Aprilia AFI Rotax 250
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Aprilia AFI Rotax 250

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  • Publicado: 19/06/2015
  • Por: jmesquita

<p>Há quase 28 anos, no dia 30 de agosto de 1987, o italiano Loris Reggiani conquistou a primeira vitória da Aprilia em Grandes Prêmios, com a AFI 250, o primeiro de mais de 300 triunfos em GPs de categorias do motociclismo mundial. Vencendo o GP das 250cc de San Marino daquele ano, Reggiani começou a traçar o caminho da marca italiana para os 40 títulos mundiais atingidos no fim de 2014. </p>

<p><img alt="Aprilia AFI Rotax 250" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/a101_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>E foi numa segunda-feira de manhã que me apresentei no circuito de Calafat para testar a AFI 250. Vinte voltas mais tarde, respondi à minha dúvida sobre a razão que fazia a Aprilia andar tanto. A resposta estava na carburação, no curso do cilindro e nos canos de escapamento. Eu havia pilotado mais de uma dúzia de diferentes motores Rotax 250GP, mas nenhum deles possuía um leque de potência como a Aprilia AF1, entregue de forma bruta, mas ao mesmo tempo suave. Uma pilotagem muito amigável e tranquila, além de precisa. </p>

<p><img alt="O chassi desenhado por Caetano Cocco era muito baixo, bom para os 1,70 m de Reggiani " src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/a81_620x467.jpg" style="margin: 0px auto; display: block; width: 620px; height: 467px;" /></p>

<p>Esqueçam os velhos tempos de limite de regime e os abruptos cortes de potência do motor rotativo: graças ao duro e tradicional método de testes de tentativa e erro, o chefe de mecânica Dolph van der Woulde e seu pequeno time refinaram a configuração do Rotax e o jogo de escapamentos que a Aprilia iria utilizar. Mais: a nova ignição digital colocada em 1987 possibilitava encontrar a curva ideal de potência. E, finalmente, o comando de válvulas a vácuo, especialmente desenhado para a saída dos escapamentos seis em um, sem necessitar de pesados e complicados sistemas eletrônicos.</p>

<p><img alt="O motor da AFI 250 gerava 75 cv de potência a 12 800 rpm, com torque máximo de 4,5 kgf.m" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/a72_620x467.jpg" style="margin: 0px auto; display: block; width: 620px; height: 467px;" /></p>

<p><span style="line-height: 1.6em;">O resultado deste paciente trabalho foi um motor com uma curva de potência muito mais equilibrada, desde 8 200 rpm até 13 000 rpm, apesar do pico de potência de 75 cv se dar a 12 800 rpm, e um torque máximo de 4,5 kgfm a 12 200 rpm. </span><span style="line-height: 1.6em;">Não era necessário forçar a aceleração da Aprilia, a não ser que você quisesse economizar umas duas mudanças de marchas. E, apesar da potência não ser tão grande em baixas rotações, a carburação era tão boa que permitia que se baixasse as rotações sem afetar o desempenho, com o acelerador respondendo quase igual a uma quatro tempos. A mudança limpa e precisa de marchas era ideal. Esta pequena motocicleta dava muita facilidade nas curvas, além de reduzir o arrasto frontal. Chegando a 258 km/h era, de fato, apenas 4 km/h mais lenta que a Honda NSR 250, campeã do mundo na temporada, mas 2 km/h mais rápida que a Yamaha YZR 250, campeã de 1986.</span><span style="line-height: 1.6em;"> </span></p>

<p><img alt="Na dianteira, o duplo disco de 280 mm com pinças Brembo de quatro pistões, freio muito bem calibrado" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/a52_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Por ser baixa, a Aprilia se parecia mais com uma 125 cm³.  Bastante compacta, era muito leve e fácil de pilotar. As rivais com conceitos parecidos criavam dificuldades de transferência de peso para o guidão ou para os braços. Outro segredo da Aprilia eram os freios, e consegui entender porque Reggiani ultrapassou quatro concorrentes na variante Ascari, em Monza, de uma só vez. Os discos duplos Brembo de 280 mm, com suas pinças de quatro pistões, proporcionavam uma freada mais dentro da curva, o que fazia os amortecedores frontais Marzocchi baixarem um pouco, mas não a ponto de provocar um coice na volta. Portanto a combinação freios-suspensão funcionava perfeitamente. <span style="line-height: 1.6em;"> </span></p>

<p><img alt="Na dianteira da Aprilia, garfos Marzocchi de 41,7 mm" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/a62_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Ficava claro que o sucesso da Aprilia AF1 era resultado de pesquisa e desenvolvimento incansáveis para atender às necessidades daquele piloto em particular. Os resultados vieram na temporada de 1987 do campeonato mundial de 250 cm³. Foi o primeiro passo numa estrada que levou ao domínio da marca italiana nos grids de corridas de 250GP e com resultados em todos os níveis, pelo mundo todo e, não vamos nos esquecer, a tempo de competir com a inesquecível RS250 com motor Suzuki para as ruas. </p>

<p><img alt="É possível ver as dimensões estreitas da AFI 250 nesta imagem" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/a9_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p><strong>Ficha Técnica</strong><br />
<span style="line-height: 1.6em;"><strong>Motor:</strong> 2 cilíndros em linha com válvula rotativa, refrigeração líquida, carburador Dell’Orto, embreagem seca, 6 marchas, transmissão por corrente. <strong>Cilindrada: </strong>249 cm³ <strong>Potência máxima declarada:</strong> 75 cv a 12 800 rpm <strong>Torque máximo declarado:</strong> 4,5 kgf.m a 12 200 rpm <strong>Diâmetro x curso do pistão:</strong> 54 mm x 54,5 mm <strong>Taxa de compressão:</strong> 14:1 <strong>Quadro:</strong> alumínio de dupla longarina <strong>Suspensão dianteira:</strong> Garfos telescópicos Marzocchi de 41,7 mm <strong>Suspensão traseira:</strong> Monoamortecedor Öhlins <strong>Freio dianteiro:</strong> 2 discos de 280 mm, com pinças Brembo de 4 pistões radiais <strong>Freio traseiro:</strong> 1 disco de 220 mm com pinça Brembro de 1 pistão<strong> Pneu/aro dianteiro: </strong>120/60-17". 3,5" <strong>Pneu/aro traseiro:</strong> 150/62-17". 4,50" <strong>Entre-eixos:</strong> 1 350 mm <strong>Peso em ordem de marcha:</strong> 95 kg </span></p>

<p><img alt="Apesar de ser menor, a AFI 250 de 1987 ficou 3,5 kg mais pesada que a de 1985" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/a19_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /><img alt="Detalhe da saída de um dos escapamentos da Aprilia" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/a310_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /><img alt="Disco traseiro de 220 mm com pinça Brembo de 1 pistão" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/a45_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

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