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Testamos a Yamaha Lander ABS, agora ainda mais acertada

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  • Publicado: 12/04/2019
  • Atualizado: 24/05/2019 às 10:08
  • Por: Redação

Trazemos a Yamaha Lander 250 ABS para um teste completo em um ambiente onde a trail é muito usada, e de onde veio grande parte da sua fama: a cidade. A grande diferença da nova geração da trail está em três pontos: design, segurança e conforto. Ela chamou muita atenção nas ruas, colecionando elogios e atraindo curiosos. Se você é do tipo que quer ser visto por aí, a Lander vai ajudar com isso! O principal comentário foi a semelhança das laterais com a extinta e superpopular XT 660R.

No período do teste havia uma unidade da XT na nossa garagem, o que ajudou a confirmar a referência. Mas, sinceramente, a parte do tanque e respectivas carenagens da Lander são mais bonitas que as da 660. Além da XT, a turma responsável pelo design pescou dentro da Yamaha mais referências para criar essa moto, numa verdadeira salada mista. O que importa é que deu muito certo. A moto ficou bonita e segue bem ágil. O ganho em segurança é pelo freio ABS, que atua na roda dianteira. Por que não nas duas?

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Um recurso para reduzir o preço final e também porque o ABS na dianteira já garante a segurança em uma moto com essa relação peso/potência — sim, pode acreditar! Além dos freios, o sistema de iluminação, com exceção das setas, é em LED, com direito ao farol da Fazer e a lanterna da Ténéré, melhorando o ver e ser visto, dando mais segurança, principalmente à noite. O ganho no conforto é principalmente pelo ótimo assento em dois níveis, realmente bem confortável, superando os da Honda XRE 300 e da Royal Enfield Himalayan.

 O raio-X na nova Lander

A experiência de pilotagem na renovada trail 250 da Yamaha é bem prazerosa. A moto é amigável, acessível, que responde bem. É só subir nela e curtir o passeio como se a moto fosse sua há anos! Como afirmamos na apresentação do modelo, ela ficou muito mais calibrada para o uso no asfalto e perdeu parte do potencial no fora de estrada. Claro, se você entrar com ela na terra e tiver o domínio nas técnicas de pilotagem off-road irá curtir muito e questionar o que eu afirmo. Óbvio. A nossa referência aqui são os motociclistas “comuns” onde muitas vezes a Lander é a primeira moto, e para esses ficou menos confortável, acessível e natural pilotar na terra.

O principal é porque as suspensões mudaram. Estão mais firmes e com menor curso: 220 mm na dianteira e 204 mm na traseira. Vale usar o ajuste da pré-carga da mola na suspensão traseira para deixar a moto melhor para seu uso. Com mais peso, com garupa — respeite a capacidade de carga de 157 kg — ou buscando um desempenho melhor no asfalto vale endurecer a pré-carga, deixando na posição cinco. E quando pilotar na terra, sem garupa, colocar a pré-carga mínima, deixando a suspensão mais mole, boa para absorver as irregularidades maiores do off-road. Lembrando que a maioria esmagadora dos motociclistas pouco (ou nunca) se aventura fora do asfalto, então o “DNA alterado” da Lander pode ser considerado um acerto. A resposta virá nas vendas.

Voltando aos freios, o ABS não pode ser desativado. Bom na terra, pois garante segurança e permite controlar como preferir a traseira — e se divertir mais. Já no asfalto, a sensação é de que o poder de frenagem poderia ser maior. Explico. É necessário fazer uma força extra no manete para frear forte. As frenagens são seguras, com estabilidade e a aderência dos pneus Metzeler Tourance é alta, ajudando na segurança. Uma mudança foi o tato do freio dianteiro, mais duro e o que não necessariamente significa um freio mais ou menos potente… Mas que responde diferente. Acostumando-se e deletando a referência da “velha” Lander, temos um sistema bem calibrado, que durante todo o teste se mostrou bom, passando confiança, mesmo com garupa.

Nos curtos espaços entre os carros, ela flui com naturalidade, graças ao baixo peso seco de 143 kg, a boa ciclística e a largura de 815 mm. As respostas do motor em baixa e média garantem força suficiente para retomadas espertas no uso urbano. No dinamômetro, 18 cv de potência máxima na roda de testes anteriores com esse motor.

 A mesma Lander com mais conforto

Finalizamos o teste com a sensação de estar com uma velha conhecida, apesar de tantas novidades. Sem dúvidas o destaque foi a Yamaha ter mantido a essência da Lander, uma moto fácil de pilotar, ágil, prazerosa e melhorado seu conforto. A ressalva foi o motor não ter ganhado pelo menos uma sexta marcha para reduzir a RPM quando está na estrada, reclamação recorrente entre usuários desse motor, seja na Lander, Ténéré ou Fazer 250. Ter uns três cavalinhos de potência a mais também ia bem, dona Yamaha, para grudar nas rivais e se destacar pelo peso/potência. Optou-se por assegurar a robustez do motor e o baixo consumo. Durante o teste, aliás, ficou em 30,7 km/l com gasolina, boa marca, lembrando que o motor é flex e aceita gasolina e/ou etanol em qualquer proporção. Uma moto econômica, como diz a propaganda da marca.

Sem dúvidas, mérito deles, e um dos motivos para trabalharem com quatro anos de garantia, dando confiança extra ao motociclista que ainda não ficou convencido pelas virtudes da moto, que felizmente são muitas. A autonomia aumentou com o tanque maior — agora são 13,6 litros. E, com base na média de consumo do teste, é possível rodar mais de 400 km com um único tanque! O preço, divulgado só em janeiro, quando começaram as vendas, é de R$ 16.990 (sem frete), já vendida como modelo 2020. A Lander 2019 custa R$ 15.690. Ou seja, um acréscimo de R$ 1.300 ou 8,3%.

Após dois encontros com a nova Lander — pois já havíamos andado com ela na sua apresentação — a diferença de preço por tudo que mudou é honesta, mas ao mesmo tempo, pelo que não mudou (balança e aros em aço e sem pintura, motor com mesmo desempenho) deveria ter subido menos. Talvez estacionado no preço da Ténéré, de R$ 16.490, deixando ela ainda mais competitiva contra as rivais. Se ela é a dona da cidade, fica difícil dizer, com tantas opções competentes para o cargo. Mas, certeza, é uma forte candidata a esse trono, graças a sua agilidade e conforto — além do ganho em segurança — para garantir um ir e vir nas caóticas cidades como São Paulo mais satisfatório. Quem ganha nessa guerra infinita das marcas, com motos melhores, é o motociclista!

Conclusão

A nova Lander é uma evolução que o modelo merecia, após tantos anos no mercado. Pegou referências de outras motos de sucesso da marca para ganhar mais personalidade, mas o principal é que ela faz tudo que a geração anterior fazia, porém, com mais segurança, pelo ABS e luzes em LED, conforto e para quem anda com ela na estrada, mais autonomia. Basicamente a Yamaha corrigiu tudo que os fãs da moto pediam. Faltou apenas no mínimo pintar os aros de aço de preto, mudança que muitos vão fazer, com certeza. Em resumo, fãs da Lander bem felizes, fãs da Ténéré 250 esperando algo mais…

Fotos: Guilherme Veloso

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