
Roda traseira: 120/70 – ZR 17
MEDIDAS
Comprimento: n.d.
Largura: n.d.
Altura do assento: 835 mm
Entre-eixos: 1.480 mm
Tanque: 16 litros
Peso (OM): 159 kg
Preço: 115.000 euros