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Competições

Bandeira quadriculada para o Mundial de Motovelocidade 2020

9 Minutos de leitura

  • Publicado: 23/11/2020
  • Por: Leo Pereira

No último final de semana estivemos em Portimão para a etapa de encerramento da temporada 2020 do Mundial de Motovelocidade. O GP de Portugal, no circuito do Algarve, representou a 15ª rodada para Moto2 e Moto3 e a 14ª prova da MotoGP neste conturbado ano de 2020 por conta da pandemia do novo coronavírus.

Localizado em Algarve, o Autódromo Internacional do Algarve, também conhecido como circuito de Portimão, cidade portuária que fica a meia hora de distância da pista, tem capacidade para 100 mil espectadores e foi inaugurado em 2008 com uma etapa do Mundial de Superbike. Ele também recebe categorias como F1, GP2 Series, European LeMans Series e campeonatos nacionais.

Os campeões mundiais de 2020: Enea Bastianini (Moto2), Joan Mir (MotoGP) e Albert Arenas (Moto3)

A pista é alucinante, com muitas subidas e descidas. Por isso é apelidada de Roller Coaster – montanha russa na tradução para o português. O Autódromo do Algarve reúne um complexo de atividades composto por duas pistas de corrida, uma pista de kart, um parque off-road, além de hotel, condomínio de apartamentos, um parque tecnológico e um complexo desportivo.

O circuito principal possui 4.600 metros e 15 curvas, sendo nove para direita e seis para à esquerda. Tem uma reta com 969 metros e 18 metros de largura. O recordista do circuito tanto em velocidade, quanto de tempo de volta, é Miguel Oliveira, o piloto da casa, com o tempo de 1”39.855 e 351,7 km de velocidade máxima.

MOTO3

A terceira categoria do Mundial de Motovelocidade chegou a Portugal com Arenas na liderança, com vantagem sobre Ai Ogura e Tony Arbolino. O japonês se deu melhor na classificação, partindo do 5º lugar, seguido de Arenas, em sexto. Arbolino não foi bem nos treinos e partiu apenas do 27º posto.

Dizer que a corrida foi emocionante, com troca de posições e muito disputada, é pura redundância. Assistimos a uma prova em que o líder correu com a calculadora embaixo do braço. Arenas jogou com o regulamento dentro do macacão, se manteve sempre entre a 7ª e a 10ª posição em boa parte da corrida.

Porém, na penúltima volta, ele quase se envolveu em um acidente com Celestino Viette e, na curva seguinte, cometeu um erro e ultrapassou os limites da pista, o que fez com que ele recebesse um aviso pela falta. Essa sequência de imprevistos fez com que o piloto caísse pra a 12ª posição, e a diferença para Arbolino e Ogura ficasse em apenas quatro pontos.

Para a sorte de Arenas tudo isso aconteceu nas voltas finais, e não deu tempo de seus rivais conquistarem mais posições na prova e melhorarem suas pontuações. Quem venceu o GP de Portugal foi Raul Fernandes, com oito segundos de vantagem para Denis Foggia. Jeremy Alcoba fecha o pódio. Arenas terminou em 12º e faturou o título da Moto3.

Veja a classificação final da temporada 2020 da Moto3

MOTO2

Enea Bastianini chegou a Portimão com 14 pontos de vantagem sobre Sam Lowes e 18 em relação a Luca Marini, ou seja, sua situação não estava tão tranquila assim. Em caso de vitória de Lowes, Bastianini teria que chegar pelo menos na quarta posição. Sabendo disso, Lowes tentou se manter à frente de Bastianini durante toda a prova, e trocaram de posição algumas vezes durante a corrida. Marini liderou boa parte da prova, ficando a apenas três pontos de Bastianini na classificação.

Quando faltavam apenas duas voltas para o final, Remy Gardner ultrapassou Marini e assumiu a ponta, ajudando Bastianini. O italiano, que vinha em 5º, seguiu na posição até a volta final. Gardner venceu, seguido de Marini e Lowes. O resultado foi suficiente para Bastianini sagrar-se campeão da segunda categoria do Mundial de Motovelocidade antes de partir rumo à MotoGP em 2021. Ele e Luca Marini serão companheiros de equipe na Avintia Esponsorama, time satélite da Ducati.

