O legado Fireblade deu início em 1992 com a chegada da Honda CBR 900RR Fireblade, uma motocicleta com motor de quatro cilindros em linha de 893 cm³, com uma ciclística leve e capaz de superar as concorrentes de 750 cilindradas que tinham motores menos potentes e as de 1.000 cilindradas que apesar de muito potentes eram bem mais pesadas.
Ela ganhou reputação instantaneamente como uma poderosa motocicleta endiabrada e para poucos pilotos atrevidos a explorá-la no limite. A primeira geração vinha equipada com uma roda dianteira com aro de 16″, garantindo um manuseio muito ágil, em compensação nas altas velocidades ela tendia a tremer.
Veja também:
Moto de Ouro: vote e concorra a um KIT MOTOCICLISMO!
Moto da Aston Martin é apresentada no EICMA
Yamaha TMAX 560 chega em duas versões
Fato é que a Fireblade nunca teve um desempenho voraz e força bruta para vencer seus concorrentes e, por isso, ela sempre foi vista com uma motocicleta fácil dentro da categoria das superbikes de 1.000 cilindradas.
Mas, para 2020 a Honda pretende virar o jogo, nitidamente com a ambiciosa pretensão de ganhar o título do Mundial de Superbike e, para tanto, uma Fireblade totalmente renovada chega ao mercado, com uma letra R a mais na nomenclatura, a CBR 1000RR-R Fireblade, que oferece 217,5 cavalos de potência a 14.500 rpm. Há também a versão CBR 1000RR-R SP Fireblade ainda mais sofisticada.
Para se ter uma ideia da potência da nova CBR 1000RR-R Fireblade, a Ducati Panigale V4 de 1.103 cm³ entrega 214 cv e a Panigale V4R, estratosfericamente mais cara em edição especial para homologação para poder participar do Mundial de SuperBike, entrega 217 cv. A Kawasaki Ninja ZX-10RR, cinco vezes consecutivas e atual campeã do World SBK, entrega 201 cv, a Yamaha YZF-R1 197 cv e a Suzuki GSX-R 1000R 199 cv.
A Honda CBR 1000RR-R Fireblade 2020 vem equipada com o novo motor de quatro cilindros em linha mais potente já produzido pela marca e utiliza tecnologia e medidas internas da MotoGP RC213V, como os pistões forjados em alumínio com diâmetro e curso de 81 x 48,5, a maior medida entre os motores quatro cilindros em linha de 1.000 cm³ da atualidade.
As bielas de titânio são 50% mais leves do que as anteriores de aço cromo-molibdênio e os parafusos das bielas são de uma liga de aço cromo-molibdênio-vanádio HB 149, desenvolvidos pela própria Honda e que não requerem porcas de aperto.
As válvulas de admissão e escape são acionadas por balanceiros de dedo em vez de um copo de aço com a pastilha da folga, o que permite uma redução de peso inercial por volta de 75%, conforme os engenheiros. A válvula de escape foi desenvolvida com colaboração da Akrapovic, que também desenvolveu o terminal de escapamento em titânio. Diversas peças internas do motor passam por um revestimento DLC Diamond Like Carbon, que reduz em até 35% as perdas por atrito e a CBR 1000RR-R Fireblade é a primeira motocicleta de produção em série a usar tal medida.
Os corpos de borboleta passaram de 48 para 52 mm e agora são ovais e o eixo que comanda a abertura das borboletas passa a ser de aço inoxidável em vez do latão. Este novo motor também está menor e mais compacto graças à menor distância entre o virabrequim, o balanceiro e o eixo de transmissão. Agora a parte traseira do bloco do motor serve de suporte superior do amortecedor.
O sistema de acelerador TBW Throttle by Wire foi atualizado para entregar as respostas com maior precisão, eliminando qualquer atraso para a entrega de potência dos três Ride Modes. Uma nova plataforma IMU Bosch de seis eixos entra no lugar da versão de cinco eixos e então ABS e controle de tração em curvas fazem parte do pacote eletrônico, bem como freio motor, controle de empinadas, controle de escorregamento e controle de largada que limita as rotações do motor em 6.000, 7.000, 8.000 ou 9.000 rpm mesmo com o acelerador totalmente aberto, permitindo que o piloto foque apenas na embreagem.
O chassi tipo diamante tem uma geometria completamente nova, com valores maiores de entre eixos, trail e cáster, para melhorar a estabilidade e a agilidade. O braço oscilante é o mesmo da RC213V-S e vem equipado com o sistema Pro-Link ancorado na parte traseira do bloco do motor. O peso total da nova CBR 1000 RR-R 2020 é de 202 kg.
A nova RR-R de entrada utiliza suspensões Showa, com um garfo dianteiro BPF de 43 mm e um monoamortecedor traseiro BFRC-L, totalmente ajustáveis. Um amortecedor de direção eletrônico HESD é fixado na mesa inferior. O sistema de freios fica por conta de das novas pinças dianteiras radiais Nissin de quatro pistões com discos de 330 mm e na traseira um disco de 220 mm com pinça brembo de dois pistões.
A nova versão RR-R SP vem equipada com suspensões eletrônicas semi ativas, um garfo Öhlins NPX com um comprimento maior para maior liberdade de acerto da geometria e um monoamortecedor traseiro TTX36 Smart-EC. O sistema de freios utiliza o topo de linha da Brembo. o kit Stylema de pinças e bombas radiais, e um quick shifter para cima e para baixo.
As suspensões da RR-R SP permitem um ajuste independente do original e que ainda pode ser armazenado permitindo que o piloto tenha várias configurações para cada pista, selecionando-os instantaneamente durante a condução.
O visual desta nova geração da CBR 1000RR-R Fireblade é sem precedentes e foi desenvolvido para criar o menor arrasto aerodinâmico, aperfeiçoado para aumentar a aceleração e a estabilidade. As aletas laterais da carenagem trazem a tecnologia usada na RC213V da MotoGP 2018, com três asas dispostas dentro da carenagem para otimizar a força descendente em alta velocidade e o menor arrasto aerodinâmico, mas elas não são móveis como imaginávamos, pela recente patente de aerodinâmica ativa que a Honda solicitou.
A iluminação é total LED e o painel é uma tela TFT de 5″ totalmente personalizável para as ruas, estrada ou pista. Também é adotado o sistema Honda Smart Key, um sensor de presença para ligar a ignição e travar o guidão.
Na teoria a nova Honda CBR 1000RR-R 2020 chega com muitas vantagens sobre suas concorrentes, mas a prática é que vai nos mostrar se ela é digna do R extra.
E quem já se divertiu com ela? O dono de oito títulos do Mundial de Motovelocidade, Marc Márquez. Veja como ele se saiu com a nova CBR1000RR-R Fireblade SP. Deu muita vontade de estar no lugar dele!