O universo das motos customizadas é fascinante, mostrando a criatividade e o capricho dos especialistas nos mínimos detalhes. A Yamaha GTS 1000 dessa história é uma delas, e podemos ver todo o cuidado que seus criadores tomaram para torná-la uma verdadeira obra de arte sobre duas rodas.
Muitos customizadores modificam motocicletas de produção em série, algumas bem apropriadas para diversos projetos como as Yamaha SR 400, a Kawasaki W 800 ou qualquer modelo das Royal Enfield. Mas alguns mais ousados utilizam motocicletas trail ou esportivas e constroem uma moto completamente diferente, como no caso desta Yamaha GTS 1000, uma moto com o conceito de monobraço monoamortecido na dianteira que surgiu no mercado nos anos de 1990. Uma motocicleta à frente do seu tempo, com performance excelente para turismo esportivo com muito conforto.
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Anualmente acontece um dos maiores e mais renomados eventos de customização do mundo, o AMD World Championship, nos Estados Unidos, onde customizadores competem em diversas categorias, sendo a que os projetos partem do zero a mais disputada, motocicletas super exclusivas montadas com muitas peças artesanalmente construídas pelos próprios customizadores em suas garagens.
Com o possível cancelamento do AMD World Championship deste ano em consequência das orientações de quarentenas em todo o mundo por conta do Coronavírus, o customizador e participante do AMD, Lorenzo Frugaroli, decide servir a quarentena com resiliência de sobra e acaba de concluir sua obra de arte sobre duas rodas, a Italian Resilience, baseada na Yamaha GTS 1000 de 1993.
Lorenzo arrancou as carenagens e expôs o chassi em ômega e a mecânica, criando uma naked futuristicamente impressionante. Originalmente a GTS 1000 tem um monobraço dianteiro e um braço duplo traseiro, mas para atualizar o projeto, Lorenzo tratou de instalar também um monobraço traseiro, vindo diretamente de uma Honda VFR. A roda dianteira segue o mesmo desenho com a instalação da roda traseira da Honda NSR180SP, que tem o mesmo desenho da VFR e é mais adequada para a instalação de um pneu dianteiro.
O sistema de direção não foi alterado e só conta com a instalação de um novo amortecedor de direção ajustável de uma Yamaha R6. A suspensão traseira foi bastante alterada, com o monoamortecedor passando a trabalhar na horizontal sob o motor e agindo em tração ao invés de compressão, um sistema semelhante ao das Buell.
O motor é um quatro cilindros em linha de 1.000 cm³ que fornece 102 cavalos de potência a 9.000 rpm para um câmbio de cinco marchas, proporcionando uma tocada com baixos regimes de rotação para proporcionar maior conforto. A injeção eletrônica foi substituída por quatro carburadores e a parte elétrica foi simplificada para não ficar aparente.
O body kit é totalmente em alumínio, de formas assimétricas esculpidas à mão e esconde o tanque de combustível na traseira. Na parte dianteira onde seria o tanque de motocicletas comuns, estão os carburadores, o aparato eletrônico e a bateria. O chassi e as suspensões em vermelho exaltam ainda mais a exclusividade da moto. Agora ela está pronta para competir no maior evento de customizadores do mundo e também para nos lembrar de nunca desistir e resistir bravamente para saber se adaptar conforme as condições exigem, saindo da zona de conforto.