Neste final de semana tivemos o GP da Catalunha, oitava etapa da MotoGP e a nona de Moto2 e Moto3 em 2020. (*Por Léo Pereira)
A pista, que tem um total de 4.627 metros, foi construída em 1991. No ano seguinte recebeu as provas de ciclismo dos Jogos Olímpicos de Barcelona. O traçado sofreu várias alterações desde sua construção, sendo uma das últimas realizada após o trágico acidente com Luis Salom. O espanhol caiu na curva Europar durante o segundo treino livre da Moto2, em 2016, e acabou falecendo devido a gravidade dos ferimentos.
Segundo a telemetria da moto, Salom vinha atrasando cada vez mais sua frenagem na curva e, na volta do trágico acidente, ele estava muito rápido e foi obrigado a “alicatar” os freios, perdendo a frente da sua moto. Ela foi escorregando na frente dele e se chocou contra a barreira de proteção, assim como o piloto ,que deslizou em direção a barreira e acabou se chocando com a própria motocicleta.
A MotoE “tirou folga” e não correu neste final de semana na Catalunha. Eles voltam apenas em Le Mans para uma rodada dupla que marca o encerramento da temporada 2020 da categoria de motos elétricas, marcada para os dias 10 e 11 de outubro.
Moto3
A etapa da Catalunha seria uma boa oportunidade para o espanhol Albert Arenas, líder do campeonato se consolidar na liderança e abrir vantagem para o segundo colocado, o Japonês Ai Ogura. Como nada em 2020 acontece como previsto, ou planejado, Arenas se envolveu em um acidente com John McPhee na volta 6. O britânico disputava a vice-liderança da prova com o espanhol, mas perdeu a frente de sua moto, foi ao chão e levou junto o líder do campeonato.
O sul-africano Darryn Binder, irmão de Brad Binder (piloto da KTM na MotoGP), que largou na nona posição, rapidamente chegou no pelotão da frente e já na volta 7, dividia posições com Arbolino e Gabriel Rodrigues pela liderança da corrida. Nas ultimas voltas, o italiano Dennis Foggia entra na disputa do primeiro lugar em um pelotão de 5 motocicletas, mas a vitória acabou ficando com o caçula da família Binder, mais um vencedor diferente em 2020 na Moto3 e a primeira vitória do ano do sul-africano, seguido de Arbolino e Foggia.
CLASSIFICAÇÃO DA MOTO3 APÓS O GP DA CATALUNHA
1 Ai OGURA – Honda – JPN – 122 pontos
2 Albert ARENAS – KTM – SPA – 119 pontos
3 John MCPHEE – Honda – GBR – 98 pontos
4 Tony ARBOLINO – Honda – ITA – 95 pontos
5 Celestino VIETTI – KTM – ITA – 94 pontos
6 Tatsuki SUZUKI – Honda – JPN – 75 pontos
7 Jaume MASIA – Honda – SPA – 70 pontos
8 Gabriel RODRIGO – Honda – ARG – 69 pontos
9 Raul FERNANDEZ – KTM – SPA – 64 pontos
10 Darryn BINDER – KTM – RSA – 62 pontos
Moto2
Os treinos classificatórios da categoria Moto2,que usam os motores 765 Triumph em todas as motocicletas da categoria, mostram o tamanho da competitividade no GP da Catalunha com o resultado dos tempos do sábado.
Irmão de Valentino Rossi e líder da temporada, Luca Marini fez a pole position com o tempo de 1”43.355. Outros 16 pilotos andaram no mesmo segundo do piloto da equipe VR/46. O Italiano Nicolo Bulega que fechou o classificatório na décima sexta posição, fez o tempo de 1”44.349.
Marini foi perseguido de perto nas primeiras voltas por Giannantonio e Sam Lowes. No decorrer da corrida, Marini e Lowes foram abrindo do segundo pelotão e faltando 7 voltas para o final, Lowes ultrapassou Marini na frenagem da curva 1.
Porém, Marini não deixou Lowes escapar e conseguiu acompanhar o ritmo do britânico. Até que, faltando duas voltas para o final, Sam Lowes cometeu alguns erros e permitiu a aproximação de Marini que, devolveu a ultrapassagem na mesma moeda, também na frenagem da curva 1, e abriu uma boa vantagem para cruzar a linha de chegada tranquilo!
Enea Bastianini, que é o vice-líder do campeonato, foi mal nos classificatórios largando em 11º primeiro, mas conseguiu recuperar algumas posições e fechou a prova na 6ª colocação. Bezzecchi que está em 3º no campeonato, largou na segunda fila, em 6º, e terminou a corrida em 7º.
