<p>A Polícia do Exército tem como missão possuir características morais, profissionais e físicas que ganhem a admiração da sociedade brasileira. Seguindo esses conceitos, a Companhia de Escolta e Guarda do 2º Batalhão de Polícia do Exército mantém e utiliza a força e imponência da Harley-Davidson Road King 1340 para executar operações militares.</p>
<p>Voltando no tempo, em 1949, foi criado o Pelotão de Polícia do Exército da Companhia do Quartel-General da 2ª Região Militar (QGR-2). Com o passar dos anos e a expansão de suas atividades, a Companhia se tornou um Batalhão, instalando-se no bairro do Ibirapuera, em São Paulo, SP. Em 1996, chegou até as atuais dependências — km 18 da rodovia Castelo Branco, Osasco, SP.</p>
<p>As atividades com motocicletas começaram ainda em 1954; modelos como a Lambretta do Brasil eram parte importante de suas operações. Ainda hoje, um exemplar é encontrado no 2º BPE — a Lambretta 1958 é o xodó do grupo. Atualmente, a Companhia de Escolta e Guarda possui 25 Road king 1340, modelo 1997. “A escolha dessa motocicleta ocorreu devido à imponência que ela passa.</p>
<p>Quando fazemos a escolta do presidente da República, por exemplo, a motocicleta causa impacto com sua aparência, garantindo o respeito”, explica o tenente Guerra, comandante da divisão. O modelo original da motocicleta recebeu sirenes e megafones para ateender às necessidades das operações.</p>
<p>No ano passado, a equipe foi responsável pela escolta do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e do papa Bento 16, em suas respectivas passagens por São Paulo. Além da escolta de autoridades, as motocicletas participam de operações de transporte de cargas especiais, munição e armamentos.</p>
<p>Em casos de desfiles de honra — por exemplo, conquistas esportivas — e marchas fúnebres, as motocicletas também vão às ruas. “Com as motocicletas, conseguimos muito mais agilidade nas operações. A sua capacidade de locomoção garante, além disso, mais segurança à escolta de veículos e autoridades”, complementa o capitão Cândido.</p>
<p>As missões precisam de total concentração dos motociclistas; o militar necessita passar por um verdadeiro vestibular para chegar a fazer parte da Companhia de Escolta e Guarda. No total, 37 batedores estão aptos a realizar as escoltas e o caminho para isso não é nada fácil.</p>
<p>O primeiro passo do pretendente a participar do grupo é ter a Carteira Nacional de Habilitação A — que permite rodar com motocicletas. A partir daí, é feita uma peneira com os candidatos, eles passam por provas escrita de mecânica, primeiros socorros e legislação. Os aprovados passam a receber aulas nas quais aprendem diversas lições sobre técnicas de pilotagem, direção defensiva, mecânica, legislação e primeiros socorros.</p>
<p>Um item essencial para todos que fazem parte da corporação é saber profundamente sobre mecânica, já que os militares tomam conta dos reparos feitos nas máquinas. Cada Road King consome uma média R$ 15 por mês com manutenção preventiva. “Estamos aptos a fazer todo tipo de procedimento mecânico nas motocicletas. Sistemas de freio, embreagem, retífica de motor, tudo é trabalho nosso”, explica o cabo Fortunato, que há 16 anos faz parte da companhia.</p>
<p>Fortunato também é responsável por outra parte muito importante nos desfiles das motos do 2º BPE, ele pilota a H-D FLHT 1200 com escada acoplada que é capaz de levar 12 homens e formar a famosa pirâmide no ar. O show necessita de muita técnica e treinamento. Além disso, a FLHT 1200 não possui suspensão traseira, para não arriar com o peso dos participantes. Neste ano, a motocicleta ano 1976 foi totalmente restaurada; uma parceria com o Grupo Izzo — importador oficial da Harley-Davidson — possibilitou que a máquina ganhasse novos ares.</p>
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