A África do Sul é um destino surpreendente e cheio de alternativas para a diversão. Estradas boas, safáris e aventuras inesquecíveis estavam no roteiro.
Texto e fotos: Sérgio Guerra / Rumos Motorcycles
Iniciamos nosso projeto pensando em fazer viagens pelo mundo de uma forma diferenciada. Como sou motociclista desde a infância, o veículo não poderia ser outro que não a moto, e, em parceria com a TGK Travel, lançamos o projeto Rumos Motorcycles com esse objetivo.
Decidimos ter como primeiro destino a África do Sul pela exuberância das paisagens, riqueza da culinária e hotelaria diferenciada, atributos que nos propusemos a oferecer aos clientes motociclistas que fariam a viagem de 11 dias conosco. De São Paulo a Johannesburgo são oito horas e meia de viagem, dali em conexão de pouco mais de uma hora, chegamos em Cidade do Cabo, onde a recepcionista nos recebe em português.
Cape Town é uma bela cidade, e o trânsito de mão inglesa chama a atenção pela organização. O caminho até o Hotel Boutique More durou 40 minutos, ele está localizado em uma vila de estilo inglês, e bastou fazer o check-in para perceber como o hotel é acolhedor.
Saímos para almoçar no mercado central, ao lado do píer da cidade, lá escolhemos um belo restaurante e, sentados apreciando uma paisagem cinematográfica, comemos peixe e tomamos um bom vinho. Na conta a primeira surpresa, foram R$ 100 por pessoa, no Brasil algo parecido não custaria menos do que R$ 200. Depois do almoço seguimos “turistando” pelas lojinhas da região, depois o merecido descanso.
Montagu
Acordamos às 6 horas e, depois do café da manhã, fomos de van em direção às BMW R 1200 GS que usamos na viagem. Cris e Arthur, os guias motociclistas das antigas, nos ciceroneariam na viagem, a primeira perna foi de 180 quilômetros até Montagu, pela Rota 62.
Fizemos paradas estratégicas no percurso para curtir o cenário. Em Montagu paramos no Franschhoek, um restaurante simpático, que me lembrou Campos de Jordão, em São Paulo. A cidade estava cheia de turistas, e uma expedição da Honda, com pelo menos 30 CRF 1000 Africa Twin, coloriu as ruas de Montagu.
Foi minha primeira vez com uma R 1200 GS, tenho uma K 1200 GT, bem diferente de pilotar, mas bastaram alguns quilômetros e um punhado de curvas pelas boas estradas locais para me acostumar à moto e à mão inglesa. Chegamos ao belo Montagu Country Hotel, descansamos um pouco e, depois de um happy hour no piano-bar, saímos para um delicioso jantar regado ao vinho sul-africano, uma das referências mundiais da bebida.
Cenário de filme
Acordamos e, depois do café da manhã, saímos com destino às termas de Montagu. Logo na entrada da estação termal já pudemos ter uma ideia da magia do lugar no meio das montanhas (o local foi cenário para o filme O Rei Leão).
Os chalés do hotel nas termas são sensacionais, e o acesso a eles é feito por carros elétricos em trajeto tipo de montanha-russa. A vista dos chalés é belíssima, e a hidromassagem tem água aquecida das termas, é sensacional. De lá seguimos por mais 240 quilômetros até a cidade de Oudtshoorn, no exótico caminho, paramos no bar Ronnie Sex Shop, um local autêntico, de paredes cheias de escrituras feitas pelos visitantes que passaram por lá, camisetas e sutiãs pendurados no teto, é visita obrigatória para quem vai para lá.
Seguimos pela Rota 62 até o bar Smitswinkel, para almoçar, outro lugar belíssimo, repleto de motos antigas expostas com sanduíche surpreendente, não esperava encontrar algo assim por lá. A acomodação em Oudtshoorn foi no Hlangana Lodge e, depois de uma volta pela cidade, fomos descansar para a aventura do dia seguinte.
