As fábricas instaladas no Polo Industrial de Manaus produziram 1.004.983 motos de janeiro a outubro de 2021, obtendo o melhor resultado do setor desde 2015, ano em que foram fabricadas 1.137.103 unidades no período.
Segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares, a Abraciclo, o volume produzido em 2021 é 28,1% maior do que o obtido em igual período de 2020, quando foram fabricadas pouco mais de 784 mil motocicletas.
Para o presidente da entidade, Marcos Fermanian, o resultado mostra que o setor mantém o ritmo de produção aquecido. “Esse número é ainda mais significativo quando analisamos o contexto do ano, que começou com um primeiro bimestre muito difícil devido a segunda onda da pandemia do coronavírus em Manaus, que comprometeu cerca de 100 mil unidades. Desde então as fabricantes tem imposto um ritmo intenso na produção para atender a demanda”, comenta o executivo.
Em outubro, saíram das linhas de montagem 108.456 motocicletas, resultado idêntico ao do mês anterior, que contabilizou 108.931 unidades produzidas. Já em relação às 90.880 unidades produzidas em outubro de 2020 houve um crescimento de 19,3%.
Para Fermanian, fatores como a alta dos combustíveis, a busca por alternativas para evitar aglomerações no transporte público e o uso de motos para serviços de delivery vão contribuir para manter a demanda por motos em alta. No entanto, o executivo alerta sobre as instabilidades do cenário macroeconômico. “Estamos atentos à alta nas taxas de juros, ao nível de emprego e outras medidas que podem impactar negativamente a demanda por motocicletas”, diz o presidente da Abraciclo.
Segmento de scooters em alta
O documento da Abraciclo indica que entre janeiro e outubro foram emplacadas 937.971 motocicletas, resultado que indica um crescimento de 29% sobre as 726.973 unidades lacradas no mesmo período de 2020.
A entidade destaca que o segmento de scooters foi o que registrou a maior alta percentual sobre o resultado de 2020, com 88.340 unidades emplacadas no período, um aumento de 46,9% sobre as 60.141 unidades em igual período do ano passado.
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“O perfil do comprador da Scooter é aquele que quer um veículo mais fácil de pilotar, ágil no trânsito e econômico. Essa praticidade vem conquistando o consumidor brasileiro”, explica Fermanian.
Em números absolutos, a categoria com maior volume de emplacamentos no acumulado do ano foi a Street. Foram licenciadas 455.986 unidades, alta de 25,2% em relação ao mesmo período de 2020, quando foram registradas 364.104 motocicletas.
Os licenciamentos em outubro somaram 97.000 unidades. O volume é 10,9% inferior ao registrado em setembro (108.816 motocicletas) e 0,9% maior na comparação com as 96.114 motocicletas emplacadas no mesmo mês do ano passado.
A cilindrada é baixa, mas as vendas são altas
Segundo a Abraciclo, as vendas no varejo de motos de modelos de até 160 cilindradas somaram 79.765 unidades, o que representa 82,2% do mercado. Já os modelos de 161 a 449 cilindradas responderam por 14,3% do mercado, com 13.845 unidades, enquanto as motocicletas acima de 450 cilindradas tiveram 3.390 unidades licenciadas, o que corresponde a 3,5% do mercado.
Exportações de motos seguem aquecidas
De janeiro a outubro foram exportadas 46.947 motos, volume 79,8% na comparação com as 26.109 unidades embarcadas no mesmo período de 2020. Já em outubro foram enviadas ao exterior pouco mais de 4.100 unidades, o que representa uma queda em relação as 4.872 unidades de setembro.
O relatório da Abraciclo mostra que Argentina, Colômbia e Estados Unidos são os principais destinos das motocicletas produzidas em solo brasileiro.
Pelo ajustes que fez em suas projeções, a Abraciclo estima agora 55 mil unidades, não mais 51 mil, o que resultará em alta de 62,7% sobre 2020. O número será melhor também que o alcançado em 2019, quando foram exportadas 38,6 mil motos.