A Voltz será a primeira marca com produção de veículos elétricos no Brasil, garante Manoel Fonseca, diretor de marketing. Já está tudo preparado para a inauguração da fábrica em Manaus, em março de 2022. Com isso, a capacidade de produção mensal será bem interessante, com até 15.000 unidades por mês. Apesar que, inicialmente, esse número deva ficar em torno de 5.000 motos.
A Voltz faz motos elétricas desde 2019. Antes disso, a empresa pesquisou durante dois anos o comportamento do consumidor em relação a esse veículo do futuro, que acabou rodando pelas nossas ruas no presente.
Nesta entrevista, Manoel Fonseca fala coisas muito interessantes, como as estações de baterias, onde o consumidor pode simplesmente trocar a da sua moto em poucos minutos, no lugar de ficar esperando que ela carregue na tomada, o que toma mais tempo. Também é curioso saber que, no próximo ano, será possível adquirir uma Voltz sem bateria, o que representaria uma economia de custo ate 40% no preço.
Você que é nosso leitor, vote neste link da Motociclismo para concorrer à uma Voltz EV1 Sport e a uma novíssima EVS. Veja o regulamento neste site. O Moto de Ouro é uma premiação democrática, na qual é você quem define qual é a melhor moto por categoria. Não perca essa chance!
Confira a entrevista que fizemos com Manoel Fonseca no vídeo abaixo, ou se preferir, leia a transcrição a seguir:
Conta o que representa para a Voltz participar da premiação do Moto de Ouro por dois anos consecutivos?
Manoel Fonseca – No ano passado nós ganhamos o primeiro lugar na categoria de Motos Elétricas e espero que a gente ganhe novamente este ano. A diferença é que viemos com uma ideia de colocar duas motos (uma EV1 Sport e uma EVS) para sortear para os leitores que votarem. Mas tem uma pegadinha aí: com a segunda moto, a EVS, só participa do sorteio quem for em uma das lojas da Voltz e fizer um teste ride. Hoje temos lojas em Recife, São Paulo, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro, Porto Alegre, um total de dez capitais. E temos também cerca de outras 45 cidades brasileiras, com nossos parceiros, onde os leitores votantes também poderão fazer o teste ride para concorrer. Convido vocês que entrem no site da Motociclismo, na página do Moto de Ouro, e também no site da Voltz, na seção Onde estamos – basta clicar e aparecerá o mapa do Brasil com todas as lojas e parceiros.
Fale um pouco sobre a Voltz, para os nossos leitores conhecerem melhor.
Manoel Fonseca – A Voltz começou em 2019, ainda está engatinhando. Mas a nossa missão é redefinir a mobilidade. Nossas motos são computadores, robôs sobre rodas, como costumamos falar. Temos no nosso portfólio a EV1 Sport, uma scooter “show de bola”, muito versátil para o dia-a-dia. E temos também a EVS, que é linda e trata-se da primeira moto inteligente do Brasil. Ela é urbana, mas bem tecnológica. Dá até para ligar pelo celular. Ver onde ela está, tudo digitalmente. Convido todos a entrarem no nosso site e conhecerem!
Esses parceiros que você fala são concessionárias também?
Manoel Fonseca – São pequenas lojas situadas em algumas cidades estratégicas. Estamos começando a nossa rede, mas ainda falta muita coisa para chegar a cerca de 300 pontos no Brasil. Nessas que já estão em funcionamento, basta checar o endereço no nosso site, e marcar para fazer o teste ride com os nossos produtos, para sentir um pouco da experiência e da proposta da Voltz. Principalmente quem é motociclista, quem gosta de motos, ter o prazer de andar em uma moto elétrica, é passar por uma experiência totalmente diferente.
Como está o processo de instalação da fábrica em Manaus?
Manoel Fonseca – Estávamos tentando iniciar a produção ainda neste mês de dezembro, mas surgiram alguns desafios. Então, definimos a data da inauguração da fábrica para março de 2022. Achamos que é ideal para iniciarmos a operação da primeira indústria de veículos elétricos do Brasil. A fábrica de Manaus terá capacidade de produção de 15.000 motos por mês, apesar que no primeiro mês devemos iniciar com um volume de 5.000 unidades. Justamente para suprir a demanda que já está alta e que a Voltz não está dando conta de entregar.
Explica como está essa procura e como a Voltz conseguiu resolver as entregas?
Manoel Fonseca – A pandemia criou uma barreira gigante e a gente está se adaptando. Tivemos muitos atrasos com vários clientes da Voltz. Como a nossa empresa tem a intenção de fazer o melhor possível, demos Uber gratuito para todos que tiveram a entrega das motos atrasada. Não deixamos ninguém na mão. E com isso conseguimos muito apoio dos brasileiros, que também estão apoiando a empresa por ser nacional. Claro que houve cancelamentos, muitas pessoas decepcionadas, mas sabemos que elas vão voltar. Foi um investimento altíssimo com o Uber. Imagine, qual empresa no mundo fez isso? “Vamos atrasar a entrega, mas está aqui o Uber até você receber a sua moto”.
Haverá novidades, a partir da inauguração da fábrica?