Veja a classificação final da temporada 2020 da Moto2:

MOTOGP

Apesar de já ter campeão definido no GP de Portugal, a principal categoria do Mundial de Motovelocidade ainda precisava conhecer o vice-campeão, a equipe campeã mundial de construtores, o estreante do ano e a equipe satélite do ano. Desde o começo do final de semana, Miguel Oliveira se mostrava muito forte. O piloto da casa terminou o FP4 em 2º na sexta-feira, e cravou a pole no sábado, seguido por Morbideli e Miller. Alex Rins que também disputava o vice campeonato largou apenas na 10ª posição do grid.

A montanha russa de Algarve nos trouxe alguma das mais belas imagens do ano. Além disso, deu uma apimentada no campeonato e desafiou os pilotos a fazerem transição da curva 8 no modo “whelling”. Miguel Oliveira não deu chance para seus oponentes. Fez o “hole shot” – termo usado para quem faz a primeira curva no primeiro lugar, principalmente no motocross – e ao final da primeira volta, já havia aberto mais de um segundo para Morbideli. Como não conseguiu acompanhar o ritmo forte do português, o italiano da Petronas fez uma corrida tranquila na 2ª posição acompanhado de perto por Miller.

Na ultima volta, o australiano ultrapassou Morbideli que – ao contrário da etapa de Valencia – não tentou devolver, garantindo a terceira posição e o vice campeonato. Miguel Oliveira cruzou a linha de chegada com mais de 3 segundos de vantagem para Miller, fazendo cabelo, barba e bigode – pole, melhor volta de corrida e vitória em casa!

A vitória de Miguel Oliveira foi um marco para o esporte em Portugal! É a segunda vez que um português uma corrida na MotoGP – a primeira vitória também foi dele este ano no GP da Estíria – e a primeira vez que um piloto português ganha uma prova da MotoGP em casa.

Veja a classificação final da temporada 2020 da MotoGP:

Analise geral do GP de Portugal

Stefan Bradl que já havia corrido no circuito português pelo WorldSBK fez sua melhor corrida com a equipe oficial da Honda, terminando na 6ª posição. Pol Espargaró mostrou mais uma vez o potencial de sua KTM. Já Fabio Quartararo mais uma vez fez uma péssima corrida e prova que realmente precisa de ajuda para colocar a cabeça no lugar, ganhar confiança e achar novamente o caminho da vitória novamente. Nakagami novamente foi a melhor Honda do grid, chegando em 5º e mostrando novamente seu valor, terminando o campeonato entre os 10 melhores.

Alex Rins, que disputava o vice campeonato com Morbideli e costuma fazer belas corridas de recuperação, foi muito mal, terminou a corrida em 15º e o campeonato em 3º. Dovizioso, que nas ultimas três temporadas foi vice campeão, tinha em 2020 a chance de seu primeiro título da MotoGP, mas fracassou e terminou a temporada apenas na 4ª colocação. O italiano de Forli parte para um ano sabático em 2021.

Ao final da corrida, foi feito uma homenagem ao CEO da DORNA o Sr. Carmelo Ezpeleta e a mais de 10.000 pessoas que, de alguma forma, contribuíram para que a temporada 2020 acontecesse.

As lindas imagens do final de semana, as corridas emocionantes e a satisfação dos pilotos e equipes com a estrutura do circuito de Algarve, coloca o circuito de Portimão na briga por uma vaga no calendário de 2021 conforme confirmado hoje pela DORNA Sports. A pista já está entre as que são selecionadas para reserva, ou seja, pode sediar uma etapa na próxima temporada caso algum circuito não possa receber o seu grande prêmio.

Gostaria de parabenizar DORNA Sports e a todo staff da MotoGP por todo esforço e pela temporada mais disputada e emocionante de todos os tempos. Um agradecimento especial a Phaedra Hamiris, Abel Mana e Friné Vellilla que sempre nos atendem com tanto respeito e carinho.

Destaques da temporada 2020 do Mundial de Motovelocidade
Campeão da Moto3: Albert Arenas
Campeão da Moto2: Enea Bastianini
Campeão da MotoGP: Joan Mir
Campeã mundial de construtores: Ducati
Equipe campeã da MotoGP: Team Suzuki Ecstar
Vencedor do BMW M Award: Fabio Quartararo
Vencedor do Triumph Triple Trophy: Marco Bezzecchi
Rookie of The Year (estreante do ano): Brad Binder
Campeão das equipes independentes: Franco Morbideli
Equipe independente campeã: SRT Yamaha
Recorde de velocidade máxima em 2020: Andrea Dovizioso 351,7 km/h
País com mais pontos na temporada 2020: Espanha, com 1967

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