Visita aos tubarões
O roteiro de mergulho com tubarões brancos é imperdível. A atração é na região de Hermanus, a 394 quilômetros de Montagu. Nesse trecho de estrada passamos por serras com vistas incríveis compondo a miscelânia de cenários a cada dia. Hermanus é uma cidade costeira linda, bem organizada e de vasta gastronomia, está repleta de bons restaurantes e bares. O povo educado e receptivo ajudou na integração de nosso grupo, e assim a amizade foi se fortalecendo.
Depois de deixar as motos no Windsor Hotel Hermanus, de frente para o mar, saímos para conhecer a cidade. O jantar foi numa cantina italiana excelente, com ótimo vinho, suas boas massas e pizzas nos fizeram lembrar a gastronomia paulista.
No dia seguinte madrugamos para seguir em direção a Gansbaai, chegando lá, fomos apresentados ao projeto Shark e, depois do briefing com os organizadores, no qual fomos orientados sobre os cuidados que deveríamos tomar na embarcação e no mergulho em nome da segurança, seguimos para alto mar.
Depois de realizar todos os procedimentos e preparativos, a gaiola de observação com seis ocupantes começa a descer, sinto o coração bombando no peito tal qual um bumbo, mas sigo firme no propósito de jogar as iscas para fazer os grandes tubarões brancos se aproximar. Foi uma experiência inesquecível ficar ao lado desses animais que até então só havia visto no History Channel.
De volta a Cidade do Cabo
No mesmo dia voltamos para a Cidade do Cabo, a cidade onde tudo começou, era a vez de conhecê-la e descobrir seus encantos. O destino foi Cape Point, o Cabo da Boa Esperança, um funicular (bonde) nos levou até o topo para ver o encontro dos oceanos Índico e Atlântico e boa parte das encostas locais, um lugar lindíssimo e cheio de história. De lá seguimos para Boulders Beach, uma praia que serve de motel e maternidade para os pinguins, a estrutura local permite observá-los sem influenciar o ecossistema.
Quando achamos que não haveria nada mais de exuberante para conhecer, avistamos o Chapmans Peak, acessado por uma estrada na encosta de traçado entre os penhascos sobre o mar azul-turquesa é de tanta beleza que nos deixou de queixo caído. Outro local bacana é Table Montain (outro símbolo da cidade), uma montanha com belo mirante da cidade, vale tirar fotos. Era hora de devolver as motos e nos despedir dos amigos Cris e Arthur, nossos guias.
Vinícolas
A rota dos vinhos da região é imperdível, além de conhecer os vinhedos, pudemos degustar inúmeros tipos de vinhos com refeições harmonizadas ao ar livre nos belos jardins das vinícolas e nas belas construções típicas holandesas.
Há várias opções interessantes na região, nós conhecemos a vinícola Robertson Winery e a Le Roux & Fourie Vignerons que são muito interessantes e oferecem experiencia sensacional.
Rumo ao safari
Da Cidade do Cabo voamos até Johannesburgo para fazer o safári na reserva de Marataba, onde também ficamos hospedados no Marataba Safari Lodge. O local fica a três horas da cidade, logo na entrada da reserva tivemos que esperar uma manada de elefantes passar, que bicho imponente e bonito!
Antes de ir para nossas tendas suspensas, recebemos as devidas recomendações de segurança, a mais importante foi: não sair delas à noite sozinhos, pois poderia haver animais andando por ali. Os ranger são os acompanhantes dos safáris, eles andam armados com rifles e pistolas carregados de sedativos, eles nos acompanhariam nesse caso.
Todas as saídas para conhecer a reserva e ver os animais começam cedo, às cinco da manhã já estávamos no jipe com o ranger responsável pelo grupo. Cada dia da expedição reserva surpresas, tivemos a sorte de ver e ficar bem próximos a rinocerontes, hipopótamos, leões, girafas e tantos outros animais em seu habitat que parecia que estávamos em um filme. Experiência inesquecível que tivemos e que aconselho a todos que puderem fazer.
Depois dos três dias no safári era hora de voltar para casa e despedir-se da África do Sul, uma experiência incrível que tivemos o privilégio de realizar com nossos clientes, amigos motociclistas.
Rumos Motorcycles
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