Conheça a MT-10, 'MonsTro nota 10' da Yamaha
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Conheça a MT-10, 'MonsTro nota 10' da Yamaha

8 Minutos de leitura

  • Publicado: 29/08/2016
  • Por: jmesquita

<p>Desde que começaram a circular as informações de que a Yamaha estava preparando uma versão de 1 000 cm³ para a família “Master of Torque”, já imaginávamos que vinha coisa (muito) boa por aí… E estávamos certos!</p>

<p><img alt="A MT-10 é uma moto para poucos, não só pelo preço, mas principalmente pelo conjunto. E o visual a torna ainda mais diferenciada" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/yamaha_mt10_naked_moto_motociclismo_2016_2_620x467.jpg" style="margin: 0px auto; display: block; width: 620px; height: 467px;" /></p>

<p>Ela demorou um pouco a chegar, mas é daqueles casos em que valeu a pena esperar. A MT-10 deixou estupefatos todos que a experimentaram na sua apresentação internacional na Espanha, ocasião em que pudemos testar a novidade da Yamaha por 350 km por boas estradas e todo tipo de curvas na região de Almeria.</p>

<p>Para definir a futurista MT-10 é preciso utilizar muito adjetivos. Por um lado é agradável, prática, ágil e leve, por outro, é agressiva, rápida, explosiva e radical. Lendo isso pode parecer impossível que uma moto reúna qualidades tão díspares, mas os caras da Yamaha Motor Company fizeram realmente um trabalho incrível.</p>

<p><img alt="A MT-10 é tão curta quanto uma MT-07 e seu peso cheio declarado é de apenas 210 kg" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/yamaha_mt10_naked_moto_motociclismo_2016_5_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Tecnicamente é uma moto muito completa, com um prodigioso motor de última geração apoiado em uma avançada eletrônica e uma ciclística desenvolvida em circuitos e com componentes de alta qualidade. Uma legítima supernaked!</p>

<p><strong>PASSIONAL</strong><br />
<span style="line-height: 1.6em;">Ainda que pareça que os fabricantes japoneses são menos passionais que os europeus, está claro que não podemos generalizar. O maior exemplo disso é a própria Yamaha, que ultimamente está fugindo a essa “regra”, fazendo motos com muito caráter e inquestionável magnetismo.</span></p>

<p>Além de passional, a MT-10 emana qualidade e emoção. O seu design é realmente polêmico e custa um pouco nos acostumarmos a ele, mas basta dar a primeira volta com a moto para esquecermos qualquer questão “estética”.</p>

<p>O motor “crossplane” (com intervalo de ignição entre os cilindros defasado em 270°) é uma delícia, além de muito forte. O seu comportamento e som lembram os dos melhores V4 e é muito especial em todos os sentidos, com um funcionamento que se destaca de todos os demais quatro cilindros em linha.</p>

<p><img alt="A proteção proporcionada pelo pequeno defletor é maior do que parece. Fixado diretamente ao chassi, alivia a direção" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/yamaha_mt10_naked_moto_motociclismo_2016_10_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Com relação ao motor tetracilíndrico da YZF-R1, da qual ele deriva, a Yamaha declara ter substituido 40% de suas peças, baixando a potência para 160 cv a 11 500 rpm e o torque para 11,5 kgf.m a 9 500 rpm. O corte da ignição também foi adiantado para 12 000 rpm, cerca de 2 000 rpm antes que na superbike.</p>

<p>Contudo, a MT-10 anuncia maiores doses de torque a baixas e médias rotações, conseguidas graças à maior inércia proporcionada por virabrequim e bielas mais pesados, assim como pelo novo sistema de injeção.</p>

<p><strong>QUASE O MESMO MOTOR DA R1</strong><br />
O motor “crossplane” compartilha a base com o da YZF-R1, mas leva 40% de novos componentes. O tetracilíndrico desta supernaked utiliza pistões novos e um cabeçote retrabalhado para reduzir a taxa de compressão para 12:1 (é de 13:1 na R1) e incorpora válvulas de admissão de menor diâmetro (de 33 para 31 mm).</p>

<p><img alt="Com 998 cm³, o motor da Yamaha MT-10 rende 160 cv de potência máxima" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/yamaha_mt10_naked_moto_motociclismo_2016_3_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Além disso traz comandos de válvulas específicos, um virabrequim mais pesado e bielas de aço no lugar das de titânio que estão presentes na superbike. O sistema de injeção também é inédito e se destaca por trazer um único injetor por cilindro e contar com caixa de admissão maior. Já os coletores de escape também substituíram o titânio por aço e o silenciador ganhou um novo formato. </p>

