O primeiro semestre de 2022 encerrou com 671.293 motos produzidas, volume 18% maior do que as 583.863 unidades que deixaram as linhas de produção no mesmo período do ano passado.
As informações são da Abraciclo, entidade que reúne as principais fabricantes do Brasil.
Segundo a associação, o resultado é o melhor para os seis primeiros meses do ano desde 2015, quando foram fabricadas 697.540 motocicletas.
E os números do semestre levaram a Abraciclo a elevar a projeção de motos produzidas em 2022.
A princípio, a entidade estimava que 1.290.000 unidades deixariam as linhas de produção este ano, resultado 7,9% superior em relação às 1.195.149 motocicletas fabricadas em 2021.
Agora, a nova perspectiva é que as fábricas instaladas em Manaus produzam 1.320.000 unidades, ou seja, número 10,5% maior do que o resultado do ano passado.
“Com a nova perspectiva, a indústria de motocicletas deve ficar próxima aos patamares alcançados em 2014, quando foram produzidas 1.517.662 unidades”, explica Marcos Fermanian, Presidente da Abraciclo.
Ele lembra que as fábricas retomaram o ritmo das linhas de montagem e registraram crescimento sustentável no semestre.
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Segundo o executivo, o mercado segue em tendência de alta “devido ao avanço dos serviços de delivery, o maior uso da motocicleta nos deslocamentos urbanos, além do aumento dos preços dos combustíveis”.
Para Fermanian, mesmo com a expectativa de elevação na produção, o setor segue atento às diversas variáveis que podem impactar o mercado, como altas na inflação e nos juros.
“Além disso, estamos num ano eleitoral e, como acontece sistematicamente, isso gera muito estresse no mercado”, lembra o Presidente da Abraciclo.
Otimismo para 2022
A Abraciclo também revisou as projeções para vendas no varejo e exportações de motocicletas.
A nova perspectiva é de que os licenciamentos alcancem 1.260.000 unidades, crescimento de 8,9% na comparação com o ano passado (1.156.776 motocicletas emplacadas).
Já sobre as exportações, a estimativa é de que sejam embarcadas 56.000 motocicletas, o que corresponde a uma alta de 4,7% em relação às 53.476 unidades exportadas em 2021.
Produção de motos desacelera no último mês
Nesse ínterim, a produção de motos desacelerou em junho, quando 101.695 motocicletas saíram das linhas de montagem instaladas em Manaus.
O resultado corresponde a uma queda de 21,6% sobre as 129.781 unidades fabricadas em maio e 3,6% inferior em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram feitas 105.450 motos.
Segundo a Abraciclo, essa desaceleração na produção de motos já era esperada devido ao início das férias coletivas nas fábricas.
Vendas de motos no varejo
No acumulado do ano, os licenciamentos totalizaram 636.565 unidades, alta de 23,1% sobre as 517.154 motos licenciadas no mesmo período de 2021.
A Abraciclo diz que é o melhor desempenho para o período desde 2015, quando foram licenciadas 641.707 unidades.
Em junho, foram emplacadas 120.841 unidades, queda de 9,4% sobre as 133.344 unidades de maio. Já em relação ao mesmo mês do ano passado houve alta de 13,3%.
A categoria mais licenciada foi a Street (59.364 unidades e 49,1% de mercado). Em seguida aparecem Trail (24.213 / 20%) e Motoneta (18.169 / 15%).
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O estudo diz que as motos de até 160 cm³ predominam no Brasil. Segundo a Abraciclo, em junho foram licenciadas 100.499 unidades, ou seja, 83,1% do mercado.
Modelos de 161 a 449 cm³ totalizam 13,5% do mercado, com 16.275 unidades emplacadas em junho.
Por último as motocicletas acima de 450 cm³, que correspondem a 3,4% do mercado brasileiro, ou seja, 4.067 emplacamentos no último mês.
Tempo de espera pode chegar a 30 dias
O estudo da Abraciclo diz que há fila de espera para motos de baixa cilindrada e scooters, modelos muito usados para trabalho e deslocamento urbano.
O tempo de espera é de cerca de 30 dias, enquanto motocicletas premium e de uso misto já tiveram os estoques normalizados, diz a entidade.