As novidades da Bajaj não param de acontecer e Waldyr Ferreira, CEO da empresa no Brasil, conta em detalhes o que vem por aí e como está a operação da nova fábrica da marca em Manaus, a primeira fora da Índia e que é de propriedade da marca.
Este ano, a Bajaj já teve um lançamento, que foi a Dominar 250, e ainda terá mais duas novidades pela frente. A marca indiana faz sucesso no mundo todo e no Brasil não é diferente, com quatro modelos lançados, desde a sua chegada no Brasil, em 2022.
Quer saber de todas as novidades que a Bajaj reserva para o Brasil? Confira uma entrevista exclusiva de Isabel Reis, diretora da Motor Mídia Editora com Waldyr Ferreira no vídeo a seguir. Ou então, acompanhe uma amostra deste bate-papo em texto rolando a tela para baixo.
Conta para nós como está o processo de produção, que se iniciou no final de junho?
Waldyr Ferreira – Em junho tivemos basicamente uma semana de produção, onde ficamos mais preocupados com a questão de implantação de processos, treinamento, capacitação do pessoal, do que propriamente com a questão de volume. Nessa ocasião ficamos mais preocupados com a qualidade do que com a quantidade. Então, em julho, agosto e setembro, agora com mais a reta final de outubro, já são de 4.500 a 5.000 motos montadas em Manaus. A gente vem ganhando produtividade dia após dia. Os montadores vão ganhando cada vez mais expertise na linha de montagem, o que assegura qualidade e uma crescente de produtividade. A fábrica tem capacidade de 20.000 unidades por ano. Isso significa uma média por mês de 1.650 unidades, aproximadamente.
Quando você acha que podem chegar a esse potencial máximo?
Waldyr Ferreira – Esse número é anual. A legislação para produção em Manaus, por trazermos os chassis de fora, cria uma limitação de 20.000 unidades por ano. No próximo ano vamos poder explorar todo o potencial de cota que a gente tenha para 2025.
A produção atualmente é CKD, mas já existem componentes nacionais?
Waldyr Ferreira – O principal da moto ainda vem de fora, como chassi e motor. O motor vem desmontado. A SUFRAMA exige determinados níveis de montagem. Mas também é necessário desenvolver uma quantidade de componentes locais. Cada componente tem um score de pontuação. Se um componente é produzido dentro da Zona Franca, esse score acaba sendo um pouco maior. Mas se é o caso de um componente produzido no sul do país, por exemplo, ele também é válido, só que ele tem uma pontuação um pouco menor. Na primeira fase, é necessário para todas as marcas que produzem lá, que se desenvolvam vinte peças nacionais, mas que não sejam simples como porcas, parafusos e arruelas. Um par de pneus ou uma bateria, por exemplo, são itens de uma complexidade maior, que, portanto, tem uma pontuação maior. Então sempre é necessário ter os parceiros nacionais que entreguem vinte componentes e cuja pontuação chegue a 50 pontos.
Qual é o modelo top de vendas da Bajaj e como está a performance dos demais?
Waldyr Ferreira – Lançamos a marca no Brasil no final de 2022, com três modelos. Com a Dominar 160, a 200 e a 400. Trabalhamos praticamente um ano e meio com esses três modelos. E a alguns meses atrás introduzimos a Dominar 250. A Dominar 400 continua sendo a nossa campeã de vendas, com um mix de 50 a 60%. A gente precisa de um pouco mais de tempo para que o efeito da chegada da 250 possa ser percebido. Já a Dominar 250, tudo o que a gente monta em um mês, 100% é comercializado. Ela será um modelo que fará de 10 a 15% do nosso mix. A Dominar 160 e a 200 têm uma performance comercial muito parecida, cada uma com 16, 17% do nosso mix. E a gente ainda nem conseguiu ter a resposta que buscamos: qual é o mix ideal dentro desse line-up da Bajaj com esses quatro modelos.
O mix de vendas muda de acordo com a região?
Waldyr Ferreira – Percebemos o seguinte: como o nosso crescimento em número de concessionárias foi muito focado em Norte e Nordeste, a representatividade da 160 e da 200 vem aumentando ao longo dos últimos meses. Inauguramos lojas em Manaus e Belém, Marabá, Maceió, além de Recife e Caruaru. Aí começamos a ver a vocação desses mercados para os nossos produtos. Mas a gente imagina que a Dominar 400 continue sendo a nossa campeã de vendas, com algo em torno da metade do nosso mix.
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Você tem pensado em outros modelos, como uma moto de menor cilindrada, ou de um scooter?
Waldyr Ferreira – Dentro do line-up da Bajaj Global nós temos opções de modelos, de menor cilindrada e que poderiam ser trabalhados para homologação aqui no Brasil. E de novo oferecer um valor muito justo por aquilo que queremos entregar. Todas as nossas motos têm suspensão invertida, tem ABS, a gente trabalha com produto completo desde a nossa moto de entrada. E queremos manter isso quando falamos da oferta da nossa gama para ao cliente brasileiro. Pensando nesse público de trabalho, a motocicleta como ferramenta de trabalho, podemos ter um modelo não necessariamente com menor cilindrada, mas um que seja ajustado para esse tipo de uso. Na 160, por exemplo, a posição de pilotagem e o próprio banco muito esportivos não são tão confortáveis para quem precisa ficar 12 horas utilizando. Estamos ouvindo bastante esse cliente, temos feito clínicas, para tentar fazer essa leitura e sermos assertivos no próximo produto que vamos oferecer para o mercado.
E sobre um scooter. Podemos ter novidades?
Waldyr Ferreira – O que posso dizer é que a Chetak é impressionante. A gente sempre leva nos eventos, temos esse veículo aqui decorando o escritório. A Chetak é um scooter de sucesso: não tem quem não olhe e não se apaixone. Chegamos a trabalhar com a homologação desse produto há cerca de um ano, um ano e meio atrás, mas desde o momento que fizemos isso, a própria Índia vem em um crescente de vendas lá. Esse é sim um modelo, ou uma família, que olhamos com carinho, e que a gente pretende oferecer para o mercado brasileiro. Mas como prioridade, ter um produto para esse público que utiliza a motocicleta como ferramenta de trabalho, é uma prioridade estratégica para nós.
Essas novidades estariam previstas já para o próximo ano?
Waldyr Ferreira – Com certeza temos novidades para o próximo ano. Falávamos de duas ao longo desse ano: a Dominar 250 já foi apresentada e a outra nós continuamos trabalhando para que o mais cedo possível, ali no começo de 2025, esteja disponível para o público brasileiro. E certamente ainda iremos trabalhar em mais uma. Então, se fizermos um balanço de 2024 / 2025, teremos dois produtos que com certeza estarão disponíveis no mercado brasileiro.
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