Linha 650R – Honda
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Honda lança oficialmente nova família CB 650

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  • Publicado: 09/07/2020
  • Por: Alexandre Nogueira

A Honda anunciou o lançamento das novas CB 650R Neo Sports Café e CBR 650R versão 2020, em uma live exclusiva para jornalistas do setor e concessionários da marca, uma ação inovadora apresentada via internet por conta da pandemia e isolamento social que vivemos atualmente.

Ambos os modelos foram grande destaque no último Salão Duas Rodas 2019, e foram anunciadas pré-venda no final do primeiro trimestre, e agora já estão à disposição nos mais de 1.100 pontos de vendas da Honda em todo Brasil.

Novas Honda CB 650R Neo Sports Café 2020 (Divulgação)

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A nova representante da linha CB foi inspirada no conceito Neo Sports Café, inaugurado no Brasil pela CB 1000R, com design minimalista e agressivo das icônicas café racer, por isso a substituição do sufixo “F” pelo “R”, que desde sempre chancela as motos da Honda com DNA esportivo. Disponível nas cores azul perolizado, vermelho e prata metálico, a CB 650R Neo Sports Café custa R$ 39.416 no estado de São Paulo, mais as despesas com frete e seguro, que variam conforme o estado.

CBR 650R 2020: renovada e com mais fôlego no motor (Divulgação)

A CBR 650R 2020 é nitidamente inspirada na superesportiva de referência da marca da asa, a Fireblade, e segue o conceito “Total Control”. Também há a troca do sufixo “F” pelo “R” no nome, mas sua real intenção e ser acessível para usuários de diferentes níveis, satisfazendo desde os novatos que desejam evoluir na pilotagem até os mais experientes que procuram a adrenalina de uma tocada radical. Disponível nas cores vermelho e cinza metálico, a CBR 650R custa R$ 41.080 no estado de São Paulo, não inclusos despesas de frete e seguro.

CB 650 R Neo Sports Café 2020: mais esportiva ainda (Divulgação)

A modernização do design das duas motos agrada bastante, e embora gosto não se discuta, basta comparar as duas novas CB 650 com a geração anterior para perceber que estão muito mais modernas e bonitas, além de mais prazerosas de se pilotar.

Motor mais vitaminado

A tradicional arquitetura dos quatro cilindros em linha foi mantida nas novas CB 650R e CBR 650R 2020, mas várias melhorias foram implementadas para dar mais pegada ao girar o acelerador. Para começar, os pistões foram redesenhados, assim como as câmaras de combustão e o comando das 16 válvulas, tipo DOHC, também foi readequado para melhorar o caráter do motor.

CBR 650R 2020: conjunto equilibra performance e conforto (Divulgação)

O sistema de alimentação também foi oxigenado através das novas caixas de ar, situadas nas abas laterais na CB 650R e sob os faróis na carenagem da CBR 650R, que agora recebem mais ventilação para ajudar na mistura mais rica e melhorar o desempenho do motor. Os coletores de escape foram aumentados de 35 mm para 38,1 mm para atender a nova demanda de potência e torque máximos do motor, melhorando o fluxo dos gases de escape.

Nova geração da família CB 650 chega com conceito “Controle Total” (Divulgação)

Os 649 cm³ deslocados pelo motor rendem 88,4 cv a 11.500 rpm e 6,13 kgf.m a 8.000 rpm de potência e torque máximos, respectivamente, números que confirmam que ele precisa de rotações para impressionar, quem está no seu comando. O som rouco dos quatro cilindros, como sempre, agrada e empolga proporcionalmente à medida que os giros sobem.

A eletrônica inclui ABS e controle de tração Honda Selectable Torque Control (HSTC), o câmbio foi atualizado, para isso recebeu embreagem assistida e deslizante que facilita ainda mais as mudanças de marcha que já eram destaque pela suavidade e bom escalonamento, agora nem propositadamente você vai travar a roda traseira nas reduções de marchas mais bruscas, e olha que nosso teste foi debaixo de chuva, com uma boa camada de água na pista. É um pacote tecnológico relativamente simples, mas muito honesto para as duas novas CB 650. Melhorias que justificam o aumento de cerca de 5% nos preços sugeridos ao público.

