<span style="font-weight: bold;">por Rafael Miotto</span><br /><br />Um dos maiores mitos sobre motos no Brasil se refere a elas como grandes vilãs quando se fala sobre a poluição do ar. A mídia em geral chega a publicar em letras garrafais que as motocicletas podem poluir até sete vezes mais do que os carros, o que não passa de notícias sem informações. Na verdade, em relação a gases tóxicos, as motos já emitem menos que os carros com a entrada em vigor do Promot3 (como já mostramos nas edições nº 136 e nº 149) e também no que se refere ao CO². <br /><br />O dióxido de carbono, principal responsável pelo efeito estufa, chega a estar quatro vezes menos presente na moto.<br />Com estas questões já respondidas, uma nova informação emerge no horizonte e mostra que, em um futuro próximo, as motocicletas serão ainda menos poluentes. Ainda em fase de definição, a expectativa é de que a 4ª fase do Promot Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Similares) entre em vigor em 2014. O Promot4 está em fase de análise pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e deve ser oficialmente anunciado em breve.<br /><br /> Contudo, já tivemos acesso a uma prévia de como será a 4ª fase do programa, que utilizará o Euro4 como base. "A grande novidade do Promot4 será o método de medição dos poluentes. Será utilizado o ciclo WMTC (World Wide Motorcycle Test Cycle), que reflete mais fielmente as condições de pilotagem dos motociclos", explicou Paulo Macedo, coordenador de resíduos e emissões do Ibama. <br /><br />Desse modo, com o uso do WMTC, um padrão de teste utilizado mundialmente para a homologação de motos, o Brasil estará se igualando aos parâmetros utilizados na Europa no mesmo instante que o Velho Continente implementará o Euro4, também previsto para 2014. "Todos os fabricantes de motocicletas estão trabalhando na melhoria e no desempenho de seus motores visando à diminuição dos poluentes dos gases de exaustão de seus motores, seja através de catalisadores, modificações no projeto do motor, redesenho de seu sistema de exaustão de gases, desenvolvimento de motores para o uso de combustíveis alternativos como o etanol, entre outros", acrescentou Moacyr Alberto Paes, diretor executivo da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas e Bicicletas).<br /><br /> Sem dúvida, os avanços obtidos pelos fabricantes brasileiros em relação às emissões de poluentes são impressionantes. De acordo com números divulgados pelo Ibama, enquanto uma motocicleta com motor menor de 150 cm³ emitia, em média, 6,25 g/km de CO (monóxido de carbono), atualmente, a mesma faixa de cilindrada lança na atmosfera 1 g/km do mesmo gás (vide tabela completa com a evolução das emissões de gases das motos na próxima página). <br /><br />O monóxido de carbono é liberado na queima do combustível e trata-se de um gás altamente tóxico e, de 2003 a 2009, seu número chegou a cair sete vezes. “A renovação tecnológica, diante das exigências do Promot, incentivam ainda mais a preocupação com a preservação da natureza. O conceito de sustentabilidade está inserido no cotidiano dos fabricantes do setor Duas Rodas, tanto em sua postura fabril como, agora, em seus produtos”, declarou Jaime Matsui, presidente da Abraciclo.<br /><br />Sem dúvida, os avanços já foram grandes e em um curto espaço de tempo. Para se ter uma ideia, foram apenas sete anos para chegar ao nível atual. "A indústria brasileira conseguiu adequar as motos às exigências atuais de emissões em um curto espaço de tempo, o que deixou a motocicleta igualada aos automóveis no quesito emissões", disse Paulo Macedo, do Ibama. Esta e outras ações, como a inspeção veicular de poluentes, já obrigatória em São Paulo e no Rio de Janeiro, vêm para somar forças e garantir um futuro melhor e menos poluído. A MOTOCICLISMO também faz sua parte de colaboração no assunto, medindo as motocicletas que participam dos testes da revista. Desse modo, podemos garantir que as motos estejam originais e dentro das normas vigentes.<br /><br />Contudo, apesar das iniciativas importantes em prol do meio ambiente já tomadas pelos fabricantes de motos, ainda há um amplo trabalho pela frente. E todo avanço neste sentido será melhor para o meio ambiente e consequentemente para a humanidade. Como já seguimos o parâmetro europeu no quesito emissões de poluentes, também seria interessante empregarmos outras ideias existentes no Velho Mundo. Por exemplo, a Comissão Europeia acaba de publicar uma nova série de requisitos para a homologação de motos. Além das datas para Euro4 (2014), Euro5 (2017) e Euro6 (2020) já estarem definidas, a partir de 2013 as motos com mais de 125 cm³ terão de ser equipadas com ABS. Menos poluentes e mais seguras:este é o caminho certo a ser seguido pelas motocicletas!<br /><br />
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