Harley-Davidson CVO Limited em teste de 2.000 km
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Harley-Davidson CVO Limited em teste de 2.000 km

8 Minutos de leitura

  • Publicado: 16/09/2015
  • Por: jmesquita

<p><img alt=" " height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/hd-cvo-1_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Pilotar uma moto por mil quilômetros pode revelar bastante sobre como ela é… Se forem quase 2 mil, ainda mais! Além do percurso do Superteste, que é famoso por simular as mais variadas condições de uso a que uma máquina pode ser submetida, tivemos a oportunidade de percorrer uma distância extra de 850 km. Quando participávamos do HOG Rally, realizado pela Harley-Davidson – que neste ano aconteceu em Caldas Novas, Goiás –, nos foram dadas duas opções de retorno a São Paulo: de avião, que é chato e desconfortável, ou de uma forma bem mais divertida e com conforto de primeira classe… Pilotando o modelo top de linha da marca, a CVO Limited. A escolha, como você pode perceber, foi óbvia.</p>

<p><img alt="O visual é um dos grandes atrativos da CVO LImited" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/hd121_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Prata da casa – A sigla CVO signifi ca Custom Vehicle Operation. Para quem não conhece, ela está para a Harley-Davidson assim como a AMG para Mercedes-Benz. Em outras palavras, as motos da linha CVO são customizadas pela própria fábrica, e por isso são máquinas especiais equipadas com uma grande quantidade de componentes exclusivos.<br />
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<span style="line-height: 1.6em;">Dentre eles, o destaque é o motorzão cuja concepção é marca registrada da Harley, presente </span><span style="line-height: 1.6em;">em seus modelos há mais de cem anos. O bicilíndrico em “V” com cilindros inclinados a 45° – um em relação ao outro –, é basicamente o mesmo que equipa a Ultra Limited, porém com um temperinho que o deixou bem mais apimentado. Sua capacidade cúbica de 1 690 cm³, após ter recebido o aumento no diâmetro e no curso dos pistões, cresceu para exatos 1 800 cm³.</span></p>

<p><img alt="Torque não falta ao V2 de 1800 cc. Apesar de seu sistema de arrefecimento ser a água e ar, ela ianda &quot;cozinha&quot; as pernas do condutor" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/hd53_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Obviamente que para dar um temperamento mais arisco, o V2 também ganhou componentes como o fi ltro de ar, os pistões forjados e os comandos de válvulas de alta performance da marca Screaming Eagle, além de ajustes na injeção. Com isso ele se mostrou bem mais disposto e cheio de vigor, capaz de manter velocidades de cruzeiro 50% maiores que os 120 km/h permitidos por lei.</p>

<p><span style="line-height: 1.6em;">Esse ganho é claramente perceptível não só nas arrancadas e retomadas como em estradas de serra, que, apesar de serem íngremes, sequer incomodam o V2. Por conta de todo o ímpeto desse motor bravo é que sentimos a falta de um controle </span><span style="line-height: 1.6em;">de tração. Sim, um controle de tração em uma Harley-Davidson. A constatação veio após um tremendo susto na saída de um pedágio, onde, em função da chuva, a CVO destracionou em terceira marcha, fazendo um drift ao melhor estilo Velozes e Furiosos.</span></p>

<p><img alt="Nas estradas de serra, mesmo com subidas, é preciso poucas mudanças de marchas " height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/hd13_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Dias depois, senti novamente forte emoções ao sentir a traseira perdendo tração em uma faixa de pedestre. De quem é a culpa? Do generoso torque, que segundo o fabricante é de 16 Kgf.m a 3.750 rpm. Acredite, ele é tanto, que engatar a sexta e esquecer que existe câmbio é mais comum nessa moto do que se pode imaginar.</p>

