Moto para quem quer entrar no seleto mundo BMW, a pequena aventureira G 310 GS recebeu várias modificações que a deixaram mais tecnológica, interessante e chamativa
Texto: Ismael Baubeta
Fotos: Brumel Neto
A BMW G 310 GS foi lançada em 2016 e, em 2017, estivemos em Barcelona para o lançamento mundial da moto. Segundo os executivos da BMW, o modelo foi pensado e desenvolvido para o mercado asiático e brasileiro, conhecidos pelo grande contingente de motos de baixa cilindrada e enorme potencial para motocicletas premium. Segundo a fábrica, o Brasil é o país em que mais se vendem as pequenas GS, a porta de entrada para o mundo BMW.
Quatro anos depois de sua chegada no Brasil a G 310 GS continua agradando, mas desde o lançamento nada significativo havia mudado na moto, apenas pequenos detalhes visuais.
Ano passado a BMW anunciou um pacote de mudanças na G 310 GS que agora é oferecido por aqui. A maioria das novidades são pouco aparentes, embora elas chegaram para oferecer mais conforto na pilotagem.
O design renovado da BMW G 310 GS
Se você olhar a G 310 GS vai perceber que o design foi modernizado com linhas mais agressivas que podem ser vistas no tanque e no formato das aletas, agora com mais vincos e pontiagudas. O farol e a lanterna traseira também foram reestilizados e agora iluminam por LED dando mais identidade à pequena GS.
Chama a atenção o nível de acabamento desta pequena BMW, seja pela qualidade dos encaixes das peças plásticas, seja nas peças metálicas, como as grandes alças integradas ao bagageiro e a mesa sobre a qual está o logotipo da hélice.
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A ergonomia continua a mesma, a postura para a pilotagem é ereta e bastante relaxada, o guidão é largo e as pedaleiras estão bem-posicionadas. O banco em dois níveis é bastante confortável e as grandes alças que o ladeiam na traseira facilitam o apoio das mãos para a pegada do garupa.
Agilidade, um dos pontos fortes da G 310 GS
A G 310 GS é bastante leve, são 175 quilos em ordem de marcha (com tanque cheio) bem distribuídos em ótimo equilíbrio. A moto é ágil e muito fácil de pilotar e manobrar, o guidão largo pode ser incômodo em corredores mais estreitos, mas o bom ângulo de esterço e sua leveza permitem desviar dos congestionamentos com boa desenvoltura.
Ciclística
A base técnica de chassi e suspensões continua a mesma. O primeiro é em treliça tubular e abriga o motor sustentando-o pela parte superior. As suspensões contam, na dianteira, com um par de bengalas invertidas de 41 mm de diâmetro e atrás o monoamortecedor é ancorado diretamente à balança, sem a utilização de links. A única regulagem presente nas suspensões é na pré-carga da mola do amortecedor.
Andando pela cidade de São Paulo, que em geral tem péssimo asfalto, a G 310 GS se sai bem e consegue absorver toda essa decoração asfáltica com eficiência e boa dose de conforto. As suspensões são um pouco mais vulneráveis, mas não impedem a diversão levantando terra. Se você é aficionado pelo off-roa, não espere alto desempenho nesse tipo de incursões, afinal ela não foi concebida para isso, embora ela possa encarar estradas de terra batida com coragem, rodas de liga e aro de 19 polegadas não permitem ser muito radical.
Motorização
Os engenheiros alemães optaram por equipar a pequena trail da BMW com um motor monocilíndrico de 313 cm³, comando DOHC, quatro válvulas e refrigeração líquida capaz de render 34 cv a 9.500 rpm de potência máxima e 2,8 kgf.m a 7.500 rpm. Foram adotadas algumas soluções para otimizar o rendimento e conseguir manter o conjunto compacto e com baixo centro de gravidade. O cilindro por exemplo está inclinado para trás, assim a mistura na admissão é feita pela parte dianteira de forma mais direta e a mistura entra mais fresca, e o coletor de escape sai pela parte de trás do cilindro, fazendo a curva na frente do amortecedor.
Logo ao dar a partida no motor você percebe que ele é ruidoso e é preciso levá-lo a giros mais altos para que ele se torne mais empolgante. Esta versão recebeu o acelerador eletrônico e embreagem deslizante para evitar o travamento da roda traseira nas reduções mais empolgadas. O acelerador tem um pequeno atraso no início de seu curso, mas depois de você arrancar e o giro do motor subir ela acelera rápido.
Na cidade o motor se comporta muito bem, é preciso deixar seu giro subir para ter mais pungência nas acelerações, é a partir das 5.000 rpm que ele começa a empolgar. O câmbio tem engates suaves e bom escalonamento para rodar no trânsito urbano cm suavidade. Na estrada ele também é divertido e pode manter boa velocidade cruzeiro, a máxima que consegui (marcada no painel) foi de 145 km/h. Nas subidas é preciso manter a marcha curta para que o giro do motor não baixe e você tenha respostas mais incisivas.
Um ponto menos favorável deste monocilindro é o alto nível de vibração que ele transmite, muito perceptível nas pedaleiras e algo menos no guidão.
Frenagens também usam itens de alto padrão
O sistema de freios é composto de um disco de 300 mm de diâmetro na roda dianteira mordido por quatro pistões em uma pinça radial Bybre (marca pertencente à Brembo), atrás um disco de 240 mm e pinça de pistão único, ambos assistidos por ABS Bosch, completam o conjunto.
O sistema hidráulico do freio também é equipado com mangueiras tipo aeroquip – revestidas de malha de aço – assim como nas motos esportivas e que, na teoria, deveriam oferecer uma pegada mais imediata no acionamento do manete por não se dilatar com o calor mesmo com o estresse na utilização excessiva.
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Visualmente o sistema de freio lembra o das superesportivas, guardadas as devidas proporções, mas na realidade ele tem o tato um tanto borrachudo no primeiro acionamento, depois de instantes ele ganha pegada, poderia ser mais direto, assim a sensação de segurança também aumentaria.
A G 310 GS é uma moto diferenciada na cilindrada, e esta versão Triple Black tem ainda mais identidade com as aventureiras maiores da BMW. O preço sugerido é de R$ 37.990, não é pouco para uma moto pequena, mas ela é bastante honesta para a sua proposta.
Há concorrentes indiretas que são mais baratas, casos de Honda XRE 300 e Yamaha XTZ Lander 250. A concorrente direta da moto da BMW é a Kawasaki Versys-X 300, que entrega mais potência, porém é menos confortável. Por isso, ela é uma boa opção para quem preza por status.