Um levantamento da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) aponta que 53% dos proprietários de motos, motonetas e ciclomotores do Brasil não possuem habilitação de categoria A. Divulgada na última segunda-feira, 9 de setembro, a pesquisa mostra que dos 34,2 milhões de donos deste tipo de veículo, 17,5 milhões não possuem licença para conduzí-los.
Segundo a Senatran, os resultados podem ser explicados por fatores como custo acessível das motos e aumento do aluguel de motocicletas. Além disso, o órgão menciona a dificuldade de acesso à CNH por parte da população devido aos custos. Além disso, a pesquisa destaca a expansão das áreas urbanas e a necessidade de transporte individual em regiões com infraestrutura limitada, como fatores podem explicar o alto número de proprietários sem habilitação.
O levantamento mostra que os homens representam 80% dos proprietários de motos, com a maioria dos proprietários na faixa etária de 40 a 49 anos, seguida por aqueles de 50 a 59 anos. Entre os que possuem habilitação, a maioria está na faixa etária de 30 a 39 anos.
Frota nacional de motos
Os dados do estudo mostram que atualmente as motos representam 28% do total da frota nacional. A expectativa é de que em seis anos, mantida a tendência atual, esse percentual alcance 30% da frota.
O levantamento da Senatran aponta o Maranhão como o estado com maior percentual de motocicletas, com 60% do total da frota de veículos do tipo, seguido por Piauí (54,5%), Pará (54,5%), Acre (53,1%) e Rondônia (51,2%). “A alta proporção aponta para uma predominância em estados do Norte e Nordeste devido a fatores econômicos, geográficos e culturais”, diz o estudo.
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Em números absolutos, São Paulo vem em primeiro lugar, com 7 milhões de motos registradas, seguido por Minas Gerais (3,5 milhões), Bahia (2 milhões), Ceará (1,9 milhão) e Paraná (1,8 milhão). Segundo o relatório, esses números podem ser justificados pelas grandes populações de tais estados, que contam ainda com uma distribuição mais variada no que diz respeito aos meios de transporte de preferência.
Infrações recuam
O estudo mostra ainda que após uma queda no número de infrações cometidas por motociclistas em razão da pandemia de covid-19, houve um aumento na emissão de multas. Enquanto em 2020 esse número ficou em aproximadamente 150 mil, em 2023 atingiu mais de 1,3 milhão. Até julho de 2024, já foram emitidos mais de 638 mil autos de infração.
Mais de 80% das multas estão associadas à não utilização ou uso inadequado dos equipamentos de segurança pelos motoristas ou passageiros durante a pilotagem de motos. O estudo diz que o não uso de capacete responde por cerca de 43% delas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso de capacete é fundamental para proteger os motociclistas e passageiros. A entidade afirma que seu uso pode reduzir o risco de morte em 37% e de lesões graves na cabeça em cerca de 69%.
Outro dado do estudo está relacionado à participação de motocicletas em acidentes. Os dados revelam que esses veículos respondem a pelo menos 25% dos sinistros e a mais de 30% das fatalidades no trânsito.
“Esses dados reforçam a necessidade de criação e do cumprimento de políticas públicas e estratégias de mobilidade adaptadas para abordar a segurança viária, promovendo um trânsito mais seguro para todos os condutores, especialmente os de motocicletas, motonetas e ciclomotores”, afirma o estudo.
*Com informações da Agência Brasil
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