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Honda domina motos de entregadores de app no Brasil com 77% de participação

  • Publicado: 26/12/2025
  • 3 Minutos de leitura

Um novo levantamento do Data Gaudium, núcleo de inteligência da Gaudium, revela um alto grau de concentração entre as motos utilizadas por entregadores de aplicativos no Brasil. Segundo a análise, a Honda responde por 77,24% de todas as motocicletas usadas nesse tipo de trabalho, um domínio que reflete as exigências práticas do setor e a lógica econômica que orienta as decisões desses profissionais.

O estudo mostra que o mercado de motos para delivery não segue padrões tradicionais de consumo. As escolhas são determinadas principalmente por fatores como custo operacional, facilidade de manutenção, resistência mecânica, ampla oferta de peças e confiabilidade no uso diário. Nesse cenário, a moto é vista como ferramenta de trabalho, não como item de lazer ou status.

Honda CG lidera com folga entre os modelos mais usados para delivery

A hegemonia da Honda se consolida ainda mais quando o recorte é feito por modelos. As cinco primeiras posições do ranking geral são ocupadas exclusivamente por versões da linha CG, considerando as famílias CG 150 e CG 160. As versões mais recentes lideram: a CG 160 ano 2023 representa 4,66% das motos analisadas, seguida de perto pela CG 160 2024, com 4,58%. A edição 2022 aparece logo na sequência.

Mesmo modelos mais antigos continuam relevantes. Unidades da CG 150 fabricadas em 2010 e 2011 seguem presentes na frota, o que evidencia a longevidade mecânica da linha e sua adaptação ao uso intenso exigido pelo trabalho por aplicativo.

Concentração cresce ao observar famílias de motos

Quando os dados são analisados por famílias de modelos, mais de 48% das motos utilizadas por entregadores pertencem às séries CG 160, CG 150 e CG 125. Outros modelos aparecem com participação significativa, como a Honda Biz, com 8,3%, e a Yamaha Factor, com cerca de 5%, embora ainda distantes da liderança absoluta da CG.

Participação por marcas reforça domínio da Honda

O levantamento também detalha a divisão por fabricantes. Após a Honda, com 77,24% de participação, a Yamaha ocupa a segunda posição, com 14,76%. A Shineray aparece em seguida, com 6,28%. Suzuki e Dafra têm presença residual no segmento, com participações de 0,91% e 0,17%, respectivamente.

Frota mais nova convive com motos antigas

Outro ponto central da análise é a idade das motocicletas. Os anos de fabricação mais frequentes são 2024, com 11,91%, e 2023, com 9,31%, indicando uma renovação relativamente rápida da frota, influenciada pelo desgaste acelerado e pela busca por maior eficiência operacional.

Ainda assim, motos produzidas entre 2010 e 2014 seguem presentes, representando entre 3% e 5% das ocorrências. O dado mostra que, mesmo sob uso intenso, a frota combina modelos mais novos com projetos antigos reconhecidos pela durabilidade.

Perfil urbano define o setor de delivery

A categoria das motos utilizadas pelos trabalhadores de aplicativo reforça o caráter funcional da atividade. Segundo o Data Gaudium, 91,42% das motocicletas usadas no setor são urbanas. Modelos de aventura representam 8,06% da frota, enquanto as esportivas têm presença praticamente inexistente, com apenas 0,15%.

Elétricas seguem com adoção mínima

No recorte por tipo de motorização, as motos elétricas continuam sendo exceção. Apenas 0,02% da frota analisada utiliza esse tipo de propulsão, contra 99,98% movidas a gasolina ou flex. Entre as poucas elétricas identificadas, os anos de fabricação 2019 e 2024 concentram pouco mais de 35% das unidades, o que indica um interesse pontual, ainda distante de uma adoção em escala.

Para Vinícius Guahy, coordenador de conteúdo e comunidade da Gaudium, a concentração da frota em poucos modelos é uma resposta direta às condições de trabalho. Segundo ele, os profissionais precisam de motos baratas de manter, resistentes e facilmente reparáveis, fatores que explicam tanto a liderança da Honda quanto a baixa presença das motos elétricas no setor.

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