Kove 650 RR: o novo caça de médio porte que quer derrubar as gigantes japonesas e italianas

A Kove 650 RR foi apresentada no CIMAMotor 2025 em Chongqing, como um manifesto da engenharia asiática: aliar um pacote técnico de ponta com números de desempenho que não apenas rivalizam, mas em muitos aspectos superam, a concorrência estabelecida. A Kove 650 RR não quer ser apenas uma alternativa acessível; ela quer ser a melhor opção do segmento.

Peso leve com soco pesado

O coração da Kove 650 RR é seu motor quatro cilindros em linha DOHC de 645 cm³, refrigerado a líquido. Em um segmento onde muitos fabricantes optam por motores bicilíndricos para reduzir custos e peso, a Kove aposta no som e na performance de um inline-four de alta rotação.

A combinação de 125 cv com um peso em ordem de marcha de apenas 180 kg confere à 650 RR uma relação peso/potência simplesmente brutal para o segmento. No teste de pista, essa leveza traduz-se em manobrabilidade ágil e precisa, essencial para mudanças rápidas de direção. A capacidade de atingir 120 km/h em primeira marcha e a velocidade máxima de 260 km/h a posicionam diretamente contra modelos de cilindrada superior.

Ciclística e engenharia: sem economia de detalhes

A Kove não poupou esforços na seção de ciclo, adotando soluções que reforçam sua vocação de pista:

• Chassi e balança: A moto utiliza um chassi de viga dupla de alumínio e um braço oscilante de alumínio. Estruturas de alumínio são leves e rígidas, cruciais para a estabilidade em alta velocidade e em curvas.
• Suspensões eletronicamente ajustáveis: As suspensões, dianteiras e traseiras, são ajustáveis eletronicamente. Este é um diferencial de luxo que permite ao piloto adaptar o comportamento da moto instantaneamente, seja para o conforto na cidade ou para a rigidez máxima na pista.
• Freios: O sistema de freios é de alta performance, com discos dianteiros duplos e pinças radiais, garantindo frenagens potentes e controladas. O sistema é assistido pelo ABS EVO, a versão mais moderna do controle antibloqueio.

Com uma distância entre eixos curta (1.408 mm) e uma altura do assento de 810 mm, a Kove 650 RR promete um comportamento de pilotagem incisivo e direto.

Tecnologia de competição: IMU de seis eixos e eletrônica completa

O pacote eletrônico é, sem dúvida, um dos maiores diferenciais da 650 RR, superando muitos rivais de marcas ocidentais e japonesas:

• Segurança Ativa Total: A presença da IMU de seis eixos (Unidade de Medição Inercial) eleva o nível de segurança e controle. A IMU permite que a moto ofereça ABS nas curvas, Controle de Tração (TC), e sistemas Anti-Wheelie e Anti-Stoppie, recursos essenciais para gerenciar 125 cv de potência de forma segura.
• Controle de Pista: Para o uso em circuito, o piloto conta com Controle de Lançamento (Launch Control) e a válvula de escape eletrônica que ativa o “Roar Mode”, liberando um som mais encorpado e a plena performance do motor.
• Conforto e Conectividade: Detalhes práticos, como o Acelerador Eletrônico (Ride-by-Wire), Controle de Cruzeiro e Assistência ao Arranque em Subidas, demonstram a versatilidade. O painel TFT com conectividade via app e um sistema de aviso de colisão reforçam a segurança no uso diário.

O desafio e os rivais no segmento

A Kove 650 RR entra em um campo de batalha altamente competitivo. Ela terá que enfrentar gigantes consolidados e novos players com propostas distintas:

1. Honda CBR650R: O principal rival de quatro cilindros. A Honda oferece confiabilidade, mas a 650 RR supera-a em 30 cv de potência e é mais leve.
2. Aprilia RS 660 e Yamaha R7: Rivais diretos em faixa de potência e preço, mas que utilizam motores bicilíndricos. A Kove aposta no charme, no som e na performance de alta rotação do quatro cilindros.
3. CFMoto SR 750: O concorrente chinês mais próximo, com cilindrada um pouco maior, mas ainda buscando seu lugar no mercado global. A briga entre as marcas chinesas será intensa.

Com rumores de preços extremamente competitivos na China (cerca de 5.600 dólares, o que indica um custo-benefício agressivo), a Kove 650 RR tem o potencial de virar o jogo no segmento de superesportivas de média cilindrada. O mercado pode estar prestes a descobrir que a excelência em engenharia esportiva não é mais exclusividade de poucas bandeiras.