Mais uma coluna Visão da Indústria para vocês! O roubo de motos é uma realidade preocupante em diversas cidades, incluindo São Paulo. Infelizmente, essa prática criminosa tem afetado muitos motociclistas, causando prejuízos financeiros e emocionais. Temos visto especialmente o roubo ou furto de motocicletas de alta cilindrada, com motor de 500 cm³ que são inclusive utilizadas para fugas rápidas na prática de outros crimes.
Além disso, as motos são ostentadas pelos criminosos em redes sociais e depois de um tempo são abandonadas. Já as de menor cilindrada acabam tendo outro fim. Fatalmente vão parar em desmanches ilegais para posterior venda das peças. Muitas vezes são peças manchadas de sangue, fruto do crime.
Para combater esse problema, é fundamental adotar medidas de segurança para proteger os motociclistas. Em São Paulo, o trabalho do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), da Polícia Civil e da Polícia Militar vem combatendo e inibindo tanto os roubos e furtos quanto os desmanches. Entretanto é preciso haver maior rigor para que essas peças fruto dos desmanches ilegais não voltem ao mercado e não incentivem os crimes.
Vale lembrar também que há uma grande dificuldade em coibir esses crimes, pois há quem consuma esse tipo de peça sem nenhuma preocupação quanto à sua origem. Não basta só ações como estacionar em locais bem iluminados e movimentados, utilizar cadeados e travas de qualidade, além de estar atento ao redor e evitar áreas de risco.
Visão da Indústria analisa o perigo que os motociclistas correm diariamente
É preciso ir além. Levamos esses casos a Frente Parlamentar Estadual (SP) dos Veículos Sobre Duas Rodas, para que seja tratado em âmbito governamental – no executivo e no legislativo. Precisamos de políticas de estado e não de políticas apenas de governo.
As ações precisam ser contínuas e duradouras. Esperamos ações efetivas para a segurança e defesa do motociclista, que é obrigado a abdicar do prazer que a moto proporciona ou mesmo daquelas que são utilizadas como instrumento de trabalho por conta da criminalidade.
Esse problema afeta toda a sociedade, mas devemos, principalmente, conscientizar os consumidores que a suposta vantagem financeira na compra de peças sem procedência alimenta a cadeia de furtos e pode tirar a vida de outro motociclista, o que acaba gerando o medo generalizado de andar de moto. O pior é que isso afeta a magnífica liberdade de ir e vir que a moto traz ao motociclista.
Orlando Cesar Leone é Presidente da ANFAMOTO – Associação Nacional dos Fabricantes e Atacadistas de Motopeças
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