Nesta edição da Coluna do Raul o foco está nos elétricos! Com média mensal de mais de 73 mil unidades nos emplacamentos de scooter elétricos, a Índia comprova tendência mundial que aprova as motos elétricas
Os licenciamentos de veículos elétricos de duas rodas, em fevereiro de 2024, totalizaram 81.963 unidades, exibindo um status diferenciado considerando os números mês a mês. Um ponto digno de nota é o dia a mais neste mês de fevereiro, o que pode também ter contribuído para esse crescimento.
Entretanto, a taxa média de venda mensal acumulada no ano ficou em 73.190 unidades, apresentando um aumento anual de 21% em comparação com a média do ano fiscal anterior, de 60.500 unidades.
Esses dados provenientes da Índia, o maior mercado mundial de motos, revelam um retrato do mercado elétrico de duas rodas, com fabricantes importantes fazendo proezas no setor de e-scooter que está em plena evolução.
As motos elétricas em fevereiro deste ano representaram 5,7% do total de motos emplacadas, pouco mais que os 5,6% de janeiro, sublinhando o impulso sustentado dos E2W (Eletric 2 Wheeler) no mercado.
Coluna do Raul: os destaques do segmento elétrico na Índia
A marca Ola Electric continua dominando as vendas e mantém o primeiro lugar com 33.722 unidades registradas em fevereiro de 2024. A empresa não apenas garantiu os registros mais altos, mas também comandou uma impressionante participação de mercado de 41,1%.
Essa conquista foi reforçada por uma redução estratégica de preços nos últimos 15 dias do mês. Seguem a líder Ola Electric a TVS Motors com 17,7%, a Bajaj Auto, com 14,2%, e a Ather Energy, com 11%. A Greaves Electric, anteriormente conhecida como Ampere, conquistou 3,2% da participação de mercado.
Outro dado bastante interessante para esse crescimento dos produtos elétricos é que 25% dos compradores desses veículos têm sistemas solares nos telhados de suas casas, segundo Shailesh Chandra, diretor geral da Tata Motors Passenger Vehicles Limited e Tata Passenger Electric Mobility Limited.
Em recente entrevista, Shailesh Chandra, comentou a participação atual da energia renovável no carregamento de veículos elétricos, algo em torno de 44%. Ele explicou que alcançar uma penetração de 70% na infraestrutura solar em telhados, nos próximos três anos, poderia elevar o mix de energia renovável para carregamento de veículos elétricos para 90%. Tal transformação tem o potencial de enfrentar os desafios do país para alcançar a neutralidade de carbono, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e ainda melhorar o índice de qualidade do ar.
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Esperamos que isso possa se concretizar o mais breve possível, pois infelizmente a infraestrutura mundial ainda não está preparada para que a maioria da frota dos veículos em circulação seja elétrica. No caso dos e-scooter, como as baterias são menores, o impacto é menos relevante, especialmente na capacidade de fornecimento de eletricidade das companhias de energia.
No Brasil, as vendas ainda são pequenas, se comparadas às de motos a combustão, mas a seguir o caminho das vendas dos carros elétricos e híbridos, deve faltar infraestrutura para atender uma demanda maior, como a da Índia.
Raul Fernandes Jr. é especialista em mercado de motocicletas, presidente da AssoRoyal (Associação dos Revendedores Royal Enfield do Brasil), sócio do Grupo 2W Motors e ex-diretor de redação da revista MOTOCICLISMO Brasil.