CBR 650R: nova nomenclatura “R” acentua a esportividade (Divulgação)

Na prática

Foi debaixo de muita chuva que testamos as novas CB 650R e CBR 650R. Bom para testar os sistemas de segurança como ABS, controle e tração e embreagem deslizante, mas nem tanto para sentir as reações com a moto mais inclinada e em frenagens mais agressivas, no limite, como o asfalto seco e aderente permitem, mas o breve teste agradou.

A ergonomia da CB 650R está um pouco mais esportiva, a posição do guidão ficou levemente mais para a frente e para baixo, e as pedaleiras, ligeiramente mais altas e recuadas, essas mudanças deixam o corpo mais à frente, e isso pode cansar um pouco mais que na versão anterior, para rodar por mais quilômetros, a mesma percepção que tive na CB 1000R, que causou certo cansaço nos ombros depois de duas horas na estrada sobre ela. Na CBR 650R, o guidão avançou 30 mm para facilitar a posição “carenada” do piloto.

Mesma conjunto mecânico para ambos os modelos (Divulgação)

As respostas ao giro do acelerador estão mais incisivas, sem ser agressivas, em média e alta rotações é que ela fica mais desinibida e seduz de verdade, causando descarga de endorfina maior. O barulho dos quatro cilindros instiga (como de costume) e só não foi melhor porque era preciso tirar a mão bem antes do normal, em quarta marcha, por conta do estado da pista, mas a sensação é muito boa. A suavidade e o baixo nível de vibração do motor também impressionam, e o câmbio suave e bem escalonado colabora com a tocada esportiva, é fácil trocar as marchas para cima sem o auxílio da embreagem.

Controle de tração amplia segurança em pisos escorregadios (Divulgação)

Na hora de frear no final da pequena reta do circuito de Capuava, mesmo tendo que fazê-lo antes do normal, pela pista escorregadia, o sistema de freio, agora com pinças radiais de quatro pistões, ofereceu muita confiança, e excelente tato e, mesmo com a entrada do ABS por conta da pouca aderência, não causou sustos.

Mudança estrutural

As Honda CB 650R e CBR 650R compartilham um chassi tubular de aço tipo Diamond, que difere daquele usado nas “F” principalmente na região do eixo da balança de suspensão traseira, com a zona da fixação do eixo da balança agora em aço estampado e não mais em aço forjado alteração que resultou em economia de peso de exato 1,9 kg. Devido a introdução da nova suspensão dianteira Showa SFF do tipo invertido, as traves que sobem em direção à coluna de direção também passaram por alterações, estando mais flexíveis na região central e mais rígidas na conjunção com a coluna de direção.

A sigla SFF vem de “Separated Function Fork”, tecnologia que separa as funções entre as bengalas, onde uma age como amortecedor de dupla ação e outra como mola. A suspensão traseira tem um conjunto mola-amortecedor regulável na pré-carga da mola em sete posições, trabalhando vinculado diretamente à balança de suspensão traseira assimétrica.

Outra coisa que chama a atenção na pilotagem é a rapidez com que é possível mudar de direção e o pouco esforço para direcionar a moto, mesmo em sequência de curvas fechadas mostra agilidade e segue no trilho com bastante firmeza. No asfalto do circuito não há buracos nem ondulações severas, e as suspensões se mostraram eficientes e mais rígidas. O preço das duas é bastante competitivo, e seus atributos fazem valer o investimento para se divertir.

Farol redondo destaca o estilo Café Racer (Divulgação)

Primeira impressão

A primeira impressão sempre é a visual, neste quesito, as motos impressionam pelo aspecto moderno e similaridade com os modelos da gama alta da Honda. As duas têm propostas diferentes, mas estão muito bem resolvidas para o que propõem. A CB 650R é mais confortável pelo posicionamento mais relaxado para uso urbano, enquanto a CBR 650R tem o propósito de divertir também na estrada e track days, com mais proteção aerodinâmica para quem curte raspar o joelho no chão. Os preços atrativos são outro importante fator para manter o sucesso que a família tem desde épocas mais remotas, com a extinta CB 600F Hornet. Escolha difícil.

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