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Kawasaki Z900RS é adrenalina em estilo retrô

6 Minutos de leitura

  • Publicado: 02/11/2018
  • Por: Redação

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Texto: Marcelo Barros
Fotos: Renato Durães

A vida é feita de ciclos, e por que não dizer que as motos também são assim? A Z900RS é um reflexo disso na Kawasaki. Antes dela, o motociclista só encontrava na alta cilindrada motos muito esportivas, com design futurista. Mas a novidade segue outra direção, explorando um mercado em que a Triumph tem se dado muito bem, o das “clássicas modernas”, que basicamente são motos com o visual inspirado lá no passado, mas recheadas de tecnologia e segurança. Chamo isso de o melhor dos dois mundos.

A Z900RS foi lançada em outubro de 2017, no Tokyo Motor Show, e apareceu por aqui um mês depois, no Salão Duas Rodas, tendo, como prometido, o início das vendas no segundo semestre de 2018, com dois anos de garantia. O preço? R$ 48 990, não inclusas as despesas com frete.

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De volta para o futuro

Mecanicamente a RS é derivada da atual Z900. Basta dar uma volta ao redor e ver seus detalhes para concordar que é quase uma versão atualizada da primeira Z900, lançada em 1972 — também conhecida como Z1 —, que foi a primeira Kawasaki com motor de quatro cilindros. A sacada da marca foi muito boa, pois quem conhece a primeira Z900 fica com olhos brilhando quando vê de perto esta RS. Falando nisso, a sigla significa “Retro Sport”.

No primeiro contato com a moto para o teste, confesso que também me empolguei. O acabamento é impecável e as referências de design dos anos 1970 estão por toda a moto, claro, com aquela pitada forte de tecnologia. Por exemplo, o farol redondo com aro cromado remete ao passado, mas a iluminação em LED o deixa bem eficiente e atual. As gigantes setas de direção da Z1 se tornaram pequenas e potentes setas em LED na RS. O painel é outra referência clara da primeira Z. Tem dois mostradores analógicos, com um discreto display digital no centro, recheado de informações úteis, como indicador de marcha engatada, consumo médio e instantâneo, entre outros dados, tudo com boa visibilidade. A pintura do tanque de 17 litros é bicolor, com as mesmas cores e formato da primeira Z. Por enquanto, só tem RS nessa cor, mas lá fora tem mais duas cores e uma linda versão café, com guidão baixo e mais fechado, além de uma carenagem em torno do farol, pintada de “verde Kawasaki”.

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Nos primeiros quilômetros na cidade, achei os 215 kg da moto elevados, mas estão dentro das medidas de uma moto com esse porte e quatro cilindros. O guidão é largo (865 mm) e junto com o peso dificulta um pouco a fluidez entre os carros no trânsito da cidade, onde freios e suspensão atuam com precisão. O esterço é 2° maior que na Z900 (35°), melhorando as manobras em espaços reduzidos. À diferença das nervosas Z900 e Z1000, o assento é largo, com 835 mm de altura e a clássica cinta para o garupa se segurar. Pelo visual, esperávamos mais conforto dele, mas nada que o desabone. Saindo da cidade, ela mostra todo o seu potencial. A posição de pilotagem é natural, neutra e não incomoda nem em alta velocidade. Superfácil de pilotar, tem muita estabilidade em alta velocidade e nas curvas, com motor e freios de sobra. Me senti muito à vontade com ela e cativado a percorrer cada vez mais as estradas sinuosas do teste, em uma pilotagem bem prazerosa.

Propulsor “mais manso”

O motor é derivado da atual Z900, mas foi ajustado para entregar mais torque em baixas e médias rotações, deixando as respostas mais lineares. Lembrando que a marca declara 109 cv de potência e 9,7 kgf.m de torque para empurrar você e ela sem preocupação. Na RS são 14 cavalos a menos que na Z900, que chegam a cerca de 1 000 rpm mais cedo. Desempenho não falta nessa Kawasaki, que chega facilmente a 180 km/h! Dá para vestir um macacão de couro e levá-la a um track day e usar todo desempenho do conjunto. Não se engane com o visual! O câmbio de seis marchas tem embreagem assistida (que deixa mais leve o acionamento) e deslizante (que evita o travamento da roda traseira em fortes reduções de marcha). Em comparação a Z900 ela teve a primeira reduzida e a sexta bem alongada, assim responde melhor em baixa, na cidade, e na estrada deixa a rotação do motor lá embaixo, para rodar suave, aumentando o conforto da moto.

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A marca ainda não trabalha com acessórios da RS no Brasil. O protetor do radiador e a alça da garupa são dois que eu instalaria nela. Principalmente a alça, que também é idêntica à da primeira Z e é muito mais eficiente que a cinta. Calçando as rodas de liga leve, os pneus radiais garantem desempenho e aderência para andar forte no seco — não consegui avaliar em piso molhado. Os freios são potentes, com disco duplo na dianteira mordidos por pinças radiais monobloco, que têm ótimo tato e passam confiança ao piloto. Além do ABS que não pode ser desligado, ela tem controle de tração com três opções de ajuste: desligado, baixa atuação (1) e grande atuação (2). A suspensão dianteira é invertida e toda ajustável. Na traseira, ajuste de pré-carga (de fácil acesso) e retorno contribuem para ela funcionar bem em qualquer situação. Esse conjunto não deve nada em tecnologia e segurança. Isso justifica o preço cobrado, alinhado com o mercado. Mas antes de finalizar, já pensou uma moto assim, mesclando estilo e tecnologia, derivada da Z650? Os fãs das clássicas modernas iriam curtir!

CONCLUSÃO

Quando a vi no Salão Duas Rodas, fiquei apaixonado. Belíssima e chega como opção para quem é fã da marca, mas procurava algo menos agressivo e mais confortável que as brutas Z900 e Z1000. A proposta da RS é uma pilotagem mais descontraída, sem pressa, sem competição. Não precisa ser “piloto” para curtir o que ela tem a oferecer, mas claro, ela ainda é uma Kawasaki e seu DNA esportivo é forte, então a respeite que sua vida será mais colorida. Ela é como aquelas pessoas mágicas que você conhece e de quem não quer mais desgrudar, pois tem personalidade forte, algo que parece em extinção nas motos de hoje em dia.

PONTO POSITIVO

  • Visual
  • Segurança
  • Pilotagem prazerosa

PONTO NEGATIVO

  • O assento poderia ser mais confortável

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