<p>Uma das novidades da linha Harley-Davidson 2015 aqui no Brasil, a Breakout entrou para o catálogo da marca nos Estados Unidos e na Europa em 2013. Com acabamento diferenciado e alguns equipamentos exclusivos, ela é o que podemos chamar de “top de linha” dentro da família Softail.<br />
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Na verdade, a Breakout já foi comercializada aqui no ano passado, mas na versão CVO (confira o teste na edição impressa nº 199 da MOTOCICLISMO, de julho de 2014), uma exclusivíssima série especial que conta com tantas modificações que pode ser considerada outra moto.</p>
<p><img alt="Estilo é um ponto forte da Breakout. O pneu traseiro de 240 mm ajuda muito nesse sentido" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/hd2_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>
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Foram comercializadas apenas 30 unidades da CVO por quase R$ 100.000 cada uma. Além das linhas gerais belíssimas, a Breakout traz componentes e soluções de muito bom gosto e que contribuem ainda mais para o belo visual da moto. Itens com certo ar retrô, como as rodas, por exemplo, que são exclusivas desse modelo e foram inspiradas nas Gassers das décadas de 1950/60, formam um conjunto harmonioso com detalhes modernos, como o largo pneu traseiro e a iluminação por LEDs. </p>
<p><img alt="Longa e baixa, seu ângulo de inclinação é apenas 23,4°" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/hd3_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>
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O acabamento da moto agrada bastante — ainda mais com essa pintura especial —, contudo, mesmo que o aspecto geral e a qualidade do material sejam ótimos, a marca derrapa feio em alguns detalhes como parafusos do escape, botão de ignição e, principalmente, nas pedaleiras, que combinam muito mais com uma popular 125 cm³ do que com uma moto premium de quase R$ 60 000. É quase obrigatório substituí-las de tão destoantes que são… E é essa mesmo a intenção da Harley. </p>
<p><img alt="Harley-Davidson Softail Breakout em ação" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/hd1_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>
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Basta sentar na moto para notar que a posição de pilotagem encaixa melhor pilotos com mais de 1,75 m, já que o guidão reto e as pedaleiras estão bastante adiantados. À nossa frente, o painel é composto por apenas um velocímetro e seu pequeno display digital, que por meio do botão “trip”, no punho esquerdo, pode alternar a informação entre hodômetro total, dois parciais, relógio e os sempre úteis indicador de marcha e conta-giros.<br />
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Confortável, o banco é generoso nas dimensões, quantidade de espuma e fica a apenas 660 mm do solo. Isso é uma boa notícia, já que, com os dois pés bem plantados no chão, a tarefa de movimentar os mais de 320 kg da moto em manobras fica mais fácil. </p>
<p><img alt="O painel é minimalista, mas combina com o estilo da moto. Tem conta-giros e indicador de marcha" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/hd4_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>
<p>Maneabilidade em baixa velocidade não é um ponto forte de nenhuma moto com essa configuração, e com a Breakout não é diferente. Pesada, com distância entre eixos enorme e ainda por cima com um pneu traseiro de 240 mm, ela exige que o piloto calcule bem as manobras. Contudo, uma vez em movimento encontramos uma moto fácil de pilotar e, depois de alguns quilômetros, logo nos adaptamos às suas reações e curtimos todo o prazer que ela proporciona. </p>
<p><img alt="A Breakout tem muita personalidade e agrada na pilotagem, mas há concorrentes tecnicamente superiores e que custam menos " height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/hd7_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>
<p>Aliás, o prazer ao pilotar uma Harley é algo curioso. Sabe aquela história de que não adianta tentar explicar o prazer que é andar de moto porque quem não anda jamais vai entender e para quem já anda você não precisa explicar? Pois é, com a Harley é algo parecido. Quem não gosta da marca (ou de motos custom) jamais vai entender, mas para quem já foi contaminado pelo vírus de Milwaukee, não é preciso explicar.<br />
