A chegada da impressionante CFMoto V4 SR-RR ao cenário global não é por acaso. O objetivo da fabricante chinesa é claro e direto: lutar pelo título do Campeonato Mundial de SBK (WSBK). Para uma marca que já domina mercados de baixa e média cilindrada, lançar uma motocicleta com este nível de desenvolvimento e desempenho de primeira linha só faz sentido se o objetivo for o degrau mais alto do pódio.

Apresentada no EICMA em Milão, a V4 SR-RR é uma hiperesportiva que coloca a China em um patamar de igualdade com as lendárias fábricas italianas e alemãs. Com números que assustam a concorrência — 210 cv de potência para um peso inferior a 200 kg — ela entra diretamente no território das supermotos de elite.

Engenharia de MotoGP para as ruas e pistas
O coração desta máquina é o motor V4, uma arquitetura famosa por sua complexidade e custo elevado, mas escolhida especificamente por ser a fórmula vencedora nas pistas. Além do motor, a CFMoto não economizou em componentes de grife:
- Chassi: estrutura de alumínio de alta resistência com chassi duplo
- Suspensão: sistemas semi-ativos que se ajustam em tempo real
- Exaustão: escapamento Akrapovic com saída dupla superior, evocando o visual e a performance das motos da MotoGP
- Eletrônica: pacote completo com Quickshift (marcha assistida), controle de tração de última geração e sistema anti-wheelie

O Trunfo: aerodinâmica ativa
O que realmente coloca a CFMoto V4 SR-RR em uma categoria à parte é sua aerodinâmica ativa. Diferente de quase tudo o que vemos no mercado, suas asas dianteiras movem-se eletronicamente via servos conforme a velocidade e a abertura do acelerador.
Embora apêndices móveis sejam proibidos na MotoGP, o regulamento do SBK permite o uso, desde que a moto de produção de onde ela deriva já venha com o sistema de fábrica. Com isso, a CFMoto encontrou uma brecha tecnológica para levar uma vantagem competitiva imensa para o Mundial.

“Vencer no domingo, vender na segunda”
A famosa máxima de Henry Ford nunca foi tão atual para os fabricantes chineses. Marcas como Kove e QJ Motor já pavimentaram o caminho nas categorias SSP300 e Supersport. No entanto, a CFMoto, que já tem presença sólida como patrocinadora da equipe Aspar na Moto2, quer o prêmio principal.
A aposta do setor é que a CFMoto alinhe este foguete no grid do Mundial de SBK em 2027. Se o desempenho nas pistas for tão visceral quanto os números sugerem, as tradicionais marcas europeias e japonesas terão um pesadelo real vindo do Oriente. A China não quer apenas participar; ela quer vencer.