Há alguns dias noticiamos o surgimento do Lucky Explorer Project, iniciativa da MV Agusta que tem o propósito de reviver o legado aventureiro da Cagiva Elefant, uma das mais icônicas motos aventureiras e campeã do Rally Dakar em 1990 e 1994, em ambas ocasiões com o italiano Edi Orioli.
A ação da MV Agusta também têm entre suas premissas a divulgação da história e da cultura dos grandes ralis africanos, o envolvimento dos fãs da marca em atividades virtuais e presenciais, a criação de uma comunidade de entusiastas de aventuras off-road.
Pois bem, dado o pontapé inicial do Salão de Milão, as marcas participantes começam a remover os véus das novidades guardadas para o tradicional evento italiano, e a fabricante de Varese fez isso com as suas novas aventureiras, mostradas na feira em forma de conceito, chamadas 5.5 e 9.5.
MV Agusta Lucky Explorer 5.5
A primeira (e menor) delas foi desenvolvida pela marca italiana em conjunto com os chineses da QJ Motor, parceiros da MV Agusta desde o ano passado. Ela é movida por um motor bicilíndrico de 554 cm³ e comando de válvulas duplo no cabeçote e injeção eletrônica, capaz de entregar potência máxima de 47,6 cv a 7.500 rpm e de torque máximo de 5,2 kgf.m em 5.500 giros. Segundo a fabricante, os técnicos trabalharam muito para oferecer uma curva de torque mais completa em baixas rotações.
Apesar de ser uma moto de média cilindrada, a 5.5 tem linhas robustas aliadas a faróis em LED de formato circular e um pequeno para-brisa que lhe conferem uma aparência de moto maior. Completam o visual inúmeros protetores e grafismos que remetem a Cagiva Elefant da equipe Lucky Explorer.
O chassi da 5.5 utiliza estrutura multitubular de aço com braço oscilante em alumínio na dianteira. As suspensões, assinadas pela Kayaba, trazem garfo invertido com barras de 41 mm na frente e amortecedor multiajustável na traseira. Seus freios possuem sistema ABS da Bosch e utilizam componentes Brembo, com discos duplos de 320 mm e pinças de quatro pistões na frente, enquanto atrás o sistema é dotado de disco único de 260 mm e pinça de dois pistões.
Leia mais:
Honda exibe conceito da nova Hornet no Salão de Milão
Conceito e edições especiais: veja os passos da Royal Enfield no EICMA
Yamaha apresenta R6 feita exclusivamente para as pistas
As rodas da moto de entrada do projeto The Lucky Explorer rodas são raiadas e possuem 19 polegadas na frente e 17 na traseira. A MV Agusta declara que a 5.5 possui um peso a seco de 220 kg e tanque com capacidade para 20 litros de combustível.
Completam o pacote itens eletrônicos como sistema de conectividade Bluetooth e compatível com o aplicativo MV Ride App, cujas informações sobre navegação e eletrônica da moto são monitoradas em um painel em TFT de cinco polegadas.
MV Agusta Lucky Explorer 9.5
A irmã maior da pequenina 5.5 é a moto top de linha do novo projeto da MV Agusta. Ela é movida por um motor de três cilindros derivado do que é usado em modelos como F3, Brutale e Turismo Veloce, mas adequado para sua proposta aventureira.
Por isso, sua capacidade cúbica foi reajustada para 930,63 cm³, número obtido graças a ajustes no curso dos cilindros, mais inclinados para otimizar a distribuição de peso, além da adoção de um novo virabrequim, posicionado em outro sentido para melhorar a dinâmica de direção e reduzir a inércia, entre outras modificações que levam a usina a atingir potência máxima de 123 cv a 10.000 rpm e 10,5 kgf.m de torque máximo em 7.000 giros.
Outro detalhe exclusivo para a 9.5 fica por conta da transmissão. O proprietário pode optar por uma versão dotada de embreagem automática Rekluse ou com caixa de câmbio acionada eletronicamente. Ambas utilizam embreagem banhada a óleo.
Já no que diz respeito a eletrônica, a MV Agusta 9.5 dispõe de assistências de direção com diversos mapas de pilotagem, oito níveis de controle de tração, controle de partida, de cruzeiro, entre outros. A instrumentação é digna de uma moto da Casa de Varese, com as informações exibidas em uma tela TFT de 7 polegadas com sistema de conectividade do smartphone via Bluetooth e Wi-Fi para configurar os auxílios eletrônicos da moto.
O chassi da 9.5 utiliza estrutura de viga dupla em aço projetada exclusivamente para o modelo, composta por elementos e forjados de acordo com as cargas exigidas nos diferentes pontos da moto. O braço oscilante traseiro usa liga em alumínio para atingir melhor relação peso-potência. O metal também é empregado no garfo dianteiro, enquanto a traseira é feita em aço.
A 9.5 vem com suspensões eletrônicas Sachs, com garfo de 50 mm de diâmetro e rodas raiadas de 21 polegadas na frente e 18 atrás. A MV Agusta declara peso a seco de 220 quilos e capacidade de 20 litros para o tanque de combustível da 9.5, além de distância de 1.580 mm de entre-eixos.
Os freios também usam componentes Brembo, com discos dianteiros de 320 mm de diâmetro mordidos por pinças de quatro pistões, enquanto atrás vem um disco único de 265 mm com pinça de dois pistões. Já a central ABS Continental MK100 atua nas curvas, facilitando a pilotagem. Completam o pacote visual diversas proteções em alumínio que evidenciam o caráter aventureiro de um dos conceitos do Lucky Explorer Project.
A MV Agusta ainda não revelou os preços e não deu previsões para o lançamento definitivo das novas motos, mas convidou seus fãs a acompanharem os desdobramentos dessa história no site oficial do projeto. Já estamos ansiosos por novidades!