Todos os dias, com muita frequência, temos ouvido nos noticiários o aumento de crimes cometidos por falsos entregadores com motos e bags de aplicativos de entrega.
Os motoentregadores que foram destaque tão positivo durante a pandemia, por fazerem com que as pessoas pudessem ficar em casa, em segurança, enquanto cumpriam uma dura jornada de entregas de todo tipo de encomenda, e que chegaram a ser aclamados como “heróis da pandemia”, estão sendo discriminados pelo medo e sofrendo preconceito. Já dá para perceber o grande impacto que essa situação tem tido no trabalho e na vida destes profissionais.
Criminosos estão se travestindo de trabalhadores para praticar assaltos em plena luz do dia. A população está receosa e a polícia está abordando constantemente a todos para conseguir inibir esse tipo de ação.
As empresas de aplicativos têm sido extremamente negligentes nesse assunto. Os apps têm conhecimento da venda irregular de perfis e de bags em centenas de grupos em redes sociais e até o momento não se engajaram na causa, como vêm fazendo outras entidades ligadas ao assunto, para combater essa prática.
A polícia civil, especial e incansavelmente em São Paulo, vêm fazendo a sua parte, através da operação “Bad Delivery”, pois são roubados cerca de 42 aparelhos celulares por hora, e 90% desses roubos são feitos com motocicletas. Diante desse cenário, não resta alternativa à polícia, senão realizar blitz constantes para verificar quem é trabalhador ou criminoso, parando a todos sem distinção.
Essas ações criminosas só serão mitigadas se houver uma forte união entre o poder público, os aplicativos, as entidades que representam os motoentregadores, e a colaboração da própria categoria que tem que se proteger e ajudar, denunciando possíveis suspeito infiltrados no meio deles cometendo delitos.
Por medo, muitos não denunciam, mas a polícia tem canais como o Disque Denúncia (181) que garante o anonimato. Os aplicativos não podem mais ficar passíveis como meros intermediadores, sem nenhuma relação com os entregadores e deixar a responsabilidade apenas para a polícia.
São cerca de 250 mil profissionais só no estado de São Paulo, os quais também são pais de família que estão levando o sustento para casa. A rotina desses profissionais que ganham a vida pilotando suas motos não é fácil. Merecem nosso respeito e admiração sempre. Esperamos que essa fase acabe rapidamente e que possamos deixar de olhar para os entregadores com medo e desconfiança.
Até a próxima, pessoal!
*Orlando Cesar Leone é Presidente da ANFAMOTO – Associação Nacional dos Fabricantes e Atacadistas de Motopeças
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