<p>A caixa de câmbio e a embreagem com sistema antibloqueio são as mesmas da R1, mas a coroa traz dois dentes a mais (43), limitando a velocidade máxima a 245 km/h.</p>

<p>Na ciclística as alterações chegam em menor quantidade, ainda que também sejam importantes. O chassi de dupla viga de alumínio, a balança e as suspensões mantêm as especificações, ainda que as calibragens desta última tenham sido alteradas.</p>

<p>As novidades mais importantes encontramos nas mesas da direção, que foram desenhadas de acordo com o novo guidão alto que as comanda. O conjunto conta ainda com amortecedor de direção com ajuste eletro-hidráulico. As rodas são novas e a bomba do sistema de freio dianteiro não é radial.</p>

<p>Com tudo isso, o peso divulgado em ordem de marcha são 210 kg, um número baixo para o segmento de supernakeds. A distância entre-eixos é de apenas 1 400 mm (igual à da “pequena” MT-07), o que faz com que a MT-10 seja uma moto realmente ágil e rápida nas reações.</p>

<p><strong>SENSACIONAL</strong><br />
<span style="line-height: 1.6em;">Assim que damos a partida no motor o som que sai do escape imediatamente nos faz lembrar da YZF-R1. As quatro explosões diferenciadas a cada duas voltas do virabrequim fazem com que a melodia que chega a nossos ouvidos seja muito característica.</span></p>

<p><img alt="Além dos comandos tradicionais, no punho esquerdo estão os do controle de tração e do piloto automático" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/yamaha_mt10_naked_moto_motociclismo_2016_6_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>O funcionamento está muito equilibrado e a ausência de vibrações é total. A resposta ao acelerador é imediata, e tanto a embreagem quanto a caixa de câmbio apresentam um acionamento impecável.</p>

<p>O único ponto que não agradou tanto é a sensibilidade extrema do acelerador que, especialmente nas primeiras voltas com a moto, exige especial atenção na dosificação. Ainda assim, é apenas uma questão de gosto de cada um.</p>

<p>Quando começamos a rodar com o motor em baixas rotações a Yamaha MT-10 mostrou-se muito agradável e funcional, sendo conduzida sem trancos e empurrando sempre de maneira suave e constante.</p>

<p>Agora, se você parar em um cruzamento e resolver arrancar de forma mais “enérgica”, a situação muda muito. Em primeira marcha é muito fácil fazer a roda dianteira sair do chão, e o mesmo acontece em segunda e até em terceira!</p>

<p><img alt="Chassi e balança são os mesmos da R1 e a “pegada” é brutal. Até mesmo em terceira marcha basta dar mão para a roda levantar!" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/yamaha_mt10_naked_moto_motociclismo_2016_11_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>É uma moto que deixa claro que, para aproveitar todo seu potencial, exige um alto grau de concentração e um piloto experiente. Totalmente contraindicada para iniciantes! Não é uma motocicleta indomável, mas ela não tolera brincadeiras — ou falhas —, pois entrega uma força brutal e exige os cinco sentidos para pilotá-la.</p>

<p>Tudo isso já acontece no modo de motor “Standard”, ou seja, as coisas podem ficar ainda mais radicais se optarmos pelos modos “A” ou “B”. Os valores máximos de potência e torque são os mesmos nos três modos, mudando a entrega em baixas e, especialmente, em médias rotações.</p>

<p>Acelerá-la ao limite de giros, jogando marcha em cima de marcha, é uma sensação indescritível, mas para fazê-lo, é preciso ter certeza de que há muito espaço livre à nossa frente.</p>

<p><img alt="A lanterna traseira de LED é a mesma da MT-09. A posição dos piscas permite a fixação de malas" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/yamaha_mt10_naked_moto_motociclismo_2016_8_620x467.jpg" style="margin: 0px auto; display: block; width: 620px; height: 467px;" /></p>

<p>Naturalmente a eletrônica está lá para nos ajudar a domar essa fera, já que a moto conta com um sofisticado sistema de controle de tração com três níveis de atuação, que pode ser desligado e que nos ajuda a sentir-nos mais seguros sobre a MT-10 em todos os momentos.</p>

<p>Uma característica peculiar é que tanto os modos de motor como o controle de tração contam com memória e não mudam, mesmo desligando a moto pela chave.</p>

<p><strong>ADIANTADA</strong><br />
<span style="line-height: 1.6em;">Com relação à R1, a posição de pilotagem da nova MT é mais ereta e natural e está um pouco mais adiantada, graças a um tanque de combustível mais curto. Como o virabrequim, bielas e coletores são mais pesados, ela apoia mais peso no eixo dianteiro, e isso é notado desde que não aceleremos de forma brusca em marchas curtas e mantenhamos o corpo em uma posição adiantada ao girar a manopla do acelerador de maneira enérgica.</span></p>

