Finalmente uma Lander nova! A primeira é de 2007 e no seu visual nada mudou nesses 11 anos, além de cores, grafismos e o sistema flex, o que gerou bastante incômodo entre seus fãs. Mas a espera acabou.
É uma moto quase toda nova — pois tem o mesmo motor —, cheia de referências de outras motos da marca. O mais importante é que a Yamaha mexeu em pontos-chave que precisavam ser mudados. O farol em LED é o mesmo da Fazer 250 — que melhorou muito a iluminação à noite —, assim como o punho esquerdo, com o lampejador junto do seletor de farol alto e farol baixo.
O assento agora tem dois níveis, inspirado na Ténéré 250, a lanterna traseira em LED, o tanque com maior capacidade (13,6 litros), as suspensões com menor curso (220 mm na frente e 204 mm na traseira) e os pneus Metzeler Tourance, além do para-lama junto ao pneu dianteiro. Outra mudança importante é o reforço na parte traseira do chassi, para garantir o transporte de bagagens sem problema. Da Lander antiga, a marca afirma ter mantido a robustez e agilidade.
Para atender à legislação sobre sistema de freio em motos, que entra em vigor em 2019, a Yamaha optou por instalar na Lander o ABS de um canal (atua só na roda dianteira). Isso não é nenhuma novidade, pois a Honda, apesar de ter colocado ABS nas duas rodas na XRE 300, tem ABS só na dianteira na XRE 190 e lá fora também tem ABS só na frente nas CRF 250L.
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Primeiras impressões
A moto é disponível em três cores: branca, preta ou azul. Já andamos na nova Lander e escolhemos a azul, que é a cor da Yamaha, apesar da branca estar bem bonita.
No percurso bem diversificado do evento de lançamento, começamos pelo asfalto, e logo percebi a essência da Ténéré 250 ali, pois a Lander está mais on-road que a anterior. No trecho sinuoso me diverti bastante, pois os pneus e as suspensões com menos curso passam confiança para andar rápido e inclinar mais. Parecia que eu era dono dessa moto há alguns anos, pois ela é muito fácil de pilotar e coloco-a exatamente onde quero.
O motor não mudou e seu desempenho é suficiente para sua cilindrada. Nesse primeiro teste, usando a informação disponível no painel que é todo digital — sem indicador de marcha —, fez aproximadamente 32 km por litro. Econômica. Continuo sentindo falta da sexta marcha nesse câmbio, para baixar pelo menos 1 000 rpm, o que melhoraria o conforto no uso rodoviário, reduzindo um pouco a vibração. Essa é a única ressalva sobre o motor.
O assento ficou realmente muito confortável, um destaque absoluto dessa moto. Para o garupa alças ergonômicas, mas faltou o bagageiro de série, assim como as rodas em alumínio, disponíveis na XRE 300.
Quando acaba o asfalto
No asfalto, só elogios. Fomos então para a terra, onde quem gosta de moto trail sabe que é de pé que se pilota, para ter mais conforto e controle da moto. Os mais altos podem sentir a necessidade de um subir o guidão para a ergonomia em pé ficar natural, mudança fácil de fazer com acessório. A redução no curso das suspensões faz com que ela não flua tão naturalmente quanto sua grande rival, a XRE 300.
Sim, ela consegue ir onde a XRE for, mas não vai passando tanta confiança, seja pelos pneus, seja pelas suspensões. Os freios trabalharam muito bem e a escolha do ABS só na dianteira deu resultado no uso fora de estrada, deixando a experiência mais divertida, travando algumas vezes propositalmente a traseira.
Sem dúvida, a Yamaha pensou em deixá-la com melhor desempenho onde a moto é muito mais usada, no asfalto. Nesse sentido, tiro certeiro e de modo geral uma evolução que a Lander merecia.
A Lander ABS ganhou quatro anos de garantia, o que deixa o cliente mais seguro. O preço será divulgado na segunda quinzena de janeiro, quando a moto chega às concessionárias. A rival Honda XRE 300 custa R$ 18.200, preço sem frete. Façam suas apostas sobre o preço final da nova Lander.
Para os fãs da Ténéré 250, uma notícia. A moto sairá de linha. A marca acredita que as características da nova Lander atendem o público da Ténéré. Nosso palpite é que eles estão escondendo o jogo e que ainda vem mais novidade trail por aí…