Vários esforços já foram dedicados para popularizar os motores rotativos nas motos, também conhecidos por Wankel. A Suzuki RE5 e a Hercules W2000 são bons exemplos disso. No entanto, foi a Norton nos anos 1980 e 1990 que mais popularizou este tipo de propulsor entre os amantes das duas rodas. E é aqui que entra a nova Crighton CR700W, modelo sobre o qual falaremos nas próximas linhas.
Os “rotary” de 588 cm³ da Norton conquistaram títulos britânicos de Superbikes entre 1989 e 1994, com Steve Spray, Trevor Nation e Ian Simpson, e uma memorável vitória em 1992 no Senior TT, da Ilha de Man, com Steve Hislop aos seus comandos.
O engenheiro Brian Crighton foi o cérebro por trás desses motores rotativos e, agora, o seu próprio nome aparece inscrito nestas novas máquinas. Nesse sentido, a Crighton CR700W parece-se muito com a última Norton rotativa, a NRV588. Provavelmente, esta é a motocicleta de motor rotativo mais potente que já surgiu até o momento.
Trata-se de um sistema com propulsor de rotor duplo, com uma cilindrada total de 690 cm³, projetado por Crighton para a Rotron Power, que fabrica uma variedade de motores Wankel para uso em veículos distintos, como aeronaves, drones e outras aplicações.
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Atributos da nova CR700W
Com uma potência máxima de 220 cv a 10.500 rpm, e um binário de 14,48 kgf.m a 9.500 rpm, este motor com apenas três partes móveis mede 34 cm de comprimento e 24 de diâmetro, e pesa 24 kg, que sobem para 43 kg quando a transmissão dedicada de seis velocidades é acoplada.
Este Wankel usa soluções técnicas e materiais de refrigeração inovadores para ajudar a resolver os problemas do desgaste dos vedantes nos ápices dos rotores, ponto que sempre foi um problema para esse tipo de propulsor.
O quadro segue o mesmo design da Spondon dos modelos dos anos 1990, e é fabricado em liga, enquanto a carenagem, que replica a das NRV588, é feito em fibra de carbono, fator que contribui para o peso a seco declarado de apenas 129,5 kg.
As rodas Dymag de fibra de carbono ajudam a manter a massa não suspensa em valores mínimos. A suspensão tem duas opções, e pode ser assinada pela Öhlins ou pela Bitubo, de acordo com a preferência do proprietário. Os freios são Brembo monobloco e especificações SBK. Sem surpresas, o preço sugerido é de 110.000 Euros, equivalentes a mais de R$ 600.000 em conversão direta.