<p>Apesar dessa “leveza” da dianteira em algumas situações, não significa que ela seja uma moto nervosa, já que a direção se mantém estável e ela se dirige com precisão ao ponto que desejamos. Também surpreende  a velocidade com que ela deita de um lado para outro em sequencias de curvas, por tratar-se de uma “Senhora Mil”.</p>

<p><img alt="A instrumentação lembra o layout da R1, mas neste caso é uma tela de LCD e não TFT colorido como na superbike" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/yamaha_mt10_naked_moto_motociclismo_2016_4_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Além do guidão alto, o fato do grupo óptico dianteiro “alienígena” e do painel de instrumentos serem fixados diretamente ao chassi pode ser um dos segredos para que a direção obedeça com tanta rapidez.</p>

<p>O bom trabalho das suspensões e a potência de frenagem também mostram que estamos diante de uma moto moderna e muito bem desenvolvida, mas também é verdade que quando fazemos muitas frenagens seguidas chegamos a sentir falta do tato de uma bomba radial, que é mais direto e nos permite frear com menos esforço, ainda que isso não signifique, em absoluto, que faltem freios à MT-10.</p>

<p><strong style="line-height: 1.6em;">CONFORTÁVEL</strong><br />
<span style="line-height: 1.6em;">Em linhas gerais, a MT-10 é confortável. O banco é plano e a espuma, apesar de bem firme, não nos cansou após um dia inteiro de teste. Ele é mais estreito na parte dianteira, o que facilita alcançar o chão com os pés (alguém de 1,80 m apoia as duas plantas do pé no chão) e nas manobras, ainda que a direção vire muito pouco.</span></p>

<p>A proteção aerodinâmica é melhor do que se espera, com os joelhos bem escondidos e boa proteção para a parte alta do nosso tronco. Quem não encontrará algo tão bom é o garupa, que tem destinado um assento pequeno, pedaleiras altas e adiantadas e nenhum tipo de alça. Só resta a ele abraçar forte quem estiver pilotando para não sair voando na primeira acelerada. </p>

<p><img alt="Apesar da potência, é fácil pilotar a MT-10. A estabilidade é impecável e a diversão nas curvas está garantida" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/yamaha_mt10_naked_moto_motociclismo_2016_7_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>A Yamaha do Brasil não confirma a chegada da MT-10 ao Brasil, mas dada a sintonia da marca com os últimos lançamentos mundiais, <strong>não será surpresa se ela chegar.</strong> Lá fora ela custa cerca de 24% menos que a R1, <strong>o que seria algo ao redor de R$ 47 000. </strong></p>

<p><strong>FICHA TÉCNICA</strong></p>

<p>Motor tetracilíndrico em linha  I  4 tempos  I  arrefecido a líquido  <br />
DOHC  I  16 válvulas  I  injeção eletrônica  I  6 marchas transmissão por corrente</p>

<p>Cilindrada: 998 cm³ <br />
Potência máxima: 160 cv a 11 500 rpm <br />
Torque máximo: 11,3 kgf.m a 9 000 rpm <br />
Diâmetro x curso: 79,0 mm x 50,9 mm <br />
Taxa de compressão: 12,0:1 <br />
Quadro: Dupla viga de alumínio<br />
Cáster / Trail: 24° / 102 mm <br />
Suspensão dianteira: Telescópica invertida <br />
Suspensão traseira: Monoamortecedor <br />
Curso dianteiro / traseiro: 120 mm / 120 mm <br />
Regulagens:  3 vias / 3 vias <br />
Freio dianteiro: 2 discos de 320 mm<br />
Freio traseiro: 1 disco de 220 mm <br />
Pinça dianteira: Radial monobloco de 4 pistões (ABS)<br />
Pinça traseira: 1 pistão (ABS) <br />
Pneu / roda dianteira: 120/70-17”/ 3,5”<br />
Pneu / roda traseira: 190/55-17”/ 6,0”</p>

<p><strong>Medidas</strong><br />
Comprimento: 2 095 mm  <br />
<span style="line-height: 1.6em;">Altura do assento: 825 mm<br />
Entre-eixos: 1 400 mm</span><br />
<span style="line-height: 1.6em;">Peso cheio: 210 kg</span><br />
<span style="line-height: 1.6em;">Tanque: </span><span style="line-height: 1.6em;">17 litros</span></p>

<p><span style="line-height: 1.6em;">O que achou da MT-10? </span><b style="line-height: 1.6em;">Deixe sua opinião! </b></p>

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