<p><span style="line-height: 1.6em;">Também é graças ao grande torque que o consumo é razoável, ainda mais se levarmos em consideração que estamos falando de uma motocicleta de grandes dimensões que pesa “míseros” 416 kg… A seco! Na média, a CVO conseguiu percorrer 14,1 km por litro. Com isso, sua autonomia é de aproximadamente 320 km com seu tanque de combustível de 22,5 litros.</span></p>

<p><img alt=" " height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/hd10_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Mesmo que tenhamos gostado do comportamento do motorzão de nome longo, o “Twin Cam 110 Twin Cooled High Out Put”, as características negativas comuns às Harley continuam a existir. As vibrações com a moto parada são tantas que beiram o exagero.</p>

<p><span style="line-height: 1.6em;">Contudo, em médias e altas rotações elas não incomodam… Diferentemente do calor infernal que os enormes cilindros emanam em direção às pernas. Apesar da marca de Milwaukee ter se esforçado para esse efeito ser amenizado, adotando um sistema de refrigeração mista de ar e água – batizado de Projeto Rushmore – o calor continua a incomodar em baixa velocidade. Passeios de bermuda a beira- -mar? Talvez não seja uma boa ideia.</span></p>

<p><img alt="Tratamento vip para o garupa. Além do banco com ótimo apoio para as costas, ainda há controle de som e de intercomunicador" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/hd23_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /><br />
<span style="line-height: 1.6em;">Tratamento VIP – A exclusividade e os caprichos presentes na CVO vão além do motor, também estão no quesito conforto. Embora a posição dos braços seja muito boa, em função de um bom desenho do guidão – que, por ser bem largo, torna a direção bem mais leve – e também a das pernas, em que os pés fi cam bem apoiados sobre amplas pedaleiras do tipo plataforma, é o assento a atração neste quesito. Amplo e largo, ele também é espaçoso.</span></p>

<p><span style="line-height: 1.6em;">Após longas horas de viagem, essa é uma característica que o traseiro agradece. Ainda sobre o ótimo assento da CVO, um merecido e especial elogio deve ser feito aos apoios para as costas. Apesar de pequeno, o do condutor ajuda – e muito – quem gosta de viajar parando o mínimo possível. Para o garupa, a mamata é ainda maior, já que o apoio é bem mais amplo.</span></p>

<p><img alt="Suspensões macias e amplo espaço para bagagem: garantia de uma viagem confortável" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/hd33_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Como se não bastasse o sistema de aquecimento, ele ainda conta com botões para controle <span style="line-height: 1.6em;">do sistema de áudio. Aliás, é impossível não se surpreender com a central multimídia da CVO. De cara ela chama atenção pelo tamanho da tela de 6,5 polegadas, do tipo touchscreen. Nela, as funções de áudio e GPS – que mostra inclusive onde está a concessionária mais próxima – podem ser acessadas tanto pelos punhos quanto pelo toque na própria tela…</span></p>

<p>Vale citar que o sistema conta com intercomunicador e entrada USB, que, convenhamos, para uma moto, é um mimo e tanto. Viajar ouvindo suas músicas preferidas não tem preço, ainda mais em um sistema de som tão poderoso. Da até para arriscar um trabalho extra como <span style="line-height: 1.6em;">trio elétrico.</span><br />
<img alt="A entrada USB permite curtir uma trilha sonora personalizada… É só não esquecer o pen drive" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/hd73_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Mas engana-se quem pensa que a mordomia na CVO para por aí. Seus compartimentos para <span style="line-height: 1.6em;">bagagem são o que há. Dá para levar o essencial para duas pessoas de forma segura e seca, longe do risco de se molharem em caso de chuva.</span></p>

<p><span style="line-height: 1.6em;">Detalhes como o interior acarpetado e as travas acionadas através de controle remoto – que ao serem acionadas, acedem pequenas luzes para facilitar o acesso aos compartimentos – mostram de uma vez por todas que a marca de Milwaukee não economizou em sua motoca top de linha.</span></p>