CLASSIFICAÇÃO DA MOTO2 APÓS O GP DA CATALUNHA
1 Luca MARINI – Kalex – ITA – 150
2 Enea BASTIANINI – Kalex – ITA – 130
3 Marco BEZZECCHI – Kalex – ITA – 114
4 Sam LOWES – Kalex – GBR – 103
5 Jorge MARTIN – Kalex – SPA – 79
6 Tetsuta NAGASHIMA – Kalex – JPN – 72
7 Aron CANET – Speed Up – SPA – 61
8 Xavi VIERGE – Kalex – SPA – 59
9 Thomas LUTHI – Kalex – SWI – 57
10 Joe ROBERTS – Kalex – USA – 56
MotoGP
A Yamaha dominou os treinos do final de semana: FP1 Quartararo, FP2 Morbidelli, FP3 Quartararo, FP4 Vinales e o Q2 com a pole position do italiano Franco Morbidelli, seguido por Quartararo, Rossi e com Viñales na 5ª posição. Ou seja, a Yamaha colocou quatro de suas motos nas cinco primeiras posições do grid de largada.
Nem a reta com pouco mais de 1km de distancia do circuito de Montmeló onde as Ducatis estavam atingindo 350 km/h contra 340km/h das Yamahas, foram suficientes para o atual líder do campeonato Andrea Dovizioso andar na frente. Dovi que aliás, largou em sua pior posição do ano, conseguindo apenas a 17ª posição!
A corrida
Já na primeira volta na curva 2, o final de semana de Andrea Dovizioso na Catalunha que já era ruim, terminou de forma terrível: Danilo Petrucci tomou um leve “high side” quase caindo de sua motocicleta. Com isso, Johann Zarco, que vinha logo atrás, deu um leve toque na roda traseira de Petrux, caiu e levou Dovi com ele para o chão, provocando o abandono de ambos com poucos segundos de corrida.
Galeria: sequência do acidente entre Zarco e Dovizioso (Divulgação/MotoGP)
Morbidelli largou bem e manteve a liderança. Rossi conseguiu a segunda posição ainda na primeira volta e passou a escoltar o italiano, que será seu companheiro na SRT Yamaha em 2021. Já Viñales mais uma vez largou mal, caindo da quinta colocação para o 15º lugar Quem mais uma vez deu um salto na largada foi Alex Rins, que pulou com sua Suzuki de 13º para sétimo.
Na volta 6, Quartararo passou Rossi. Três voltas depois o francês superou Morbidelli e assumiu a liderança da corrida, enquanto entre a quarta e a décima posição, estavam as duas Ducatis satélite, as duas Suzukis de fábrica e as duas KTM de fábrica. Espargaró caiu na curva 1 na 13ª volta. Rossi foi ao chão na volta de número 16 também na curva 2, lamentando muito seu abandono e sentindo ter jogado fora a oportunidade do pódio de número 200.
Morbidelli passou a perder rendimento em sua moto e foi superado por Mir e Rins. Enquanto isso, Quartararo administrou a diferença de 1 segundo para Mir até cruzar a linha de chegada. Pela primeira desde 2007 vez tivemos duas Suzukis no pódio.
Analise do Léo Pereira
Com a terceira vitória na temporada 2020, Fabio Quartararo assume novamente a liderança do Campeonato com uma diferença de apenas oito pontos para o novo vice-líder, Joan Mir. Com apenas 23 anos, o jovem espanhol vem mostrando ter muita intimidade com sua Suzuki.
Mir conhece bem a moto, sabe quando economizar os pneus e nota em que momento pode tirar todo o potencial do seu equipamento. Os resultados das últimas corridas provam isso. O que a Suzuki ainda precisa é de conhecimento de todos: é se classificar melhor para o grid de largada.
Assim como outros pilotos que estão na MotoGP, Joan Mir começou sua carreira na categoria Red Bull Rookies Cup, onde conquistou o segundo lugar no primeiro ano. Depois disso em 2015, correu no FIM CEV Repsol Moto3 ™ onde terminou a temporada em quarto lugar com algumas vitórias incríveis.
Em 2016, começou na Moto3 com a equipe Leopard Racing a bordo de uma KTM onde foi eleito o estreante do ano. Em 2017, Mir permaneceu com a Leopard com a Honda, e somou impressionantes dez vitórias. No ano seguinte, subiu para a Moto2 para ser companheiro de Alex Marquez na Marc VDS e logo na sequência, veio o contrato com a Equipe Suzuki para a MotoGP.
Mir é um sério candidato ao título da MotoGP em 2020, já que Dovizioso que foi vice campeão nas ultimas 3 temporadas continua se queixando dos novos pneus Michelin e Fabio Quartararo ainda não abriu vantagem na liderança do campeonato.
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CLASSIFICAÇÃO DA MOTOGP APÓS O GP DA CATALUNHA
1 Fabio QUARTARARO – Yamaha – FRA – 108
2 Joan MIR – Suzuki – SPA – 100
3 Maverick VIÑALES – Yamaha – SPA – 90
4 Andrea DOVIZIOSO – Ducati – ITA – 84
5 Franco MORBIDELLI – Yamaha – ITA – 77
6 Jack MILLER – Ducati – AUS – 75
7 Takaaki NAKAGAMI – Honda – JPN – 72
8 Alex RINS – Suzuki – SPA – 60
9 Miguel OLIVEIRA – KTM – POR -59
10 Brad BINDER – KTM – RSA – 58
- Léo Pereira é piloto de motovelocidade e instrutor de pilotagem da Triumph Riding Experience TRX. Também é empresário, representante da AirfenceSafety Systems e editor do anuário da MotoGP, o MotoGPBook Brasil.