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Além da tradição e do estilo, a Breakout cativa pela eficiente ciclística e pelo poder de seu V2, ainda que, inexplicavelmente, a filial brasileira insista na utilização do motor de 96 pol³, enquanto na Europa e nos EUA o modelo só é vendido com o mais moderno e forte Twin Cam 103.</p>
<p><img alt="Só no Brasil ainda é utilizado o Twin Cam 96. O V2 103 (1 690 cm³) faria muito bem à Breakout" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/hd5_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>
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Mais uma vez comprovamos o incrível acerto que a Harley conseguiu dar para as suspensões de suas Softail. Quem vê o visual rabo-duro e o curso de apenas 79 mm na suspensão traseira jamais imagina como a moto é confortável. Realmente surpreendente e, podemos dizer, sem igual entre as custom.<br />
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Além disso, toda a linha Softail 2015 ganhou importantes aprimoramentos no freio dianteiro, visando maior poder de frenagem e melhor tato. O disco passou de 292 para 300 mm, a pinça é nova e conta com pistões maiores (são quatro). Segundo a marca, houve uma redução de 40% na força que o piloto deve aplicar no manete durante uma frenagem. O ABS é de série. </p>
<p><img alt="Os freios estão muito melhores nas Softail 2015. Mais eficiência e melhor tato" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/hd8_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>
<p>O preço da Breakout começa em R$ 58 700 para a cor preta, vai a R$ 59 150 se você quiser em vermelho, azul ou prata e chega a R$ 60 350 na Hard Candy Quicksilver Flake (ufa!), como a “nossa”, avaliada neste teste.</p>
<p><strong>Em 4 palavras</strong></p>
<p><strong>CIDADE</strong></p>
<p> Quem compra uma custom desse tamanho já sabe que terá de ter paciência se desejar utilizá-la no trânsito urbano. Ela é larga (tanto o guidão quanto as pedaleiras) e pouco ágil em manobras, mas, em vias rápidas ou sem engarrafamentos, vai razoavelmente bem. As suspensões surpreendem.</p>
<p><strong>ESTRADA</strong></p>
<p> Leve em conta que é uma moto sem proteção aerodinâmica e que a posição de pilotagem não é a mais confortável, mas, mesmo assim, ela é puro prazer quando pegamos a estrada. Em trechos sinuosos nunca se esqueça de que a inclinação é bem limitada.</p>
<p><strong>GARUPA</strong></p>
<p>Basta olhar para as dimensões do assento para rapidamente concluir que, com o banco original, garupa só em curtos deslocamentos. A suspensão traseira até dá conta do recado, mas o conforto e a posição são realmente ruins para <br />
o passageiro. </p>
<p><strong>CUSTO-BENEFÍCIO</strong></p>
<p>Na ponta do lápis, há opções mais atraentes considerando os quase R$ 59 000 pedidos pela Breakout, como, por exemplo, Suzuki M1800R Boss e Triumph Thunderbird. Contudo, elas não trazem o Bar & Shield no tanque, <br />
e, para alguns consumidores, isso não tem preço. </p>
<p><strong>Medições</strong></p>
<p><img alt="Gráfico extraído da avaliação da Softail Breakout no dinamômetro" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/harley3_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>
<p>Potência máxima na roda = 47,6 cv a 4 880 rpm</p>
<p>Torque máximo na roda = 9,07 kgf.m a 2 900 rpm</p>
<p>Potência específica = 30 cv/l</p>
<p>Relação peso-potência = 6,76 kg/cv</p>
<p>Consumo médio = 19 km/l (misto entre cidade e estrada)</p>
<p>Autonomia média = 359 km</p>
<p>O motor Twin Cam 96B poderia entregar mais potência sem sacrificar a robustez e o torque em giros mais baixos. Segundo o dinamômetro, são apenas 30 cv/litro, o que é muito pouco nos dias atuais, mesmo para um propulsor que não tem compromisso com a esportividade. </p>
<p><strong>Conclusão, por Gabriel Berardi</strong></p>
<p>Já faz alguns anos que, na minha opinião, a linha Softail é a mais interessante no line-up da Harley. Possuem excelente ciclística, ótimos motores e são muito mais confortáveis que as Sportster e Dyna e mais leves e versáteis que as Touring. As V-Rod são outro assunto. A Breakout me agradou bastante pelo conjunto e, salvo exceções pontuais, pelo capricho na construção, no acabamento e no design. Mas, sim, ela tinha que ter o V2 103. Se você faz questão de ter uma Harley-Davidson e gosta desse estilo (como eu), vá fundo. Agora, se para você a técnica e a performance têm mais peso do que a marca, leve em conta as concorrentes.</p>