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Visão da Indústria: boa formação é o melhor caminho

  • Publicado: 21/09/2025
  • 2 Minutos de leitura

Para muitos, o custo da obtenção da CNH de moto é inviável, mas não exigir treinamento prático é um tiro no pé. Confira a opinião de Orlando Cesar Leone sobre o tema na coluna Visão da Indústria

Foi anunciado recentemente pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, que o governo federal pretende pôr fim à obrigatoriedade de aulas em autoescolas para obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

A ideia de permitir que uma pessoa tire a habilitação sem frequentar uma autoescola levanta algumas questões importantes. O fato do custo para obter a habilitação ser impeditivo para muitas pessoas, o alto número de condutores sem habilitação chama a atenção. A ampliação ao acesso beneficiaria a população de baixa renda, assim como a modernização do processo também seria bem-vinda.

Entretanto, há alguns riscos em não ter o treinamento da autoescola no processo, tais como: formação incompleta ou inadequada, sem o conteúdo necessário sobre leis de trânsito, mas principalmente a direção defensiva e instruções práticas de condução dos veículos.

Pode ocasionar também o aumento de acidentes, pois condutores mal preparados representam riscos maiores no trânsito. A falta de instrução adequada pode levar a decisões erradas ao guidão e acidentes que podem ser evitados. Além disso, pode aumentar também, a chance de fraudes nos exames, já que o controle e a preparação ficariam ainda menos regulados.

Aumenta ainda, a desigualdade no processo, pois quem tem mais condições pode pagar um instrutor particular para aprender, já quem não tem, fica em grande desvantagem. Apesar de todos os riscos envolvidos, a medida precisa ser analisada, pois de fato existe a necessidade da redução de custos, as autoescolas são caras o que dificulta o acesso à habilitação.

Visão da Indústria: mais detalhes desta proposta

É necessário ainda diminuir a burocracia, e dar escolhas ao candidato de como aprender. É necessária ainda garantir uma ampla discussão sobre o tema, além de permitir que instrutores autônomos certificados ofereçam aulas fora das autoescolas, melhorar o controle dos exames práticos e teóricos, tornando-os mais rigorosos e imparciais, oferecer instrução pública e gratuita ou subsidiada para quem não pode pagar.

Uma discussão pública, transparente, com argumentos relevantes tanto no campo da inclusão social quanto na preservação da segurança no trânsito. Os modelos têm que ser revistos, mas com responsabilidade e critério.

*Orlando Cesar Leone é Presidente da ANFAMOTO – Associação Nacional dos Fabricantes e Atacadistas de Motopeças
**A opinião dos colunistas não reflete necessariamente a opinião da revista

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