Elas representam 2% da frota circulante. Hoje, são 75 mil motcicletas elétricas transitando pela Espanha
Por Raul Fernandes Jr*
O motor elétrico ganha presença na Espanha também no setor de duas rodas: 74.705 motocicletas elétricas circulam no país. Esta é uma das conclusões do relatório Veículo de duas rodas por tipo de motor. Os dados são de 2020 e foram levantados recentemente pela Somos Seguro em colaboração com a Associação dos Fabricantes de Motocicletas na Espanha.
As cidades de Barcelona, Madri e Palma são os locais com mais veículos com esse tipo de motorização. A frota se divide igualmente entre as motos de aluguel e os consumidores individuais.
De acordo com esse estudo da associação de fabricantes, existem atualmente 40.057 motocicletas, 17.440 ciclomotores e 17.208 scooter que circulam pelas ruas e estradas espanholas usando um motor diferente do motor a combustão, ou seja, por meio de motores elétricos. Esse total representa 2,24% da frota de duas rodas.
As motocicletas eletrificadas têm presença especial nas maiores cidades do país, aquelas com mais de meio milhão de habitantes, devido aos congestionamentos e problemas de estacionamento. Esses veículos representam 2,91% da frota local de duas rodas nessas localidades mencionadas.
Mas os veículos movidos a bateria também são populares nas cidades menores, onde há distâncias razoavelmente longas para percorrer e o transporte público não é abundante. É o caso dos municípios entre 10 mil e 50 mil habitantes, onde as motos elétricas representam 2,65% da frota.
A região metropolitana que tem, em termos relativos, mais motos e ciclomotores livres da emissão de gases é a de Madri (com 5,43% da frota). Na sequência vem Barcelona (3,27%) e as Ilhas Baleares (2,65%). Uma análise por município coloca, por outro lado, a cidade de Barcelona como a capital da motocicleta ecológica na Espanha: 5,78% das unidades que rodam por essa cidade se movem graças à eletricidade. Na cidade de Madri esse tipo de veículo representa 2,14%. Palma ocupa a terceira posição, com 1,96% da frota.
Pouco a pouco, os “quilowatts” substituem os centímetros cúbicos como medida de referência para avaliar uma motocicleta. As frotas comerciais estão desempenhando um papel de destaque nessa transição. Atualmente, metade desses veículos elétricos da Espanha pertencem a empresas, principalmente de entregas em domicílio e locadoras.
Os usuários mais comuns são homens, nove em cada dez. Claro, algo acontece com motocicletas que não acontece com carros elétricos. Enquanto os carros plug-in geralmente são de propriedade de pessoas com cabelos grisalhos e maior poder aquisitivo, as motocicletas elétricas são para todas as idades. É certo que, no caso dos ciclomotores, os usuários com mais de 65 anos têm um peso nitidamente superior ao de outras gerações. Porém, motocicletas e patinetes elétricos aparecem como alternativas de mobilidade para todos. Dos pilotos mais jovens aos veteranos.
Pelo que demonstra o estudo espanhol, a realidade poderá ser outra em pouco tempo, pois a frota de motos elétricas tende a crescer de forma exponencial, seja na Europa ou na Índia, assim como já ocorre na China. Uma grande tendência que o tempo irá nos mostrar!
Raul Fernandes Jr é especialista em mercado de motocicletas, presidente da AssoRoyal (Associação dos Revendedores Royal Enfield do Brasil), sócio do Grupo 2W Motors e ex-diretor de redação da revista MOTOCICLISMO Brasil.