É só o começo, pois o verdadeiro aprendizado com sua moto está apenas começando. Agora é a hora de continuar dizendo Sim à Motocicleta e absorver muito conhecimento e experiências atrás do guidão!
É cada vez mais nítido que as motos estão tomando conta das ruas brasileiras, seja como ferramenta de trabalho, seja como meio de transporte ágil, econômico e divertido.
Entre as mulheres, o total de habilitadas para pilotar motocicletas no Brasil avançou de 5,5 milhões em 2014 para mais de 9 milhões nos dias de hoje, um crescimento próximo de 70% em dez anos. Já entre os homens esse número é ainda mais expressivo, são 29 milhões de habilitados na categoria A.
Apesar dessa alta de brasileiros aptos a pilotar moto, muitos ainda têm receio de adotá-la definitivamente em suas rotinas. Para isso contribuem fatores como a insegurança em pilotar no trânsito diário, pois uma coisa é estar em uma autoescola, com o professor junto. Outra situação é encarar esse caos das ruas e estradas do nosso dia a dia, sozinho.
“Nosso sistema de formação de condutores é o mesmo desde 1966, ou seja, há quase 50 anos. O trânsito, em compensação, mudou muito nesse tempo”, diz Geraldo “Tite” Simões, jornalista especializado em motos e instrutor de pilotagem com mais de 30 anos de experiência.
Como vencer o medo de andar de moto?
O que os novos motociclistas podem fazer para perder – ou pelo menos para encarar – esse receio de sair pelas ruas no seu dia a dia em uma moto? Só há uma solução: praticar e continuar a desenvolver sua pilotagem para ganhar confiança e perder o medo.
Preenchendo essa lacuna, quase todas as grandes marcas de motocicletas têm programas de treinamento para ajudar os motociclistas a melhorarem sua pilotagem com cursos, palestras, workshops e passeios, que além da prática, também agregam convívio e troca de experiências com outros motociclistas.
Investimentos das marcas
Exemplos não faltam, a Honda tem o programa Harmonia no Trânsito em que, através de cursos (online e presenciais) e palestras, fomenta a melhoria do trânsito e a redução de acidentes. A marca da asa também organiza experiências com passeios, viagens e expedições através do programa Red Rider.
Já o Yamaha Riding Academy é o centro de treinamento da marca que treina e capacita motociclistas diretamente e através de sua rede de concessionários. Outras marcas como Bajaj, BMW, Ducati, Kawasaki e Triumph também organizam palestras nas concessionárias, passeios e viagens para fomentar o uso e treinamento de motociclistas por todo o Brasil.
O Riding Experience (RE) é a nomenclatura da ferramenta de experimentação que BMW, Ducati e Triumph utilizam para ministrar cursos para todos os níveis de pilotagem, e que promovem a segurança e correta utilização da motocicleta no dia a dia, viagens e track days. Todos esses cursos acontecem em locais fechados e são ministrados por instrutores profissionais treinados para ajudar os motociclistas a desenvolverem suas técnicas de pilotagem em qualquer cenário (cidade, estrada, fora de estrada ou em pista).
Há outros cursos também, particulares, como o da empresa ABTrans, com módulos especializados em motociclistas iniciantes ou em motociclistas que têm medo de andar de moto.
Primeira moto
Para os iniciantes a escolha da moto é importante e deve levar em consideração fatores como: estatura e biotipo do motociclista, principal utilização da moto e de preferência motos de pequena e média cilindrada, pelo menos até adquirir mais experiência.
Os scooter podem ser uma boa pedida para se acostumar ao trânsito já que, por serem automáticos, não exigem mudanças de marcha e isso pode ajudar na sua atenção ao trânsito. E ainda têm a praticidade do espaço sob o banco para levar seus apetrechos.
Seu melhor investimento
É importante todo iniciante no motociclismo ter em mente que os equipamentos são fundamentais para a segurança na pilotagem. Capacete, calça e jaqueta com proteções, luvas e botas adequadas e no tamanho correto vão oferecer mais confiança e conforto na pilotagem de sua moto e protegê-lo em caso de queda.
Confira a experiência de nosso colaborador, Willian Teixeira, que se tornou oficialmente um motociclista em 2020.
Minha experiência
Eu, Willian, deixo meu relato para comprovar as informações presentes neste artigo. Sou motociclista desde o início de 2020, tendo feito boa parte do processo de habilitação no final de 2019. Escolhi uma moto-escola renomada da região onde moro, e as aulas eram no próprio pátio da instituição. Como todos em minha situação, treinei vários dias no circuito igual ao que seria aplicado no teste da habilitação.
No primeiro dia comecei aprendendo a colocar a moto em movimento, no segundo dia, com o motor da moto em aceleração constante, comecei a fazer o trajeto igual ao que faria a avaliação. Treinei vários dias até que, na véspera de minha avaliação, fui até a pista do parque do Ibirapuera, em São Paulo, SP, para conhecer o circuito – bem maior do que o pátio da moto-escola.
Nesse contato, peguei a moto da instituição e pude dar duas voltas nesse circuito, fazendo o “simulado” de forma bem tranquila. Porém, em minha primeira tentativa para valer, tive a infelicidade de colocar o pé no chão, o que é considerado uma falta eliminatória no exame de obtenção de carteira de habilitação. Fui informado disso apenas no encerramento do circuito, e, segundo um dos examinadores, se não tivesse cometido essa falta, eu teria sido aprovado.
De certo modo, essa observação me animou para uma nova tentativa, que realizei semanas depois. O fato de já ser habilitado para automóveis desde 2004 e ter experiência no trânsito certamente ajudou.
Até que, no dia 20 de janeiro de 2020, realizei o sonho de tirar minha CNH de moto. Eu também sofri com o medo, pensei em desistir e nunca pilotar uma moto. Por isso pesquisei e me inscrevi no curso da ABTrans, que foi fundamental para que eu conseguisse sair conduzindo uma moto na rua com mais tranquilidade.
Lá, consegui aprender a fazer curvas de forma correta, em condições iguais às encontradas no trânsito do dia a dia, e o principal, a usar a moto em uma velocidade maior do que os 10, 15 km/h que circulamos na prova da habilitação. Em suma: em pouco mais de cinco horas no curso de pilotagem, aprendi muito e fiquei mais confiante. Não parei por aí, já realizei outros cursos, sempre buscando melhor me capacitar na pilotagem das motocicletas.
Os cursos de pilotagem e reciclagem são um investimento importante para o constante desenvolvimento dos motociclistas.
Onde procurar cursos de pilotagem de moto?
- https://www.abtrans.com.br/direcao-defensiva/
- https://www.bmwriderexperience.com.br/
- https://www.ducati.com/br/pt/home/riding-academy
- https://www.honda.com.br/motos/harmonia-no-transito
- https://www.triumphexperience.com.br/
- https://yra.yamaha-motor.com.br/home