A MV Agusta está viva. Depois de passar praticamente batida pela edição do ano passado do Salão de Milão, na Itália, a casa de Varese chegou ao EICMA 2018 disposta a mostrar que merece seu lugar no panteão das marcas mais desejadas do mundo. E fez isso em grande estilo: com a superesportiva conceitual Superveloce 800 e a Brutale 1000 Serie Oro, que estreia o novo motor tetracilíndrico de um litro desenvolvido pela fabricante italiana.
Grande surpresa da MV no evento desse ano, a Superveloce 800 é uma moto totalmente nova e cujo design antecipa o que promete ser a próxima grande tendência: as superbikes com visual retrô. Com partes em fibra de carbono, a moto traz contornos modernos ao mesmo tempo em que presta homenagem aos protótipos que venceram títulos mundiais de motovelocidade pelas mãos de Giacomo Agostini.
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O formato arredondado da bolha, bem como o farol com lente amarelada e a lanterna traseira, também circulares, são uma prova disso. Assim como os três canos de escape distribuídos de forma assimétrica, sendo dois para o lado direito e um para o esquerdo. Envolto pelo para-brisa, a tecnologia do painel TFT e dentro da carenagem o já consagrado motor tricilíndrico de 798 cm³.
Os dados de potência e torque ainda não foram revelados, mas se fore os mesmos da F3 800, a qual ela deverá substituir, podemos esperar algo próximo dos 150 cv a 13 000 rpm e 8,97 kgf.m nos 10 600 giros. A Superveloce 800 já foi confirmada para produção na segunda metade 2019 e mais dados deverão ser divulgados até lá.
A nova Brutale 1000
Mesmo com a Superveloce 800 roubando os flashes no estande – o que é compreensível – o modelo mais importante da MV Agusta nesse EICMA é a nova Brutale 1000 Serie Oro. A moto estreia o novo motor de 1 000 cm³ da marca e prova que ela continua capaz de evoluir, sem precisar viver de edições especiais, que nada mais são do que motos antigas com “roupa de grife”.
Com visual repaginado e ainda fiel às linhas que a definiram, a maxinaked tem como ponto forte do novo design contornos angulosos, que valorizam a aerodinâmica e as quatro saídas de escape curtas posicionadas entre a roda e a rabeta, duas para cada lado, em uma clara atualização aos quatro canos em linha presentes na F4.
Dentro do chassi treliçado em aço, entretanto, tudo é novo. O mais recente propulsor tetracilíndrico de um litro desenvolvido pela marca é um quilo mais leve e recebeu toda a sorte de estudos e componentes refinados para oferecer o máximo em desempenho, o que, de fato, faz: são 208 cv de potência máxima a 13 450 rpm, que com o auxílio dos escapes em titânio da SC – Project e de uma programação especial na ECU, podem elevar a potência para os 212 cv a 13 600 rpm, fazendo da nova Brutale 1000 a naked mais potente do planeta.
No quesito eletrônica, tudo que existe de mais moderno foi incorporado a esta genuína superesportiva sem carenagem. Painel TFT de 5’’, faróis adaptativos para curvas, controle de wheeling, controle de tração com oito níveis de intervenção, controle de largada, freios ABS e o câmbio quickshift, que permite subir e descer marchas sem apertar a embreagem estão presentes. A moto pesa 184 kg em ordem de marcha.
Assim como fez com quase todos os seus modelos, senão todos, a MV Agusta lança a Brutale 1000 na edição limitada Serie Oro, antes de incorporá-la no line-up em uma versão possivelmente mais modesta. Serão apenas 300 exemplares produzidos desta moto, vendidos por 42 mil euros cada um. Uma bagatela que corresponde a mais de R$ 180 mil. O Salão de Milão segue até 11 de novembro, na Itália.