Questão de prioridade
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Questão de prioridade

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  • Publicado: 30/07/2015
  • Por: jmesquita

<p>Sou favorável a qualquer medida que tenha a intenção de reduzir acidentes, desde que, antes de dizer “a culpa dos acidentes é do excesso de velocidade”, os governos assumam a sua parte da responsabilidade nas questões que fazem do trânsito brasileiro um dos mais violentos do mundo. </p>

<p>O que me incomoda de verdade é a demagogia, porque se todo esse discurso em prol da segurança, da educação no trânsito e da necessidade de uma mudança de cultura fossem realmente prioridades, há outras centenas de questões a tratar, mais urgentes, mais eficientes e com um potencial para “salvar vidas” infinitamente maior que baixar as velocidades de duas vias expressas. </p>

<p><img alt="" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/motociclismo_transito_2_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Porque não olhar também para as ruas, que quando não estão tomadas de buracos e crateras são uma colcha de remendos, cada um de uma altura diferente, e com a sinalização horizontal invariavelmente apagada? Segundo estudo do Hospital das Clínicas, esse tipo de falha é responsável por 18% dos acidentes com motos em São Paulo. <span style="line-height: 1.6em;">Porque ainda temos pontes e viadutos sem proteção nas laterais, o que é fatal para qualquer motociclista ou ciclista que for albaroado? </span><span style="line-height: 1.6em;">Porque a demarcação que delimita as ciclovias é feita com tachões, um “veneno” contra motos e as próprias bicicletas e contra a própria regulamentação do Denatran? Porque não fortalecer a fiscalização contra quem dirige alcolizado? (estima-se que em 70% dos acidentes com morte o fator álcool estava presente). </span></p>

<p><span style="line-height: 1.6em;">Há dezenas de outros fatores e ações que poderíamos citar, mas todos elas dão trabalho e exigem investimentos. Melhor manter o discurso de que a velocidade mata, encher a cidade de radares e usar o quase R$ 1 bilhão que se arrecadou em multas em 2014 para outras coisas, contra a lei. </span></p>

<p>Enquanto no Brasil, em vez de ser uma questão essencialmente técnica (e temos excelentes pessoas nessa área), o trânsito for visto apenas como uma mina de ouro que serve de vitrine para políticos imporem suas ideologias e devaneios, isso não mudará. Um abraço!</p>

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