<p><img alt="Poderoso sistema de audio, navegador e central multimídia são apenas alguns dos mimos dessa luxuosa motocicleta" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/hd62_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>As aparências enganam –  Diante de uma motocicleta tão equipada, espaçosa e pesada, normal que duas perguntas venham à cabeça: será que ela é difícil de pilotar? E para parar “um caminhão” como esse? Pois bem, apesar da aparência paquidérmica da CVO Limited, ela surpreende pela facilidade de condução.<br />
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<span style="line-height: 1.6em;">Isso porque a entrega de força de seu V2 é bem suave e sem sustos e seu assento relativamente baixo – 740 mm – facilitam o apoio dos pés no chão. Mesmo assim, nas manobras paradas e em baixa velocidade é preciso mais cuidado, já que em alguns casos só tendo pernas iguais às do Hulk para salvá-la de tombar para o lado e ir ao chão.</span></p>

<p><img alt="Viajar. Essa é principal vocação da CVO" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/hd131_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>Na agilidade, novamente as aparências enganam. Embora suas suspensões tenham uma calibragem macia, voltada diretamente para o conforto, seu peso seja superior a 400 kg e tenha o centro de gravidade elevado em função do baú traseiro e da grande carenagem <span style="line-height: 1.6em;">dianteira, a CVO é capaz de mudar de direção com boa rapidez. Sem dúvida uma qualidade </span><span style="line-height: 1.6em;">admirável levando em consideração seu porte.</span></p>

<p>Por fim, parar esta montanha de aço também é mais fácil que parece. Graças aos potentes freios, compostos por três discos de 300 mm. Dois na frente, mordidos por enormes pinças de quatro pistões cada e desenvolvidas especialmente pela Brembo para o modelo, e na traseira, <span style="line-height: 1.6em;">por uma pinça de dois pistões. Mesmo quando a molestamos sem um pingo de dó, acelerando </span><span style="line-height: 1.6em;">forte o V2 de 1800 cm³ e freando forte nas estradas de curvas, a CVO não apresentou qualquer </span><span style="line-height: 1.6em;">sinal de fadiga nos freios… Para nossa sorte.</span></p>

<p><img alt="Apesar do peso elevado e do generoso tamanho, a CVO conseguiu a razoável média de consumo de 15,5 km/l" height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/hd92_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p><span style="line-height: 1.6em;">Concluir nossa avaliação sem fazer uma menção ao visual desta motocicleta, seria uma grande injustiça, afi nal talvez este seja um de seus maiores atrativos. Até mesmo para quem não é fã do estilo ou da marca americana, em algum momento acaba admirando esta H-D, seja pela imensa profusão de peças cromadas, cujo acabamento é, sem exagero, um dos melhores da indústria de duas rodas, ou pela pintura nada discreta igualmente reluzente.</span></p>

<p>Para quem é discreto e tímido, talvez a escolha certa deva ser uma sóbria BMW, já que, rigorosamente, em todos os lugares por onde passamos, nos tornamos o centro das atenções… E tema de muitos e muitos selfies. Até autógrafo nós demos!</p>

<p><span style="line-height: 1.6em;">Por tudo isso, fi ca claro que o conforto da primeira classe – e a sensação de ser celebridade – </span><span style="line-height: 1.6em;">tem seu preço e com a CVO não poderia ser diferente. Ela custa R$ 126 500. E é aí que talvez seja o seu maior “defeito”. Embora estejamos falando de uma máquina top de linha de uma marca centenária, com estilo único e sem concorrentes realmente diretos, a CVO custa substancialmente mais que máquinas mais evoluídas e confortáveis, como, por </span><span style="line-height: 1.6em;">exemplo, a Honda GL 1800 Goldwing.</span></p>

<p><img alt=" " height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/conclusao_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p><img alt=" " height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/percurso2_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p><img alt=" " height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/dina2_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p><img alt=" " height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/avaliacao_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p><img alt=" " height="467" src="http://carroonline.terra.com.br//motociclismoonline/staticcontent/images/uploads/ficha2_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

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