Manoel Fonseca – Vamos fazer um super lançamento, com várias novidades, que estamos segurando a “sete chaves”. São várias coisas, mas vamos deixar para dar mais detalhes na época do lançamento. Principalmente para atualizar o posicionamento da empresa no mercado. Vem muita coisa nova por aí! Será um sucesso e ajudará a resolver todas as dores que a sofremos hoje, especialmente com a questão da entrega.
Como você vê a entrada de outras marcas nesse segmento das elétricas?
Manoel Fonseca – Antes da Voltz, existiram algumas marcas que tentaram implementar essa questão do veículo elétrico no Brasil. Mas não conseguiram por alguns motivos. No caso da Voltz, iniciamos o projeto em 2017 e ficamos dois anos estudando, tentando compreender como o brasileiro enxerga esse veículo. Percebemos que o comportamento do usuário daqui é bem diferente daquele do exterior. Com isso a gente aprendeu, depois lançou e aprendeu mais ainda. Até hoje estamos aprendendo e melhorando. A minha visão em relação à concorrentes é: vejo com bons olhos. O objetivo é muito maior do que essa questão de concorrência. O fator de redefinir o mercado é muito mais nobre do que isso! Nós somos a empresa que mais vende veículos elétricos no Brasil. E vindo um concorrente só irá esquentar o mercado e trazer as pessoas do passado para o futuro. Tirar as pessoas do mundo da combustão e trazer para o mundo de veículos elétricos.
Como fica a rede de abastecimento? Ela é necessária ou só a pessoa carregando a moto na sua casa já é suficiente?
Manoel Fonseca – O nosso consumidor tem a liberdade de carregar em qualquer tomada. E também tem a opção da bateria móvel, que pode ser retirada e levada para onde se quiser para carregar. Isso dá uma flexibilidade e faz com que a nossa proposta seja viável. Agora também estamos trazendo uma nova solução que é da “Estação Voltz”. Trata-se de gabinetes que comportam oito baterias e que serão distribuídos pelo Brasil inteiro. Hoje temos duas unidades sendo testadas em São Paulo, para atender iFood e clientes. Já estamos trazendo 100 unidades para espalhar pelas capitais e, no ano que vem, estarmos em boa parte do Brasil. Em 2023 deveremos estar com a estação de abastecimento em todo o país. Começaremos pelos centros urbanos, porque é onde acontece a maior aquisição do produto. A ideia é que a pessoa saia da sua capital, vá para outra cidade, depois para outra cidade, só trocando as baterias pelo caminho, de forma rápida e eficiente.
E como funciona essa troca?
Manoel Fonseca – O nosso cliente faz uma assinatura e com o celular ele descobre em qual localidade tem a cabine de recarga e se nesse local tem baterias disponíveis. Aí chega na estação Voltz e troca de bateria em 30 segundos. Super simples, rápido e prático. Aí ele zera a autonomia, pegando uma bateria 100% carregada. Uma experiência nunca vista no Brasil. A proposta da Voltz sempre é estar melhorando, facilitando a vida das pessoas. Em breve também vamos conseguir oferecer de a pessoa comprar a moto sem a bateria, o que daria para reduzir em 30 ou 40% o preço do veículo. O usuário vai apenas utilizando as baterias que estão nas estações.
Na sua opinião, o que falta para o Brasil entrar mais forte no setor de veículos elétricos, como um todo, não apenas no de motos?
Manoel Fonseca – É uma questão muito polêmica. Mas acredito que, em primeiro lugar, vem a infraestrutura. Precisa haver uma redefinição de olhar sobre o setor, especialmente com relação a taxas, a facilitar ainda mais a aquisição. Outro ponto é entender se o Brasil tem capacidade energética para suportar essa mudança, para que não haja um colapso.
A moto já tem uma grande procura atualmente e o apelo da elétrica acrescenta ainda mais ao interesse do público?
Manoel Fonseca – Eu gosto de fazer um raciocínio sobre quem se locomove com transporte coletivo, seja metrô, trem ou ônibus. Se fizermos uma matemática de um valor médio mensal de gastos, essa pessoa estará gastando o mesmo valor que uma parcela de compra de uma moto elétrica da Voltz. Hoje em dia, nas grandes cidades, esse gasto está, em média, R$ 500 para ir para o trabalho e voltar. Essa é uma parcela da EV1, por exemplo. O consumidor pode dar uma entrada de R$ 2.000 e consegue ter essa parcela no financiamento. Dessa forma, terá um veículo à sua disposição, na hora que quiser, e que será carregado na tomada. No transporte coletivo, há todo um desconforto e risco, até da aglomeração em fase de Covid. Se comparar com carro, então, o ganho é enorme. Um automóvel é uma mini fábrica de poluição. Só para ter ideia, 72,5% do índice de poluição na cidade de São Paulo vem dos automóveis.
Que mensagem, em resumo, você gostaria de passar para o nosso leitor?
Manoel Fonseca – A mensagem é como diz o nosso slogan: “A gente muda, o mundo muda”. Para vermos toda essa transformação do Brasil, a primeira dela tem que partir de nós. Já está na hora de girarmos essa chave, sair do passado e ir para o futuro. Sair da mobilidade à combustão e ir para a elétrica. Para finalizar, conto com todos para a inauguração da nossa fábrica, em março. E conto com todos para irem fazer um teste ride na nossa rede e participar desse sorteio maravilhoso!