O BMW Motorrad Days foi realizado no último final de semana na cidade de Socorro, no interior de São Paulo. No evento da marca bávara também ocorreu a etapa final do BMW GS Trophy para selecionar os quatro pilotos que formarão a equipe que representará o Brasil na edição 2020 da competição, que será realizada na Nova Zelândia.
Cada uma das três etapas anteriores, que aconteceram nas regiões de São Paulo, Goiânia e Santa Catarina, selecionou 30 competidores amadores donos de motocicletas off road da marca alemã e um jornalista das mídias impressas ou cibernéticas. Também competiram as meninas na categoria feminina, para duas finalistas em Socorro participarem de uma etapa exclusiva da categoria na Espanha, para então selecionar uma piloto para representar o Brasil na Nova Zelândia.
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Os quase 90 finalistas amadores e os três finalistas jornalistas disputaram a final no evento da cidade de Socorro em uma competição com equipes formadas por três pilotos sorteados, com muita navegação para encontrar as atividades do sábado, durante um período de no máximo 5:30 horas, cada um com sua própria motocicleta da linha GS, de qualquer cilindrada acima de 650.
Ainda no sábado, aconteceu uma prova de habilidades com as motocicletas F 850 GS para todos os pilotos, em um percurso que deveria ser completado em no máximo dois minutos, o que somaria pontos para ajudar na pontuação da prova de estratégia e navegação.
Após as provas do sábado, apenas 20 pilotos amadores e dois jornalistas disputariam a final que seria realizada no domingo em uma pista fechada com 15 atividades de muita dificuldade para testar a habilidade e o condicionamento físico dos participantes, para selecionar os três amadores e um jornalista, sendo que cada piloto poderia dar duas voltas, não seguidas uma da outra, para que a melhor volta entrasse na disputa.
Enfim, depois de uma prova muito equilibrada e disputada, principalmente pelos dois jornalistas, os pilotos provaram que não estavam alí para brincadeira e mostraram que absorveram de verdade o espírito da competição que, mais do que habilidades com a motocicleta, exige muita estratégia e controle mental.
O grande vencedor da disputa com a primeira colocação na geral foi o piloto de apenas 21 anos de idade, Pedro Augusto, de Itapira, interior de São Paulo, proprietário de uma F 850GS, que mostrou muita força, técnica e coragem para enfrentar os marmanjos, alguns com milhares de quilômetros e ótimas histórias com suas GS mundo afora, sejam de 650, 750, 850, 1.200 ou como eu, uma R 1250GS HP cedida pela própria BMW.
O segundo colocado é o piloto Felipe Hawerroth, ele tem 25 anos e reside em São Bonifácio, Santa Catarina e o terceiro colocado é Claudinei Costa Silva, de Suzano, São Paulo, com 34 anos de idade e dono de uma R 1200GS, que diga-se de passagem, é um dos muito poucos que vi empinar por quilômetros a fio essa gigante.
Fato interessante é que conheci o Claudinei em 2012 durante o Campeonato Brasileiro de Motovelocidade, onde ele competia na Copa Ninja 250 e eu na Copa Honda CB 300R. Ficávamos no mesmo box, a equipe do Claudinei era formada por amigos que o ajudavam em troca de um pão com mortadela e um refrigerante, coisa muito além de irmão. Claudinei é campeão brasileiro da Copa Ninja 250 e eu vice campeão da Copa Honda CB 300R e o fato é que ambos se desiludiram com a motovelocidade no país e acabaram se encantando com o universo das Big Trail.
Na categoria feminina, a primeira colocada foi Vanessa Ruzanowsky, de 37 anos, moradora da cidade de Itatiba, interior de São Paulo, enquanto Cinthia Morales, de 52 anos e moradora de São Paulo, ficou com a segunda colocação.
Na categoria imprensa houve uma disputa muito acirrada entre o experiente piloto de 49 anos de idade Cleuci Agnew Ronzela, o famoso Trinity, muito experiente e com participação na edição canadense do GS Trophy em 2014 e o piloto da revista Pro Moto Gustavo Narciso, com os dois somando o mesmo número de pontos ao final do evento, mas com a vitória a favor do o Trinity, porque ele fez mais pontos na prova de habilidade do domingo, e esta prova tem peso maior.
Infelizmente minha equipe chegou 13 minutos atrasada na prova de estratégia e navegação do sábado e fomos desclassificados, pois, essa era a regra e realmente tivemos muita dificuldade com o mapa. Mesmo passando bem na prova noturna com a F 850GS, não pude disputar a final do domingo. Mas o que mais valeu foi a experiência e a convivência com as pessoas das mais diversas regiões do nosso país.
Como sempre diz o único Marshall brasileiro do GS Trophy, nosso querido piloto Aloísio Frazão, o GS Trophy muda a vida das pessoas, assim como mudou a minha, sendo o mais importante o espírito de equipe, de companheirismo e coleguismo e não as disputas por si só. O GS Trophy é uma grande família.
Agora só quero direcionar meu foco e treinar bastante para a próxima edição do GS Trophy que deve acontecer em 2022. Boa sorte aos participantes, esperamos todos, que desta vez eles tragam um degrau do pódio, de preferência o mais alto.