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Turismo, história, carne, vinho e muita pilotagem no Sul do Brasil e Uruguai. Um roteiro repleto de boas estradas, vistas deslumbrantes e comida muito variada e da melhor qualidade. Vale a pena descer até o Uruguai e investir parte do tempo pelo sul do nosso Brasil!
Texto e fotos: Ton Pederneiras
Para chegar ao Uruguai são pelo menos três dias na ida e mais três na volta, então resolvi aproveitar a passagem pelo sul do Brasil também. No primeiro dia descemos a Serra da Graciosa, comemos um bom barreado em Morretes e à noite tivemos um jantar alemão em Joinville. No segundo dia pegamos a BR101 para o sul e entramos sentido Rancho Queimado.
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Eu havia feito essa serra recentemente sob chuva forte e havia sido tenso, mas nesse dia o clima frio e o céu aberto na Serra Catarinense providenciaram uma experiência sensacional de pilotagem entre curvas e mirantes. Almoçamos uma boa carne no paradouro Santo Antônio, em Urubici, para entrar no clima uruguaio. Eu estava um pouco preocupado com o tempo de deslocamento, esse seria nosso dia mais puxado, então abortei a visita ao Corvo Branco para aproveitar mais o Rio do Rastro. Abastecemos no posto temático Serra Azul e invadimos os maravilhosos 70 km que separam Urubici do Rio do Rastro entre araucárias e cânions! Mas o Rio do Rastro estava mal-humorado naquela tarde! Não vimos o mirante, a serra, as motos ou qualquer coisa a mais de quatro metros de distância. Entretanto, descer a serra entre as brumas, para mim, compensa não vê-la do mirante, algo único e que eu adoro! Seguimos por dentro de Santa Catarina para chegar a Torres, e o cansaço bateu! Pela noite, para compensar, mais comida e vinho uruguaio no restaurante Tannah!
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Na manhã do terceiro dia caminhamos pelas impressionantes falésias à beira-mar em Torres! Descemos entre o mar e a Lagoa dos Patos, e o cenário já era totalmente diferente do Sudeste. O vento nos castigou! A reta sem fim valeu a pena quando chegamos à balsa para Rio Grande durante o pôr do sol.
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Dia 4, o dia de chegar ao Uruguai! Começamos nossa descida cruzando a reserva do Taim, o pantanal do Rio Grande do Sul, na beira da estrada muitos animais e mais de uma centena de capivaras curiosas admiravam as motos fugindo do Carnaval. A gasolina ruim nos fez parar antes, abastecemos tremendo de frio e chegamos ao Chuí. Fizemos câmbio rapidamente e o caos da aduana desanimou, mas logo estávamos pilotando pelos prados uruguaios.
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É incrível como tudo muda, estradas estreitas e vazias com o horizonte distante e verde. Assim seguimos até nosso primeiro destino por lá: Punta del Diablo. Se eu tivesse um desejo seria ter 15 anos ali, uma barraca e viver como um hippie. O cenário da península era deslumbrante, e a paz, apesar do movimento, reinava, parecia um filme antigo, tudo em câmera lenta. Almoçamos em uma das barracas com vista para o mar, e a contragosto, seguimos em frente, para San Carlos, pertinho de Punta del Este.
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Hospedagem rural
Dias 5, 6 e 7. Se eu acertei uma coisa nesta vida foi esse hotel rural. A Casa Quetzal fica afastada de tudo, e as acomodações podem ser em uma construção que parece um castelo ou em chalés-barracas no gramado. Precisaria de uma matéria inteira para descrever. Dormimos e acordamos ali três vezes para aproveitar a região e os atrativos de Punta.
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A cidade é feita para passear, paramos as motos em frente aos famosos dedos da Mano del Ahogado e após as fotos fomos bater perna. Almoçamos em frente aos veleiros do porto e caminhamos por toda a costa. À noite encomendei uma parrillada surpresa para o grupo, com muito (mas muito) vinho mesmo!
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Dormimos tarde e acordamos tarde também. A programação do dia foi visitar a belíssima Viña Eden, onde curtimos um piquenique sob as árvores, com mais vinho, e fizemos também a visita para conhecer o processo de produção dos vinhos.
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À noite o ponto alto do tour! Seguimos de moto até Punta Ballena, onde fica a Casa Pueblo. A construção na encosta do rochedo foi feita pelo artista, escultor e poeta Carlos Páez Vilaró e lembra os castelos de areia molhada que as crianças fazem na praia. A construção é pintada com a tinta das casas de Santorini, na Grécia. Lá admirei um dos pores do sol mais lindos da minha vida ao som do poema escrito pelo artista, emocionante.
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Dia novo para seguir pela costa do Uruguai até Montevidéu, rumo ao almoço no Mercado del Puerto, que lembra o mercadão de São Paulo, Entre as carnes sobre as parrillas, saboreamos quase tudo desse país encantador. Após o almoço, compras em uma loja de fábrica ali do lado. Encerramos nosso tour pelo litoral com uma chegada triunfal entre coqueiros que ladeavam a estrada na chegada a Colônia do Sacramento. Outro “rinconcito” indescritível do Uruguai. A cidadela fica dentro de uma antiga fortaleza portuguesa em ruínas com muralhas e um farol no centro das ruelas de pedra. Lá de cima vimos novamente o sol se pôr, dessa vez sobre Buenos Aires pequenininha lá ao fundo!
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Churrasco no gramado
É tanta beleza que perdemos a conta dos dias, mas sabíamos que era o nosso último com sotaque castelhano! Cortamos o Uruguai pelo interior e, naquele dia, todas as pontes estavam em reforma, forçando várias paradas. Mas, antes que deixássemos o país, mais uma paradinha surpresa especial! Deixei a estrada para entrar em um caminho de terra que nos levou a Estância La Estíria, tradicional “hacienda” uruguaia, com criação de cavalos e parrilla no gramado. Almoçamos entre histórias e lendas antes de pegar a estrada.
Acordamos em Santana do Livramento, no Brasil, e seguimos para São Miguel das Missões, onde visitamos as ruínas de São Miguel Arcanjo. À noite show de luzes e poesia para contar a guerra entre índios, jesuítas, portugueses e espanhóis. Na manhã seguinte visitamos as incríveis ruínas, que há muito tempo desejava ver de perto com um guia local. Seguimos então para Concórdia e contemplamos outro pôr do sol, dessa vez, na belíssima ponte que separa o Rio Grande do Sul de Santa Catarina sobre o rio, vejam só, Uruguai! Jantar muito bom na cantina Família Dalagnol!
A ideia era estender o tour mais um pouquinho, então seguimos para Tibagi (PR), onde visitamos os Cânions de Guartelá. Uma caminhada longa, mas a beleza natural compensa. Passamos também pelos panelões onde a água que desce some em buracos circulares no chão. O Hotel Itagi surpreendeu, e a noite foi de conversa e pizza na beira da piscina.
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Último dia de alegrias! O grupo começou a se desfazer, cada qual tomando seu rumo. Seguimos com os paulistanos pelas ótimas estradas do Paraná e de São Paulo depois de ter cruzado todo tipo de caminho. Paramos no Porthal do Rastro da Serpente, nossa última foto antes de pegarmos a Castelo Branco para o interior, sozinhos agora, mas repletos de histórias.
Agradecimentos: Bieffe Capacetes, HLX, Ideapro Malas, Varella Motos, Avon e TRX.
Viaje com a TRX | www.triumphexperience.com.br
Ton Pederneiras | 11 99512-1382
Tour Guide TRX e jornalista
www.destinoincerto.com.br
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