
O Brasil foi o primeiro país no mundo a produzir uma motocicleta movida a álcool, e depois inovou com a tecnologia flex fuel; leia mais sobre a vanguarda da mobilidade brasileira nesta nova edição da Coluna da Abraciclo
O pioneirismo sempre foi uma característica notável da indústria brasileira de duas rodas. A engenharia nacional é amplamente reconhecida no cenário global por sua capacidade de inovação e desenvolvimento tecnológico. Muito antes de temas como sustentabilidade e neutralidade de carbono ganharem destaque mundial, os profissionais brasileiros já lideravam iniciativas voltadas à criação de alternativas mais ecológicas e eficientes.
Um exemplo muito importante dessa vocação inovadora foi o lançamento, em 1981, da primeira motocicleta movida a álcool do mundo. A partir desse avanço, diversos estudos e testes foram realizados, resultando no desenvolvimento da tecnologia flex fuel, que permite o uso de gasolina e/ou etanol como combustível. Em 2008, esse esforço convergiu na produção da primeira motocicleta bicombustível do mundo, que saiu da linha de montagem em Manaus.

Quatro anos depois, a indústria nacional escreveu mais um capítulo significativo da história dessa trajetória: a primeira motocicleta bicombustível no segmento de 250 cilindradas. Esse avanço consolidou ainda mais o protagonismo dos profissionais brasileiros, que não apenas lideraram o desenvolvimento da tecnologia flex, mas também seguiram aprimorando seu desempenho e eficiência ao longo do tempo.
Coluna da Abraciclo – a evolução do sistema Flex
O sistema flex passou por avanços significativos, desde seu desenvolvimento, tanto em eficiência como em durabilidade. Uma das principais evoluções foi a incorporação do sistema de alimentação com retorno, que elimina a necessidade de substituição do filtro interno da bomba de combustível. Além disso, melhorias no gerenciamento eletrônico da injeção permitem partidas imediatas em temperaturas mais baixas, mesmo com o uso exclusivo de etanol.
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Ao longo dessas quase duas décadas, mais de 12 milhões de motocicletas com tecnologia flex fuel já foram produzidas no Brasil. Atualmente, 65% da produção do Polo Industrial de Manaus (PIM) é composta por modelos bicombustíveis, que emitem menos CO2. Essa redução contribui para a diminuição da liberação de gases de efeito estufa na atmosfera, alinhando a produção nacional a práticas mais sustentáveis.

No início deste ano, a indústria nacional deu um passo importante com o lançamento da primeira scooter equipada com um sistema elétrico de assistência semelhante ao dos veículos híbridos leves. A tecnologia contribui para uma melhoria de até 12% no consumo de combustível, integrando eficiência energética ao desempenho urbano.
É imprescindível reconhecer o papel fundamental da engenharia brasileira na inovação e evolução tecnológica. É neste ambiente de excelência técnica que se desenvolvem as soluções que colocam o setor de duas rodas na vanguarda da mobilidade sustentável, reafirmando seu compromisso com o progresso tecnológico e a descarbonização.
Esta coluna é feita mensalmente pela Abraciclo – Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares